O Ministério do Desenvolvimento Social
(MDS), através de uma parceria firmada com a rede de
Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), vai utilizar
tecnologias sociais para a construção de 41.030 obras de
combate à seca no semiárido. Para a construção de 33.400
cisternas, serão investidos R$ 138,3 milhões, por meio do
Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Também serão
construídos poços e represas para armazenagem de água para a
produção de alimentos e criação de animais pelo Programa Uma
Terra e Duas Águas (P1+2).
"Trabalhamos com oito tipos de
tecnologias sociais para a captação de água, desde a
perfuração de cisternas a construções de cisternas de
calçadão, que é basicamente a construção de uma calçada de
200 m², que leva a água da chuva direta para uma cisterna.
Essa água fica destinada à produção agrícola e para a
criação de animais", disse a coordenadora nacional da ASA,
Cristina Nascimento.
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), tecnologia social
"compreende produtos, técnicas e/ou metodologias
reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e
que representem efetivas soluções de transformação social".
A medida deve beneficiar diretamente
46.430 famílias agricultoras, escolhidas por comissões
municipais. As obras serão executadas por organizações
contratadas pela ASA, nos 253 municípios onde atua. Cerca de
2,5 mil empregos devem ser gerados no período de vigência
das obras, sendo 2 mil vagas só para pedreiros. A previsão é
que as obras fiquem prontas em sete meses.
O coordenador geral do Centro de
Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, Alexandre Henrique
Bezerra, um dos parceiros executores da ASA, explicou que os
pedreiros são agricultores qualificados nas próprias
comunidades. "São jovens, mulheres e homens que, durante uma
semana, aprendem a construir as placas das cisternas,
nivelar a terra, colocar calhas nos telhados para captar
água. Eles são orientados por agricultores que fizeram o
curso anteriormente", disse.
Para Bezerra, investimentos como esse são
importante porque possibilitam a expansão das economias
locais, assim como a manutenção financeira das famílias
durante o período de baixa produção de alimentos.
"Essas construções possibilitam uma
injeção de recursos na cidade, o que gera uma boa
perspectiva, afinal, os materiais de construção são
comprados na cidade e a remuneração dos trabalhadores vai
para o comércio local", disse Bezerra. Cada pedreiro recebe
pela construção de uma cisterna de 52 mil litros R$ 720 e,
por uma de 16 mil litros, R$ 252,50.
A ASA é uma rede formada por cerca de 750
organizações da sociedade civil que atuam na gestão e
desenvolvimento de políticas de convivência com a região
semiárida.
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