Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

domingo, 21 de julho de 2013

VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA)




Informações 
A Comissão Organizadora do Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) definiu o tema central para a oitava edição do evento: "Cuidando da saúde do planeta". O Congresso será realizado de 25 a 28 de novembro de 2013, em Porto Alegre, nas dependências e imediações da Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS).
A programação será dividida nos seguintes eixos temáticos: 1) Agroecologia e Saúde Humana; 2) Reinventando a economia; 3) Diversidade como condição fundamental da saúde do Planeta; 4) Agroecologia como base para a educação; e 5) Saúde do Agrossistema.
Em 2013, o VIII CBA ocorrerá concomitantemente com os Seminários Estadual e Internacional sobre Agroecologia, em suas XIII e XII edições, respectivamente, com o objetivo de fortalecer o debate em torno do papel fundamental da Agroecologia no cuidado com a saúde do planeta.
O CBA tem como objetivo oportunizar a reunião de profissionais, estudantes e agricultores do Brasil e do exterior para o intercâmbio de conhecimentos e experiências com enfoque agroecológico.
A sétima edição do CBA foi realizada na cidade de Fortaleza, no Ceará, em 2011.
Data
25/11/2013 a 28/11/2013
Local
Pontifícia Universidade Católica do RS (PUCRS)
Endereço
Porto Alegre - RS
Contato
(51) 2125-3105

56º CONEA

TEMÁTICA 56º CONEA

 Enquanto Comissão Organizadora de nosso próximo Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia (o 56º CONEA), vamos trazer o debate da Questão Indígena, e das Comunidades Tradicionais, colocando em pauta o nosso papel enquanto futuros agrônomos e agrônomas, no trabalho conjunto com esses povos, em seus respectivos territórios. Convidamos à todos e todas, estudantes de Agronomia, a fazer parte deste momento, participando de nosso Congresso. Abaixo seguem diferentes momentos da construção deste CONEA, uma construção coletiva dos/das estudantes de Agronomia, que compõem a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)! Saudações!!







Espaços do congresso(eixo temático)


 Painéis Principais:

 Painel I: Antropologia e histórico da territorialidade das comunidades indígenas no Brasil: mitos e conflitos!
  
Painel II: Conflitos indígenas e questões territoriais: o papel do/a agrônomo/a em formação nesta questão!



Painéis Paralelos

I-A relação de luta e resistência entre as comunidades tradicionais e indígenas, com o modelo capitalista.


II- Os rituais e costumes indígenas, e sua criminalização.


III- “O povo brasileiro”: discussão sobre o documentário de Darcy Ribeiro.


IV – Políticas públicas direcionadas para o território de comunidades tradicionais e indígenas.

V – Soberania Alimentar e a produção de sementes tradicionais.


VI – Importância do etno-conhecimento no ensino da Agronomia.


VII - Formação e Histórico territorial e conflitos agrícolas na cidade de Campos dos Goytacazes.


VIII – Como se dá a relação de gênero dentro das comunidades tradicionais e indígenas.

IX – Como estão dados os conflitos indígenas nos países da América Latina e Caribe.

X – Curricularização da Extensão


Espaço CONCLAEA(Confederação Caribenha e Latino-americana dos Estudantes de Agronomia): histórico e organicidade.



Vivências:

·        Arquivo Público Municipal: Solar dos Jesuítas
·        Experiências Agroecológicas nos Assentamentos da Reforma Agrária
·        Oficinas indígenas
·        Visita à Usina de Cambahyba
·        Comunidades Quilombolas
·        Oficina de Plantas Medicinais nos Assentamentos
·        Visita aos sítios arqueológicos
·        Porto do Açu


Em breve atualizações... A medida que tivermos os painelistas confirmados, postamos os nomes.  Dúvidas?coneacampos@gmail.com.





quarta-feira, 29 de maio de 2013

Perdeu!


Monsanto perde processo criminal contra movimentos sociais

  
transgenicosA transnacional entrou com processo criminal contra integrantes de organizações e movimentos sociais em 2005. A decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos em meio ao processo de democratização da sociedade brasileira.
A transnacional Monsanto está em mais de 80 países, com domínio de aproximadamente 80% do mercado mundial de sementes transgênicas e de agrotóxicos. Em diferentes continentes, a empresa acumula acusações por violações de direitos, por omissão de informações sobre o processo de produção de venenos, cobrança indevida de royalties, e imposição de um modelo de agricultura baseada na monocultura, na degradação ambiental e na utilização de agrotóxicos.
No Brasil, a invasão das sementes geneticamente modificadas teve início há uma década, com muita resistência de movimentos sociais, pesquisadores e organizações da sociedade civil. No Paraná, a empresa Monsanto usou a via da criminalização de militantes como forma de responder aos que se opunham aos transgênicos.
Na última quinta-feira (23), desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) absolveram por unanimidade cinco militantes acusados injustamente pela Monsanto de serem mentores e autores de supostos crimes ocorridos em 2003. A transnacional entrou como assistente de acusação na ação criminal em resposta à manifestação de 600 participantes da 2ª Jornada de Agroecologia, na estação experimental da empresa, em Ponta Grossa, para denunciar e protestar contra a entrada das sementes transgênicas no estado e as pesquisas ilegais e outros crimes ambientais praticados pela empresa.
Foram acusados Célio Leandro Rodrigues e Roberto Baggio, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, José Maria Tardim, à época integrante da AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, Darci Frigo, da Terra de Direitos, e Joaquim Eduardo Madruga (Joka), fotógrafo ligado aos movimentos sociais. Em claro sinal de criminalização, a transnacional atribuiu à manifestação, feita por mais de 600 pessoas, como responsabilidade de apenas cinco pessoas, usando como argumento a relação genérica dos acusados com os movimentos sociais.
Em sentido contrário, a decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos na sociedade brasileira. Segundo José Maria Tardim, coordenador da Escola Latina Americana de Agroecologia e da Jornada de Agroecologia do Paraná, o ato na sede da Monsanto em 2003 e posterior ocupação permanente da área chamaram a atenção em âmbito nacional e internacional para a ilegalidade das pesquisas com transgênicos.
Nos anos seguintes às denúncias, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e equipe técnica ligada ao governo do estado realizaram vistorias detalhadas nos procedimentos da transnacional. Foram confirmadas ilegalidades que violavam a legislação de biossegurança vigente.
A área ficou ocupada por trabalhadores sem terra durante aproximadamente um ano. Neste período, os camponeses organizaram o Centro Chico Mendes de Agroecologia e cultivaram sementes crioulas. Para Tardim, a agroecologia é o “caminho da reconstrução ecológica da agricultura, combatendo politicamente o modelo do agronegócio e do latifúndio”.
Monsanto_Por Latuff
Charge: Latuff
Criminalização
A denúncia da Monsanto se fundamentou apenas em matérias jornalísticas, sem qualquer outra prova. Assim com outras ações judiciais que utilizam a mesma lógica, o processo está baseado na criminalização de integrantes de movimentos sociais em situações de manifestação.
A empresa participou como assistente privada no processo, o que ocorre excepcionalmente em processos criminais, já que o Ministério Público entrou como titular. “Esse caso apresenta um sério risco com as grandes empresas começaram a tomar o papel do Estado. Elas desequilibram a situação pelo peso econômico e político que exercem sobre os agentes públicos”, avalia Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, considerando também a influência da Monsanto sobre o parlamento para a aprovação de legislações no Brasil.
Os trabalhadores foram defendidos pela Terra de Direitos, com apoio do professor Juarez Cirino dos Santos. O Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos se pronunciou ao longo do processo contra a criminalização dos militantes. Do outro lado, a Monsanto contratou o escritório do Professor René Dotti para fazer a acusação.
Mundo contra a Monsanto
Mais de 50 países aderiram à “Marcha contra Monsanto” no último sábado (25), em protesto contra a manipulação genética e a monopólio da multinacional na agricultura e biotecnologia. A campanha contra a empresa teve como estopim o suicídio de agricultores indianos, que se endividam após serem forçados pelo mercado a ingressar na lógica de produção do agronegócio, tornando-se, anos mais tarde, reféns das sementes geneticamente modificas, agrotóxicos e outros insumos vinculados a esta lógica produtiva.
Com sede no estado de Missouri (EUA), a Monsanto desponta como líder no mercado de sementes e é denunciada nesta marcha por não levar em consideração os custos sociais e ambientais associados a sua atuação, além de ser acusada de biopirataria e manipulação de dados científicos em favor dos transgênicos.
A empresa é líder mundial na produção de agrotóxico glifosato, vendido sob a marca Roundup. O Brasil é o segundo maior consumidor dos produtos da Companhia, ficando atrás apenas da matriz americana. O lucro da filial brasileira em 2012 foi de R$3,4 bilhões.
Syngenta
No Paraná, a  transnacional Syngenta também foi denunciada pelos movimentos sociais por realizar experiências e plantio ilegal de transgênicos no município de Santa Tereza do Oeste, na área de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. Durante a ocupação da área, seguranças contratados pela empresa assassinaram um trabalhador rural sem terra. Seis anos depois, o caso segue impune.
O IBAMA impôs multa de um milhão de reais à empresa pela realização de experimentos ilegais com transgênicos na área, porém, o valor não foi pago até hoje. A luta dos movimentos sociais resultou na desapropriação da área para a criação do Centro de Agroecologia, que leva o nome do militante assassinado, Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno.
>> Clique aqui para assistir o filme “O Mundo Segundo a Monsanto”, produzido pela francesa Marie-Monique Robin. O documentário foi lançado em 2008 e denuncia a gigante dos transgênicos.

Caos prova ser superior à ordem



Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/05/2013
Caos prova ser superior à ordem
O efeito foi confirmado em esferas simples, espelhadas internamente: quando elas foram amassadas, passaram a armazenar muito mais luz. [Imagem: Liu et al./ Nature Photonics]
Armazenamento caótico de luz
Uma equipe internacional de cientistas demonstrou que o caos pode superar a ordem - pelo menos quando o assunto é o armazenamento de luz.
A pesquisa envolveu um estudo de cavidades ópticas - dispositivos também conhecidos comoressonadores ópticos - que têm a capacidade de armazenar luz, que fica presa refletindo-se entre conjuntos de espelhos.
A surpresa veio quando foram usados, não espelhos quase perfeitos, como geralmente se procura fazer, mas espelhos deformados.
Surpreendentemente, os caminhos de luz caóticos gerados pela reflexão nos espelhos deformados permitiram o armazenamento de muito mais luz do que usando os caminhos bem ordenados gerados por espelhos precisos.
Os pesquisadores demonstraram um aumento de seis vezes na energia armazenada no interior de uma cavidade caótica, em comparação com uma equivalente clássica com o mesmo volume.
Aplicações da coleta de luz
O trabalho terá importantes aplicações em vários ramos da física básica e da tecnologia, incluindo a óptica quântica e o processamento de sinais ópticos usados na internet, onde a luz precisa ser armazenada por períodos curtos para facilitar as operações lógicas, e também para otimizar a interação luz-matéria.
As células solares também podem se beneficiar, já que capturar mais luz melhora sua capacidade para gerar eletricidade. Quanto mais tempo a luz fica presa na célula solar, maior é a probabilidade de que ela seja absorvida, excitando elétrons e criando eletricidade.
"O conceito por trás desses ressonadores caóticos de banda larga para aplicações de coleta de luz é muito profundo e complexo. Acho fascinante que, ainda que tenhamos usado técnicas estado da arte de fabricação para provar isso, essa ideia pode de fato ser facilmente aplicada ao mais simples dos sistemas," disse o Dr. Andrea Di Falco, da Universidade de St. Andrews.
De fato, o efeito foi confirmado em esferas simples, espelhadas internamente: quando elas foram amassadas, passaram a armazenar muito mais luz.
O projeto, que envolveu pesquisadores da Universidade de Bolonha, na Itália, foi iniciado pelo professor Andrea Fratalocchi, da Arábia Saudita, que desenvolveu a teoria por trás da captação caótica de luz.
Ordem no caos
O caos, a desordem e a imprevisibilidade são comportamentos que permeiam todos os fenômenos naturais.
Ainda assim, a maioria dos sistemas construídos pelo homem tenta evitar esses efeitos, geralmente assumindo que o caos diminui o desempenho dos nossos aparelhos.
Aos poucos, porém, indo fundo o bastante, os físicos têm descoberto uma ordem intrínseca no caos, constatando, por exemplo, a suave geometria do caos quântico, e até mesmo modelado a "ordem que impera no caos".
Uma das primeiras aplicações práticas encontradas por essas teorias foi na robótica:
Bibliografia:

Enhanced energy storage in chaotic optical resonators
C. Liu, A. Di Falco, D. Molinari, Y. Khan, B. S. Ooi, T. F. Krauss, A. Fratalocchi
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/NPHOTON.2013.108

La composición secreta de los pesticidas



La composición secreta de los pesticidas es una vergüenza científica y cómo Autoridades en Seguridad lo encubren

el 29 mayo, 2013 
peligros-roundup
Que dos de los científicos franceses más reconocidos del mundo por estudiar los efectos del herbicida RoundUp estén juntos dando una charla en el restaurante Roc’h Trédudon en Plounéour-Ménez, no deja espacio a la indiferencia.
Para los medios locales la jornada fue “un estudio de impacto”, o “una cita explosiva y excepcional”. Se trata de dos eminencias el  que volvieron a la carga con sus estudios sobre los pesticidas.
 Respecto de las pruebas inexistentes manifestó que “Es como si se mide el impacto del agua del grifo en el cuerpo una persona que bebió toda su vida”.Los resultados son alarmantes: después de dos años de experiencia, sólo 90 de cada 200 ratas sobrevivieron.

En 2013, encontramos los productos químicos tóxicos en el Roundup, también presente en muchos otros pesticidas llamados POE-15. Estos se clasifican como productos inertes por el fabricante, por lo que, ningún organismo les pidió que lo probaran a largo plazo”. Las pruebas realizadas en Francia se hicieron en sólo 6 ratas durante tres semanas, seguido de una prueba de irritación, enrojecimiento, e impactos oculares. Para la industria sólo tiene que respetarse el marbete: Mantener fuera del alcance de los ojos o la piel, pero no hay pruebas de lo que produce a largo plazo “ y agregó que “Es difícil conseguir acceso a los estudios debido a que el grupo de Monsanto alega propiedad intelectual “.

“Se hicieron todos los estándares regulatorios en el glifosato, regulación del herbicida y fue evaluado por las autoridades, pero no el resto” dijo el investigador. “Hay una subestimación de los efectos de estos plaguicidas “ aseguró.
Gilles-Eric Séralini también dice que “ los mayores vendedores de plaguicidas, son los mayores vendedores de drogas”. Según él, uno puede encontrar los productos de Monsanto en casi todas las farmacias y el 90% de las patentes son contratos en manos del gigante, cuya actividad principal es vender estas patentes.
En el estudio sobre el impacto de los plaguicidas Gilles-Eric Séralini ha sido muy criticado en el mundo científico. La Autoridad Europea de Seguridad Alimentaria (EFSA) dijo que “no es posible extraer conclusiones válidas sobre la aparición de tumores en las ratas ensayadas. La Agencia Nacional de Seguridad Alimentaria también refutó el estudio realizado por el profesor, indicando “debilidades” en la obra, pero llamó a realizar una investigación sobre el consumo a largo plazo de los OMG asociados con pesticidas.-
Acostumbrado a los berrinches de las multinacionales ante sus investigaciones, Seralini les contestó con todo su equipo el 12 de noviembre de la revista Food and Chemical Toxicology que publicó:”Respuestas a los críticos: ¿Por qué hay una toxicidad a largo plazo debido al consumo de maíz genéticamente modificado NK603 tolerante a glifosato, al herbicida Roundup?
En esa respuesta los científicos manifiestan que “Algunos críticos han hecho hincapié en que no hay reportes de los efectos adversos sufridos por animales de granja o en la población humana de EE.UU. que han consumido alimentos derivados de cultivos OGM .Tales afirmaciones son científicamente erróneas por las siguientes razones:
-En primer lugar, es importante tener en cuenta que no ha habido estudios epidemiológicos de la población humana ni el seguimiento de los animales de granja, en un intento de correlacionar cualquier afectación a la salud observada con el consumo de un cultivo modificado genéticamente.
-En segundo lugar, hay que recordar que los animales de granja no son criados para vivir durante toda la duración de su ciclo de vida natural, y por lo tanto no suelen vivir el tiempo suficiente para desarrollar enfermedades crónicas a largo plazo, lo que contrasta con las ratas de nuestro experimento.
-En tercer lugar, ya que no hay etiquetado de OMG en los EE.UU., se desconoce la cantidad consumida, y no existe ningún control”. Por lo tanto, sin una clara trazabilidad o etiquetado, ninguna encuesta epidemiológica se puede realizar.
En la evaluación de la reglamentación de los OGM, productos químicos y medicamentos, las pruebas se llevan a cabo por las propias empresas, a menudo en sus propios laboratorios. Como resultado de ello, existen conflictos de interés en estos casos. “Nuestro estudio no pretende solicitar la comercialización de un nuevo producto. Por el contrario, hemos querido estimar el riesgo para la salud de estos productos. Es el más detallado ensayo que se realizó hasta la fecha, e independiente de empresas de biotecnología y plaguicidas. Animamos a otros pares a replicar tales experimentos crónicos, con mayor potencia estadística” dijo Séralini.
Esta réplica contestó también a la crítica de cuatro científicos brasileños, pro-transgénicos, dos de los cuales son miembros de la Comisión Técnica Nacional de Bioseguridad (CTNBio) en un informe de octubre de 2012. Ese informe fue publicado como “la visión de CNTBio” en su conjunto, en combinación con el Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación de Brasil.
Pero ahora está claro que no existe tal consenso en la CTNBio. En marzo de 2013, se supo que 15 miembros y ex miembros de CNTBio, escribieron una detallado contra-informe que desacredita los argumentos de los cuatro científicos anteriores, y apoyan la validez de los hallazgos de Séralini. Ello fue expresado en una carta al Presidente de la CTNBio Flavio Finardi, y al Ministerio de Relaciones Exteriores. Entre otras tantas desmentidas los miembros de la Comisión aclaran que :
Entendemos que este documento, preparado por cuatro científicos, dos de los cuales son miembros de la CTNBio, no puede ser considerado como la posición de la Comisión, dado que no fue evaluado por una sesión plenaria. Incluso si lo hubiera sido, el dictamen de los médicos no representa un consenso en esta Comisión”.
Por su parte en Francia la Agencia Nacional de Seguridad Sanitaria, Medio Ambiente y Trabajo (ANSES), en una carta de 19 de octubre del 2012, hace referencia al estudio de Seralini llegando a la conclusión de que hay una necesidad de “realizar estudios con el objetivo de describir los efectos potenciales para la salud asociados al consumo a largo plazo de los OMG o de la exposición a las formulaciones de fitosanitarios”. También recomienda que “estos estudios deben centrarse sobre todo en la exposición a los OMG y para las formulaciones de fitosanitarios asociados” y que ”Estos estudios deben llevarse a cabo en el ámbito de la financiación pública y ser basado en un protocolo experimental detallado que permita responder a las cuestiones planteadas”.
El 80% de los productos transgénicos son desarrollados para soportar los pesticidas, el 20% restante está compuesto para producir el insecticida. El efecto combinado de estos contaminantes en las células humanas, es lo que Gilles-Eric Séralini y su equipo trabajaron con células de la placenta, cordón umbilical, en líneas celulares y embrionarias humanas.
Mientras esperamos la próxima salida a la venta del libro Tous cobayes! en español, para octubre próximo, desde la editorial Need Ediciones en la presentación al público promete ser otra cita explosiva donde estará presente el Dr. Seralini durante cuatro días en España. Dra. Graciela Gómez -Asociación Argentina de Periodistas Ambientales (AAPA)

Sementes Orgânicas


Belo Monte!


Belo Monte: nova ocupação, mesmas demandas, mesmos problemas

O principal canteiro de obras da maior construção em curso no país parou novamente. Depois de oito dias de uma paralisação que reacendeu a luta contra grandes empreendimentos que impactam comunidades tradicionais, os indígenas voltaram a suspender por tempo indeterminado os trabalhos da Usina Hidrelétrica Belo Monte, na segunda-feira (27). Eles reivindicam a suspensão de obras e estudos de barragens em seus territórios, exigindo que a consulta prévia – com poder de veto – seja realizada.
A reportagem e as fotos são de Ruy Sposati e publicadas pelo jornal Brasil de Fato, 28-05-2013.
Um sem-número de guindastes, betoneiras, tratores, escavadeiras, gruas, caminhões e caminhonetes pararam no quilômetro 50 da Rodovia Transamazônica para ver 170 indígenas MundurukuXipayaAraraKayapó e Tupinambápassarem e ficarem. “E dessa vez não vamos sair, nem com reintegração de posse”, afirmaram as lideranças do movimento em entrevista à emissora afiliada à Rede Globo no Pará. “Alguém vai ter que vir aqui, ou nós vamos começar a plantar roça no canteiro”, disseram.
Em meio ao que parecia ser o pico mais baixo de um marasmo decorrente de sucessivas derrotas dos povos indígenas da região da Volta Grande do Xingu, surge uma nova articulação: a dos povos dos rios onde o governo pretende implementar grandes complexos hidrelétricos – e, com eles, violentas empreitadas no campo da mineração, desmatamento e caos social. “Nós somos nós e o governo precisa lidar com isso”, afirma o movimento na carta número sete da ocupação da usina Belo Monte.
Após a ocupação anterior, entre os dias 2 e 9 de maio, indígenas dos rios Tapajós e Teles Pires permaneceram acampados em Altamira (PA), aguardando uma resposta do governo federal sobre suas demandas. Mas “esperar e chamar não servem para nada”, concluem os indígenas no documento. E, então, eles reocuparam o empreendimento.
Antes disso, a concessionária Norte Energia, prevendo distúrbios, havia pedido à Justiça Federal de Altamira que garantisse a manutenção da reintegração de posse deferida liminarmente para a ocupação anterior, e estabelecesse multa para possíveis invasões. O juiz concedeu multa de 5 mil reais por dia “em caso de nova turbação ou esbulho no imóvel denominado Sítio Belo Monte”. Isso não pareceu incomodar os indígenas, que reocuparam exatamente o mesmo local de antes.
Ocupação
Os indígenas entraram no canteiro por volta das 4 horas da manhã – e, ao contrário da outra ocupação, todos os acessos do sítio, dessa vez, ficaram sob o controle dos indígenas. Isso impediu toda a operação do canteiro. Desde o início do dia, a comunidade enfrentou o assédio e a pressão de um contingente de, ao menos, 50 policiais da Força Nacional (FNSP), Polícia Rodoviária Federal, Tropa de Choque da Polícia Militar, Rotam, Polícia Civil e seguranças privados de duas empresas diferentes ligadas ao Consórcio Construtor Belo Monte. A polícia tem pressionado os piquetes a permitirem a entrada de mais policiais no empreendimento, mas os ocupantes não permitiram. “Agindo assim, vocês estão declarando guerra contra a Força Nacional”, ouviram os manifestantes.
Sofreram também o corte do fornecimento de água e energia elétrica nas instalações onde estão alojados, elementos que a Força Nacional tem utilizado para tentar desmobilizar e garantir a entrada de mais destacamentos policiais dentro do canteiro de obras, além das tropas que já residem no local. O diálogo abaixo, transcrito pelos indígenas e presenciado pela imprensa, dá a dimensão das pressões sofridas no canteiro:
- “Vocês liberam a entrada pra gente, e nós religamos a luz” – disseram os policiais aos indígenas.
- “Nós queremos que vocês saiam” – responderam os indígenas. “Nós não estamos armados, não estamos quebrando nada, podem ir”.
- “Vocês estão armados, sim” – retrucou o policial, apontando para uma lança de madeira.
- “Isso é nossa cultura”.
- “E essa é a nossa cultura” – concluiu o policial, acariciando a pistola na cintura.
Alianças
Os indígenas escreveram uma carta aos trabalhadores do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), “com quem a gente joga bola no canteiro”, propondo uma aliança tática entre comunidades tradicionais, atingidos da região de Altamira e os operários do empreendimento (segundo os indígenas, a Força Nacional não tem permitido a distribuição dos panfletos). E dizem temer possibilidades de “infiltração” de falsos trabalhadores, pagos pelo Consórcio para criar situações de crise entre eles. Toda essa “sofisticação” do movimento indígena tem incomodado o governo e as empresas envolvidas na construção da obra, que sucessivamente tem tentado descaracterizar a ação e acusar os indígenas de serem manipulados por ONGs estrangeiras.
Foto: Ruy Sposati
Na conta do governo está o silêncio retumbante sobre a pauta dos indígenas: nem um pio sobre a consulta prévia, e também “a militarização dos contextos de conflito social relativos à luta por direitos dos indígenas”, conforme apontou nota do Conselho Indigenista Missionário. Também figuram a expulsão e multa de jornalistas e um espetáculo de declarações difamatórias, racistas e caluniosas contra comunidades inteiras.
Reintegração
A Norte Energia novamente reforçou o pedido de reintegração de posse na Justiça do canteiro ocupado. Na primeira decisão, o juiz Sérgio Guedes se mostrou bastante sensível à questão indígena, e agora deu prazo de 24 horas para que a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregassem relatórios sobre as ocorrências à Justiça. Alguma decisão deve ocorrer nesta terça-feira (28).
“A barragem dividiu as aldeias e dividiu os parentes”, lamenta Juma Xipaya. “Dividiu o homem. Então é preciso um novo pacto, entre os encantados de cada povo, que vai unir todos os parentes”, afirma o cacique Babau Tupinambá. Ambas as lideranças fazem parte da dúzia de povos que já declararam solidariedade irrestrita ao movimento por meio de cartas de apoio aos parentes que ocupam a barragem.
Foto: Ruy Sposati
É no tom dessa espiritualidade recheada de “Saweh!” – o grito dos Munduruku que tomou de assalto a boca de todos – e pelo canto dos passarinhos de uma obra em silêncio, que os indígenas cantarolam o amanhecer do segundo dia da ocupação do canteiro, onde o sonho parece só enrijecer, apesar dos endurecimentos.

Em nome da copa...

segunda-feira, 18 de março de 2013

Os transgênicos estão destruindo o tecido social”.

Entrevista com agricultor e ativista canadense

Um pequeno agricultor canadense enfrentou a poderosa Monsanto, em um caso que chegou à Suprema Corte de seu país. Aquela batalha converteu-o em uma referência dos direitos dos agricultores independentes. Agora percorre o mundo para chamar a atenção para os riscos econômicos, sociais e ambientais que implicam as regulações dos organismos geneticamente modificados.
Agricultor de Bruno, na região de Saskatchewan, no Canadá, Percy Schmeiser especializou-se na plantação decanola, à qual se dedicou por mais de 50 anos. A partir da batalha judicial que travou durante vários anos contra a empresa multinacional Monsanto, converteu-se em um símbolo internacional representante dos direitos dos agricultores independentes e das regulações dos cultivos transgênicos. O documentário Davi versus Monsanto(2009) explica esta luta.
Com seus 82 anos, Schmeiser anda por boa parte do mundo contando sua experiência e transmitindo sua mensagem contra os organismos geneticamente modificados.
Sua história de litígios começou em 1997, quando encontrou em suas lavouras Roundup Ready Canola, uma canola resistente ao herbicida Roundup (da Monsanto). Na época, colheu e guardou a semente em separado com a intenção de plantá-la no ano seguinte e analisar o que aconteceria. Foi então que a multinacional exigiu-lhe o pagamento deroyalties pela utilização de suas sementes transgênicas. Schmeiser negou-se a esse pagamento, dado que ele nunca havia pretendido que esse tipo de sementes crescesse em sua lavoura, mas que as mesmas foram introduzidas em suas plantações por algum tipo de “contaminação” (foram introduzidas pelo vento). A empresaMonsanto acusa-o de ter cultivado grandes extensões de sua terra com a canola transgênica da companhia, algo que, segundo alegam, não pode ter acontecido nessa magnitude por uma “contaminação” ocasional.
Durante vários anos Schmeiser, junto com sua esposa Louise, percorreu várias instâncias da Corte canadense. Como contraofensiva, em 1999 Schmeiser entrou com um processo no valor de 10 milhões de dólares contra aMonsanto por difamação, violação da propriedade e contaminação de seus campos com Roundup Ready Canola. Mas este processo não prosperou. “Creio que as companhias biotecnológicas têm que assumir sua responsabilidade pelo material que escapa e contamina os campos – disse o agricultor. Por isso creio que este é um tema que deve ser tratado no Parlamento”.
Douto na arena política, Schmeiser foi prefeito de Bruno, cidade na qual mora, de 1966 até 1983 e também foi membro da Assembleia Legislativa como membro do Partido Liberal.
Schmeiser esteve recentemente na Argentina participando de um seminário na Ecovilla Gaia, em Navarro (província de Buenos Aires), e também participou de uma conferência organizada pelo Projeto Sul no Hotel Bauen onde teve a oportunidade de expor sua experiência para um auditório heterogêneo abarrotado de ambientalistas e agricultores.
Percy Schmeiser tem como companheira de batalha a sua esposa Louise há mais de 60 anos. Com ela tem cinco filhos, 15 netos e um bisneto. O casal recebeu, em 2007, o Right Livelihood Award, uma espécie de Nobel alternativo, “por sua coragem para defender a biodiversidade e os direitos dos agricultores e por desafiar a perversidade ambiental e moral das interpretações atuais das leis de patentes”.
A entrevista é de Verónica Engler e publicada no jornal argentino Página/12, 04-03-2013. A tradução é do Cepat.
Eis a entrevista.
Como começou sua luta contra a Monsanto?
Minha esposa e eu éramos produtores de sementes de canola (cultivada para produzir forragem, óleo vegetal para o consumo humano e biodiesel). Pesquisamos este cultivo durante mais de 50 anos. Em 1998, dois anos depois que introduziram os transgênicos no Canadá, a empresa Monsanto entrou com um processo contra nós. Nos processou por violação de patente, porque diziam que a nossa canola era fruto de suas sementes transgênicas. Foi uma surpresa para nós porque nunca compramos sementes geneticamente modificadas nem sabíamos da existência daMonsanto. O que tornou famoso o nosso caso em todo o mundo foi o fato de mostrar que podia acontecer a qualquer agricultor caso seu campo fosse contaminado com as sementes transgênicas. Nesse momento, o juiz decretou que não importava como havia ocorrido a contaminação com as transgênicas: se por polinização cruzada, polinização por abelhas, por sementes que entraram levadas pelo vento ou pelo próprio transporte de outros agricultores. Se isso acontece, então já não se é mais dono de suas sementes nem de suas plantas, pela lei de patentes. Também nesse momento foi decretado que não poderíamos usar as nossas sementes de novo por estarem contaminadas e que os nossos lucros por esse cultivo deviam ir para a Monsanto. Outra questão que o juiz decretou foi que o nível de contaminação não era importante: dá no mesmo se houve 1% ou 90% do campo contaminado, de qualquer forma já não se é mais o dono das suas plantas. A base da nossa luta foi pelos direitos dos agricultores, para que cada um tenha direito a plantar suas sementes ano após ano.
O que fizeram diante do processo movido pela Monsanto?
O que mais nos doeu é que todo o nosso trabalho de 50 anos com a semente de canola agora pertencia completamente à Monsanto pela lei das patentes. Por isso decidimos continuar brigando, e recorremos à Corte de Apelação. Esta Corte federal manteve quase a mesma posição, inclusive a Monsanto tratou de nos prender de outras maneiras. Demandaram-nos novamente por um milhão de dólares. Trataram de nos destruir financeira e mentalmente. Vigiavam-nos quando estávamos trabalhando no campo, vinham à saída da garagem da nossa casa, a observar o que a minha esposa fazia, ela recebia telefonemas com ameaças e também acontecia o mesmo aos nossos vizinhos. E ainda hoje vivemos com medo. Então decididos ir à Suprema Corte. A Suprema Corte disse que não tínhamos que pagar nada à Monsanto, mas que ela teria que pagar os nossos custos legais. A Monsanto aceitou que nós não havíamos comprado sementes deles, no entanto, tínhamos que pagar a eles a licença pelas sementes. Se nós tivéssemos que pagar à Monsanto tudo o que eles queriam, teríamos que pagar com a nossa casa, a nossa terra e todos os equipamentos. Assim que foi uma vitória para nós ouvir a Corte sentenciar que nós não precisávamos pagar nada à Monsanto. Mas de todas as formas, é muito difícil para um agricultor lutar na Corte contra uma multinacional. Foi a Monsanto que nos processou e, no entanto, tivemos que pagar os custos legais deste processo. Isso não foi justo para nós, porque a Monsanto deveria ter pagado também os nossos custos.
Quanto tiveram que pagar e como enfrentaram esses gastos?
Os gastos foram um pouco mais de 500.000 dólares. O pagamos com grande parte do nosso fundo de aposentadoria, hipotecas sobre nossas terras e também recebemos doações de muitas pessoas de todo o mundo que estão preocupadas com o tema das patentes de sementes e, sobretudo, o que diz respeito à nossa alimentação.
Como a sua lavoura foi contaminada com as sementes transgênicas?
Porque meus vizinhos estavam utilizando sementes da Monsanto e ao soprar o vento as trazia para o meu campo e o contaminavam. Eu nunca utilizei as sementes da Monsanto nem o Roundup (herbicida da Monsanto) na minha lavoura. Por isso apresentei uma contrademanda baseada na contaminação ambiental, destruição de sementes e calúnia. Desde esse momento a Monsanto nos espiou e tratou como criminosos. Detetives da Monsanto se instalaram perto do campo e controlavam cada passo que dávamos. A primeira coisa que dissemos à Corte é que um agricultor tem que ter o direito de utilizar suas sementes ano após ano. Para minha esposa e para mim, o mais importante é que ninguém, nenhum indivíduo nem uma corporação têm o direito de patentear formas superiores de vida, seja uma ave, uma abelha ou uma planta.
O que aconteceu depois deste episódio da demanda da Monsanto?


Nós pensamos nesse momento que estava tudo terminado com a Monsanto. Decidimos mudar de cultivo e fazer pesquisa com mostarda, mas um tempo depois descobrimos que havia plantas de canola no campo em que estávamos pesquisando, que era de 50 acres. Nós comunicamos a Monsanto que acreditávamos que havia canola transgênica em nosso campo de mostarda. Então a Monsanto veio ao nosso campo e fez algumas pesquisas. Depois nos notificaram que havia canola de sementes da Monsanto em nosso campo de mostarda. Perguntaram-nos o que queríamos que fosse feito. Pedimos que toda essa canola fosse retirada manualmente. A Monsantoconcordou. Dois dias antes do dia combinado para a retirada das plantas, enviaram-nos uma carta para que a assinássemos. E nessa carta a Monsanto estabelecia que minha esposa e eu estávamos proibidos de falar sobre a Monsanto com qualquer pessoa. Ou seja, que minha liberdade de expressão estava anulada, e se tivesse aceitado não poderia estar aqui falando com você. O que responderam?
Dissemos a eles que muitas pessoas morreram em nosso país lutando pela liberdade de expressão e que nós não pensávamos em entregá-la a uma corporação. Assim que respondemos à Monsanto que, com a ajuda de nossos vizinhos, iríamos retirar essas plantas. Com a ajuda dos nossos vizinhos removemos todas as plantas contaminadas e lhes pagamos 600 dólares. A verdade é que não foi muito dinheiro por três dias de trabalho. Mas mandamos a conta para a Monsanto e a Monsanto se recusou a pagá-la. Então mandamos a Monsanto à Corte, desta maneira, tivemos uma multinacional milionária na Corte por 600 dólares. Pode-se imaginar a vergonha da Monsanto, uma corporação internacional, ser chamada à corte por 600 dólares. Então, finalmente, tiveram que pagar os 600 dólares mais os custos legais e chegamos a um acordo de que não haveria mordaça legal. O importante não foi o dinheiro que tiveram que pagar, obviamente, mas importa a consequência legal. Porque se agora a lavoura de qualquer agricultora é contaminada, a empresa tem que pagar por essa contaminação. Esta foi uma vitória, não somente para nós, mas para os agricultores de todo o mundo, porque abre um precedente.
Você costuma dizer que no Canadá há vários cultivos, entre eles a canola, que já são completamente transgênicos. Por que os agricultores canadenses optaram por este tipo de sementes patenteadas?
Em 1996 foram introduzidas quatro sementes transgênicas no Canadá: o algodão, o milho, a canola e a soja. E os agricultores se entusiasmaram porque a Monsanto dizia no começo que com as sementes deles iríamos ter uma produção maior, lucros maiores, seriam mais nutrientes, e teríamos que utilizar menos químicos para obtê-lo. Mas aconteceu todo o contrário; estamos utilizando mais químicos que antes, e fazem tanto mal à saúde humana como ao meio ambiente. Também repetiram uma série de lugares comuns como esse que através destas sementes iríamos alimentar um mundo cheio de fome. Mas creio que se há algo que vai nos levar a ter mais fome no mundo, isso são os transgênicos. Nós, no Canadá, tivemos transgênicos durante 16 anos e cremos que o prejuízo já está feito. Agora é preciso fazer o que é possível para não permitir que entrem mais transgênicos em nossos países.
O que aconteceu com as plantações de canola transgênica que se espalharam pelo Canadá?
Imediatamente depois que se começou a utilizar estas sementes os lucros começaram a baixar. Mas o pior foi o aumento massivo no uso dos químicos, porque depois de alguns poucos anos as ervas daninhas se tornaram resistentes, causando enormes problemas às plantações de canola. Para eliminar esta super erva daninha, requer-se dos tóxicos mais fortes que já se teve notícia. A Monsanto produziu um tóxico, o mais tóxico que se conhece na face da Terra. Há outro químico que é o 2,4-D, que usam para matar esta super erva daninha, e este novo tóxico contém 70% do agente laranja, aquele que foi usado na guerra do Vietnã, em decorrência do qual milhares de pessoas morreram de câncer. Estes são os químicos poderosos que estamos usando hoje no Canadá, tóxicos massivos. Outra coisa que trataram de trazer ao Canadá é o gene terminator. O gene terminator é posto em um gene, a semente se converte em uma planta, mas a planta produz uma semente que é estéril, razão pela qual não pode ser usada para um novo plantio, e isso faz com que se tenha que comprar novamente as sementes da companhia.
Que implicações tem o uso de sementes transgênicas?
Temos uma questão econômica, de saúde, devido ao aumento do uso de químicos e ao veneno espalhado sobre os transgênicos, e um prejuízo para o meio ambiente devido ao uso dos químicos. Os transgênicos nunca foram concebidos para aumentar os lucros. O padrão dos genes introduzidos nas sementes pela Monsanto é para manter o controle do fornecimento de sementes e de alimentos em todo o mundo. Também se toma o controle do direito que o agricultor tem de usar suas sementes, perde sua capacidade de escolha e fica refém da compra das sementes todos os anos e a pagar um custo alto, além do fato de que tem que comprar mais químicos.
Como são as sementes que você utiliza hoje, depois de todo este processo?
Mudamos as sementes, não trabalhamos mais com a canola, estamos trabalhando com trigo, aveia e feijão. No Canadá a soja e a canola são totalmente transgênicas, não se pode ter uma fazenda orgânica destes cultivos. AMonsanto é hoje a companhia que administra totalmente o mercado das sementes para estes cultivos. Uma vez introduzidos os transgênicos, não existe a coexistência; o gene transgênico é um gene dominante, porque não se pode controlar o vento nem impedir que o pólen se desloque. Então, uma vez que as sementes transgênicas são introduzidas, não há possibilidade de que um agricultor continue com um desenvolvimento próprio de sementes.
Como vê o futuro da agricultura?
Os transgênicos estão destruindo o tecido social do país, nunca vi isso antes, os agricultores brigam entre si. Antes nos ajudávamos uns aos outros; agora isto está desaparecendo porque há desconfiança. Instalam o medo processando os agricultores. Esta nova tecnologia é ciência perversa e não é ciência comprovada. As corporações querem o controle total sobre as sementes, o que lhes dará o controle total sobre o abastecimento de alimentos. É disto que tratam os transgênicos e não para ter mais alimentos para acabar com a fome no mundo. Se os agricultores perdem o direito de cultivar sua própria semente, convertem-se em serventes da terra, regressando à época do sistema feudal. De certa forma, os agricultores já são serventes da terra, porque têm que comprar as sementes de determinada companhia, têm que comprar a licença do alimento, têm que comprar os químicos da mesma companhia, têm que pagar um direito para cultivar em sua própria terra, assim que penso que já somos serventes em nossa própria terra por uma corporação multinacional como a Monsanto. Caso a propagação de organismos geneticamente modificados continuar, o controle total do fornecimento de sementes e de alimentos do mundo estará nas mãos de corporações como a Monsanto, e isto acarretará problemas para a saúde, questões ambientais e perda de biodiversidade. Com os organismos geneticamente modificados já não haverá agricultura, mas agronegócio.


Instituto Humanistas Unisinos

BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

CICLOVIDA Completo