Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ABA: Carta à VEJA

Prezado Diretor de Redação,
Referentemente à matéria de Veja, da edição de 04 de janeiro/2012, sobre o tema dos agrotóxicos, chamou-nos primeiramente a atenção o tratamento parcial e tendencioso dado ao assunto, uma vez que se trata de um tema controverso, mesmo nos meios científicos, e que recebeu apenas o veredito de profissionais com legitimidade e isenção questionáveis, considerando que é possível que alguns representem, eles próprios, um comprometimento com a indústria de agrotóxicos, a qual é, obviamente, parte interessada na venda desses produtos. Segundo, soa como prepotente, para dizer o mínimo, a Revista tentar apresentar-se como dona da verdade em um tema sensível e controverso como esse. Por uma questão de imparcialidade e ética, o que se esperaria é que a matéria desse também amplo espaço para o contraditório.
Da mesma forma, foi visível a falta de senso crítico das jornalistas, que não questionaram os “conceitos” que alguns entrevistados convenientemente tentaram afirmar como sendo “modernos”, como ocorreu, já no início da matéria, em relação ao nome “Defensivos Agrícolas” em vez de agrotóxicos. Cabe esclarecer que o termo agrotóxico é definido de acordo com a LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989, que considera “agrotóxicos e afins: a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.” Fica claro que o termo adequado, definido por lei, para referir-se a quaisquer dos produtos acima mencionados é agrotóxico, ainda que a indústria e as entidades que representam seus interesses insistam em usar, eufemisticamente, o termo defensivos agrícolas.
Inseticidas, fungicidas, herbicidas, formicidas, etc, já carregam em seus nomes o princípio básico de sua ação: a função “cida”, sufixo originário do latim, caedere que significa matar. Não é toa que quase todos levam em seus rótulos uma CAVEIRA com as tíbias cruzadas e a inscrição "VENENO".
Sobre a afirmação de que “o Brasil é um dos países mais rigorosos no processo de registro de agrotóxicos” e que “os produtos disponíveis no mercado são seguros", não é isso que se constata na prática, uma vez que existem diversos casos em que formulações de agrotóxicos que são proibidos
em dezenas de países, permanecem, no entanto, com seu uso liberado no Brasil, como é o caso do Endossulfan, do Metamidofós e do Acefato, encontrados pela Anvisa em vários alimentos, como o pepino, pimentão, tomate, alface, cebola e cenoura. Cabe registrar e reconhecer o esforço realizado pela Anvisa para monitorar os resíduos de agrotóxicos nos alimentos, além de fiscalizar os abusos cometidos na comercialização e uso desses produtos.
No caso do Endossulfan, trata-se de um princípio ativo proibido em mais de 50 países, inclusive nos 27 da Comunidade Européia, na qual está proibido desde dezembro de 2005 e continua sendo comercializado livremente no Brasil (embora tenha tido sua fabricação proibida recentemente no Brasil desde 12-09-2010, a sua comercialização está permitida até 2012). A proibição de seu uso nos outros países deve-se ao fato do mesmo apresentar graves riscos ao meio ambiente e à saúde humana, podendo causar, entre outros, efeitos carcinogênicos, imunotoxidade e neurotoxidade. Além destas, outros produtos são causadores de patologias de pele, teratogênese, desregulação endócrina, efeitos na reprodução humana e no sistema imunológico.
A reportagem afirma, de forma irresponsável, que “não existe comprovação científica de que o consumo a longo prazo ... provoque problemas graves em seres humanos”. Segundo Faria et al. (2007)1 publicações da Organização Internacional do Trabalho/ Organização Mundial da Saúde (OIT/OMS) estimam que, entre trabalhadores de países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam anualmente 70 mil intoxicações agudas e crônicas que evoluem para óbito, e pelo menos 7 milhões de casos com doenças agudas e crônicas não-fatais. Isso representa, sem dúvida, elevados custos para a saúde humana e ambiental. Segundo Rigotto (2011)2, ainda segundo a OMS, para cada caso de intoxicação por agrotóxicos diagnosticado e notificado existem pelo menos 50 casos não notificados.
Apesar de vários produtos serem proibidos em diversos países, há fortes pressões do agronegócio para mantê-los autorizados no Brasil e, embora estejam em reavaliação, continuam sendo importados em larga escala pelo país.
A questão do estabelecimento de limites permitidos de resíduos de agrotóxicos em alimentos é bastante complexa. Sabemos que o estabelecimento de “níveis seguros” de venenos que poderíamos ingerir todos os dias é uma falácia. Nenhum estudo laboratorial pode comprovrar com toda certeza que determinado nível de veneno é inócuo para a saúde das pessoas. Estudos feitos com cobaias sugerem que certos níveis de resíduo parecem não produzir efeitos colaterais, até que o surgimento de técnicas mais modernas ou novas evidências científicas provem o contrário. Para alguns especialistas, a determinação de limites aceitáveis de resíduos representa, na verdade, a “legalização da contaminação”.
1 Ciência & Saúde Coletiva, 12(1):25-38, 2007.
2 Raquel Rigotto, entrevista a Caros amigos, dezembro de 2011.
O lobby das empresas produtoras de agrotóxicos é evidente, como se pode perceber pelo gritante exemplo da alteração do limite permitido de resíduos de glifosato para que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) pudesse liberar a soja transgênica no Brasil. Em 1998 a Anvisa alterou o limite permitido de resíduos de glifosato em soja, aumentando-o em 10 vezes! Ele passou de 0,2 ppm (partes por milhão) para 2,0 ppm. Mas em 2004 o limite do veneno na soja aumentou ainda mais: foi para 10 ppm, ou seja, 50 vezes maior que o limite inicialmente permitido.
Os níveis de contaminação por agrotóxicos vão muito além dos registros de resíduos em alimentos. As águas dos rios e aquíferos estão contaminadas por venenos agrícolas. Na Chapada do Apodi no Ceará, a água que sai das torneiras tem até 12 tipos de veneno. O aquífero Jandaíra, localizado sob parte do Ceará e do Rio Grande do Norte está sendo contaminado pelos venenos utilizados na produção de banana e abacaxi. O famoso aquífero Guarani está também sendo contaminado por agrotóxicos.Os alimentos, o ar, as chuvas e até mesmo o leite materno estão contaminados de venenos provenientes das aplicações maciças nas regiões onde o agronegócio impera, como ficou constatado no Mato Grosso. Em março de 2011 foi divulgada amplamente a contaminação em leite materno com agrotóxicos, no município de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, região dominada pela produção de soja e do milho transgênicos.3
A reportagem também erroneamente afirma: “período de carência é o intervalo mínimo entre o uso do pesticida e a colheita”, no entanto, a definição correta de período de carência ou intervalo de tempo, em dias, é o tempo que deve ser observado entre a aplicação do agrotóxico e a colheita do produto agrícola para que o alimento colhido não possua resíduos dos agrotóxicos em níveis superiores aos limites máximos estabelecidos pela ANVISA. Continua a reportagem: “tempo em que o defensivo se degrada e perde sua toxicidade para os seres humanos”. Isto é uma inverdade. A pressuposta degradação ou ausência de agrotóxicos nos alimentos não significa que os problemas tenham desaparecido, pois existem os metabólitos que podem estar presentes. As conseqüências ambientais e para a saúde, em função de uma aplicação que deixou residual, podem permanecer por muito tempo. Segundo Spadotto & Gomes4 “determinados produtos químicos são rapidamente decompostos no solo, enquanto outros não são degradados tão facilmente. Algumas moléculas são moderadamente persistentes e seus resíduos podem permanecer no solo durante um ano inteiro, outras podem persistir por mais tempo. No ambiente aquático, além da hidrólise e da fotólise, os agrotóxicos podem também sofrer a degradação biológica e, ainda, a bioacumulação e a biomagnificação (bioacumulação em níveis elevados da cadeia trófica), diferenciando apenas os microrganismos nesse ambiente em relação àqueles presentes no solo”. E mais, advertem que além dos riscos da molécula original, os metabólitos ou produtos de degradação dos agrotóxicos apresentam toxicidade e ecotoxicidade com enormes diferenças em relação à molécula-mãe. Alguns
3 Fonte: LONDRES, F. e MONTEIRO, D. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. RJ, 2011
4 Em: Agência de Informação Embrapa, Agricultura e Meio Ambiente. Qualidade Dinâmica e Riscos de Contaminação.
destes produtos de degradação podem ser inclusive muito mais tóxicos que o
ingrediente-ativo original. A título de exemplo, pode ser citado o glifosato, que
produz o ácido aminometil fosfônico (AMPA) como primeiro metabólito, que por
sua vez produz outros que ainda não são investigados e que podem ser mais
tóxicos para a cadeia trófica. Além desse, há o exemplo clássico do DDT que
ao perder uma molécula de HCl, por degradação biológica ou ambiental, forma
o metabólito conhecido como DDE, que é ainda mais resistente às
degradações que o DDT.
Cabe lembrar que não é por acaso que o Brasil é considerado o
campeão mundial de consumo de agrotóxicos, atingindo a incrível marca de 5,7
litros por habitante/ano. Esse dado foi, estranhamente, esquecido ou, o que é
mais grave, ignorado intencionalmente pelas jornalistas, que conseguiram fazer
uma matéria que destacou apenas um lado da questão, o dos “benefícios”
supostamente decorrentes do uso de agrotóxicos. Lamentamos essa postura,
profundamente comprometedora para uma revista que se pretende séria e,
ironicamente, se intitula como “indispensável”. Perdem com isso os leitores da
revista e perde, ainda mais, a sociedade brasileira, pelo nível superficial, pouco
sério e, sobretudo, tendencioso como um tema tão importante como esse foi
tratado na referida matéria.
Atenciosamente,
Associação Brasileira de Agroecologia

Rede das Culturas Populares

4º Encontro da Rede das Culturas Populares inicia nova fase para a organização do segmento

Por racismoambiental, 31/01/2012 16:40
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Thereza Dantas e Victoria Almeida
A quarta edição do Encontro da Rede das Culturas Populares ocorrida no último dia 28 no Largo Zumbi dos Palmares (Porto Alegre) estabeleceu mudanças significativas para a articulação do segmento. Durante o encontro, representantes do Ministério da Cultura (MinC), Rede dos Pontos de Cultura, movimentos sociais, e outros circuitos discutiram e definiram o Plano de Trabalho para o biênio 2012/13, reformaram a Carta de Princípios e estabeleceram que a Secretaria Executiva, antiga necessidade do movimento, ficará à cargo do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais. Com o intuito de agregar às culturas populares a diversidade das manifestações tradicionais expressas pelas comunidades quilombolas, ciganos, ribeirinhos, pescadores artesanais, povos de terreiro, dentre outros, foi definida também a mudança de nome da Rede, que, agora, passa a se chamar Rede das Culturas Populares e Tradicionais (RCPT).
Atuante na promoção de ações voltadas para a valorização, divulgação, e articulação dos envolvidos nos circuitos das culturas populares e tradicionais, a Rede conta atualmente com cerca de 5 mil membros em todo o Brasil, integrando também pessoas de países como Portugal, Argentina, Uruguai e Venezuela. Até o momento, as principais ferramentas usadas para o desenvolvimento dos trabalhos são os fóruns de discussão nas principais redes sociais (https://www.facebook.com/groups/culturaspopularesetradicionais/) e, também, via e-mail (culturaspopularesBR@yahoogrupos.com.br).
Com os encaminhamentos estabelecidos no encontro, a Rede passa a trabalhar de forma coletiva na execução direta de projetos. Esta ação será consolidada por meio de parcerias públicas e privadas e sugestões de políticas públicas aos governantes em níveis municipal, estadual e federal e nas instâncias dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público.
Entre as principais ações previstas para este ano, encontram-se a realização do Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares e Tradicionais e a publicação de uma Cartilha com sugestões de programas em prol das culturas populares e das expressões dos povos e comunidades tradicionais. Essa cartilha tem como objetivo, também, disseminar entre os candidatos a prefeito e a vereador deste ano, conhecimentos e informações sobre como trabalhar projetos e políticas de desenvolvimento sustentável para estes segmentos.
Formalização de participantes
Além da execução de ações previstas no Plano de Trabalho, a RCPT estará, a partir de agora, formalizando a adesão dos membros já integrados e de novos interessados em participar da Rede. Por meio do envio do Termo de Adesão à Secretaria Executiva de forma escrita ou oral, pessoas físicas e jurídicas, ONGs, empresas, coletivos informais e outros segmentos podem fazer parte da Rede. As propostas de adesão serão avaliadas preliminarmente pela Secretaria Executiva, que encaminhará o ingresso definitivo dos novos membros à Assembleia Geral, instância máxima de operação da Rede.
Rede das Culturas Populares e Tradicionais
Fundada no ano de 2007 durante a realização do II Seminário Nacional de Políticas Publicas para as Culturas Populares ocorrido em Brasília, constam entre as principais conquistas da Rede a formação dos colegiados setoriais de culturas populares e culturas indígenas que, hoje, fazem parte da estrutura do Conselho Nacional de Políticas Culturais.
O 4º encontro da RCPT contou com as presenças de Marcelo Manzatti (Famaliá), Thereza Dantas (Revista Raiz); Marly Cuesta (Rede dos Pontos de Cultura do RS); Raoni Machado e Ricardo Batista (SCC/MinC); Alexandre Fraga (Colegiado Setorial de Culturas Populares do RS); Sandro Santos (Secretaria de Estado da Cultura do RS); Antônio Matos (Ponto de Cultura Campo da Tuca e Movimento Negro Unificado); Nina Rodrigues (Mocambos RS), dentre outros(as).
Participe da RCPT preenchendo os Termos de adesão abaixo e enviando-os para marcelo.manzatti@terra.com.br:
Dúvidas e sugestões podem ser encaminhadas também por telefone: (61) 3964-0661 ou (61) 9325-8037.
Enviada por Marcelo Manzatti para a lista superiorindigena.

Imagens que gritam...

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Árvores do Mundo: Moringa oleifera

Árvore milagrosa como um supermercado ao ar livre


por Kristin Palitza, da IPS
220 Árvore milagrosa como um supermercado ao ar livreCidade do Cabo, África do Sul, 27/1/2012 – Os países africanos costumam se voltar para a comunidade internacional quando uma crise alimentar atinge o continente. Contudo, a solução para enfrentarem o problema sozinhos pode ser uma árvore de rápido crescimento, resistente à seca, com folhas extremamente nutritivas. Uma plantação de 15 hectares da “árvore do milagre”, a Moringa oleifera, ou apenas moringa, já começou a ter efeito positivo na aldeia de Tooseng, localizada em Limpopo, uma das províncias mais pobres da África do Sul.
Suas folhas são consideradas um “superalimento”, pois os cientistas descobriram que contêm o cálcio de quatro copos de leite, a vitamina C de sete laranjas, potássio de três bananas, três vezes mais ferro do que o espinafre, quatro vezes mais vitamina A do que uma cenoura e o dobro da proteína do leite. É como um supermercado em uma árvore.
Mavis Mathabatha, ex-professora de Tooseng, trabalha há três anos em uma plantação de moringa, cuja produção de folhas será suficiente para marcar a diferença em sua comunidade e além dela. “Quero fazer diferença em minha região, na província e em todo o país com este projeto”, explicou. Em 2009, começou a colher, secar e moer as folhas de moringa das primeiras árvores plantadas para misturar à comida oferecida às cerca de 400 crianças pobres do Centro Sedikong sa Lerato (círculo do amor, em sesotho).
O centro alimenta meninos e meninas de famílias com renda abaixo de US$ 250 por mês, e isto significa que atende quase todos os menores de Tooseng, uma comunidade afetada por desemprego, pobreza, insegurança alimentar e pouca diversidade alimentar, desnutrição e infecções com o vírus HIV, causador da aids. “Os resultados foram visíveis quase imediatamente. A saúde das crianças melhorou em pouco tempo”, informou Elizabeth Serogole, diretora do Centro, que trabalha em estreita colaboração com Mathabatha.
Muitas crianças começavam a dar mostras de desnutrição, como úlceras na pele, que começaram a cicatrizar pouco depois de comerem o pó das folhas. Complementar os alimentos com moringa também aumentou claramente a capacidade dos menores para prevenir doenças e infecções e estimulou seu desenvolvimento intelectual. “A maioria se concentra mais nas aulas”, afirmou Serogole. É necessária apenas uma colher das de chá de pó de moringa por dia.
“É uma planta fantástica, pois cada parte tem seus benefícios”, destacou Samson Tesfay, que realiza sua pós-graduação no Departamento de Ciências de Horticultura, na Universidade de KwaZulu-Natal. “Tem usos práticos, medicinais, terapêuticos e nutritivos. É extremamente efetivo no combate à desnutrição”, afirmou Tesfay. Além disso, a vagem verde da moringa está cheia de aminoácidos, e suas folhas também são usadas com fins medicinais, para tratar infecções cutâneas, pressão baixa, açúcar no sangue, reduzir o inchaço, curar úlcera gástrica e acalmar o sistema nervoso, acrescentou Tesfay.
A planta, originária do norte da Índia, é utilizada na antiga medicina hindu, a ayuverda, há séculos, e lhe atribuem a capacidade de prevenir cerca de 300 doenças. Além disso, suas sementes pode ser usadas para purificar a água de zonas rurais, onde é difícil encontrar reservas potáveis, o que costuma ser causa de doenças. “São efetivas em 98% na redução de impurezas e micróbios da água contaminada”, explicou o cientista.
A espigada árvore de galhos caídos não é invasiva, precisa de pouca água e cresce rápido, alcançando três metros de altura em um ano. O ritmo de crescimento é constante em Tooseng, nordeste da África do Sul, uma zona árida que nos últimos anos registra poucas chuvas. “A árvore pode sobreviver em condições relativamente desfavoráveis e não requer métodos de cultivo sofisticados nem caros, bem como insumos”, destacou Tesfay.
A moringa pode se converter em uma forma eficaz de prevenção da fome em todas as partes, segundo especialistas, pois pode crescer em regiões subtropicais, onde prevalece a seca e a desnutrição, isto é, a maior parte de África, América do Sul e Central, Oriente Médio e sudeste de Ásia Pacífico.
Mathabatha ampliou seu cultivo de moringa aos poucos, a partir de 2009. Após conhecer os múltiplos benefícios da árvore, pediu um empréstimo na agência regional Southern Africa Trust (SAT), com o qual começou seu projeto.
Atualmente, é a feliz proprietária de 13 mil árvores. Contudo, isso não foi tudo. A ex-professora desejava compartilhar sua descoberta dos benefícios nutritivos da moringa com outras pessoas, e distribuiu mais de seis mil mudas para famílias pobres de várias comunidades dos arredores de Tooseng, além de fazer uma campanha de educação sobre seus efeitos positivos.
“Plantar e distribuir moringa representa um enfoque holístico da luta conta a insegurança alimentar”, disse Ashley Green-Thompson, que dirige o projeto de empréstimos, ao explicar por que o SAT aprovou o financiamento. “O grau de insegurança alimentar das famílias é um dos principais indicadores de pobreza, e é muito alto nesta região”, disse.
Mathabatha produz e embala cerca de dez mil toneladas de pó de folha de moringa por ano, que são distribuídas não só na África do Sul, como também em Botsuana, Suazilândia e Lesoto. “Espero ampliar o mercado nos próximos anos. Há um grande interesse em meu produto”, afirmou. Entretanto, foi o desejo de ajudar os demais, mais do que fazer dinheiro, o que motivou Mathabatha a expandir seu negócio. Vendendo a 60 centavos os 40 gramas de pó de folha usados por uma pessoa durante um mês, a empresária de 52 anos fez prevalecer a disponibilidade diante da ganância. Envolverde/IPS
(IPS)



domingo, 29 de janeiro de 2012

"Terra do ouro doce”

Terra do ouro doce” mais 5 outro(s) assunto(s)


Terra do ouro doce
Posted: 16 Jan 2011 03:07 AM PST
Matéria do Globo Rural exibida em 14/11/2010 sobre a produção da cacau da Amazônia Equatoriana por agricultores familiares em sistemas agroflorestais.
“É no sopé da Cordilheira dos Andes que começa a grande, a imensa floresta que chamamos de amazônica.
Hoje, o Globo Rural vai até um dos menores países da América do sul, o Equador, para conhecer um pedaço de sua floresta.
Dentro do grande bioma amazônico, a parte que cabe ao Equador é pequena se comparada com a Amazônia brasileira, a peruana ou a colombiana, por exemplo. Mas para o Equador, a floresta ocupa quase a metade do território.
Como o equador não faz fronteira com o Brasil, em geral sabemos pouco sobre ele. Mas, tirando os picos nevados e os vulcões, temos muita coisa em comum. É o que vamos ver na vida dos agricultores que plantam o cacau que dá um dos melhores chocolates do mundo.”

Chocolate sustentável

Produtores de chocolate fino

Transcrição

Chocolate sustentável

gora, numa reportagem internacional, você vai ver uma Amazônia que nós, brasileiros, praticamente não conhecemos. Nélson Araújo foi ao Equador para mostrar uma interessante experiência de agricultura sustentável com pequenos produtores de cacau.
São agricultores que formaram uma cooperativa e, com a ajuda de ONGs, estão realizando a façanha de exportar não a matéria-prima, o cacau em pó, como o país sempre fez, mas o chocolate pronto.
O Equador é como aquele vizinho que a gente quase nunca vê e de quem pouco se sabe. O povo tem forte influência indígena nos traços e nos costumes, e a geografia é bem
acidentada. Só de vulcões, o país tem mais de 70.
No mapa da América do Sul, assim como o Chile, o Equador não faz fronteira com o Brasil. Estamos separados pelo Peru e pela Colômbia, mas temos uma coisa em comum sobre a qual falamos já, já.  Não é a Cordilheira dos Andes, em cujos altos se assenta a capital Quito, cidade muito bonita, a primeira a ser declarada pela ONU como Patrimônio da Humanidade.
E você sabe por que o Equador ganhou esse nome? Nos arredores da capital, encontra-se uma explicação magnífica: há construções que fazem parte de um grande parque chamado “Metade do Mundo”. A alameda central é cheia de bustos, representando os pesquisadores de uma missão francesa que foi para o país em 1736. O objetivo era fazer medições científicas do planeta. A expedição durou nove anos. A torre com uma bola no topo é um monumento ao que eles encontraram: o ponto exato da metade da Terra. Foi a partir de lá que projetaram a linha imaginária do Equador, que quer dizer igualador, que divide um todo em duas partes iguais.
Quem está na metade do mundo pode viver uma experiência interessante. Numa fração de segundo, atravessar a linha equatorial e passar do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte. Voltar ou ficar com um pé em cada lado da Terra.
O complexo em homenagem à missão geodésica é hoje a principal atração turística continental do país, com quase um milhão de visitantes do mundo todo por ano.
Nos museus, nos pavilhões científicos, há muito o que se aprender. Dá para entender porque o país que se chamava Real Audiência de Quito adotou o nome de Equador. E, achando-se a posição certa, é possível ficar com o globo terrestre na palma da mão, como fazem a Stefani Marina e a Marcela Palmilla, amigas de Guayaquil.
A foto, a lembrança  imperdível da Metade do Mundo é ao lado  da placa indicando que estamos na latitude 000. Essa linha dá a volta ao mundo e corta inclusive uma parte do Norte do Brasil. Macapá, capital do Amapá, também está a 00.
Já São Paulo, localizada na parte de baixo, está na latitude de 23°, hemisfério Sul. No hemisfério Norte, Nova York, se localiza 43° acima. Voltando ao Equador, seguindo o eixo pra direita, em direção a leste, na latitude 00, transpomos a Cordilheira do Andes ao que o Brasil tem em comum com o Equador, apesar da distância e separação: a Floresta Amazônica.
Assim como o Brasil, praticamente a metade do território equatoriano se estende pela Amazônia.  Este ponto da maior bacia hidrográfica do mundo é rico em nascentes.
As plantações de cacau do Equador se espalham por várias regiões. A que vamos conhecer fica na parte oriental, já em plena Floresta Amazônica. Os produtores, em sua maioria, são agricultores ribeirinhos. Para visitar uma propriedade, estamos descendo agora o rio Napo, cujas águas vêm da Cordilheira dos Andes para ajudar a formar o nosso Amazonas.
A propriedade nos foi indicada pela associação dos produtores. Fica no município de Tena, a uma hora e meia da cidade. O proprietário Cesar Dahua tinha ficado de nos esperar na beira do rio, mas chegamos com duas horas de atraso. Não encontramos ninguém. Na companhia do agrônomo Carlos Pozo, saímos a procurá-lo. Na palafita, ele não está.
Carlos vasculha nos arredores e volta informando que por ali também ele não está. Que situação, hein? Nestes confins da Amazônia equatoriana, as propriedades não são grandes. Têm em média 50 hectares. Só que é tudo floresta, e cultivo misturado. Tanto que nem usam palavras como roça, lavoura, pomar. Falam mata de cacau. Um olho desacostumado nem vai distinguir os cacaueiros no meio do arvoredo.
Procuramos bastante para lá e para cá e já íamos dando a viagem como perdida quando, finalmente, logramos encontrar o produtor. Outra palavra que não se ouve na região é empregado. A família é que faz tudo. Cesar avoca para si a tarefa de identificar e colher as cápsulas maduras de cacau.
Quem se lembra das grandes fazendas de cacau do Brasil logo entende que aqui é tudo artesanal. Dom Cesar plantou apenas sete hectares, mas a colheita é demorada. “Ah! É praticamente o ano inteiro. Tem um período de frutificação mais intenso que vai de janeiro a agosto. Depois, a produção cai que é quando a gente faz os tratos culturais”, diz.
O tipo de cacau do Equador é chamado de nacional, porque é nativo da Floresta Amazônica daqui, mas foi cruzado com uma variedade que veio da América Central, o que resultou numa diferença de cor e de sabor. O amarelo é mais frutado, e o vermelho é mais floral. “É um privilégio a Natureza nos dar um cacau tão diferenciado como este. Já tentaram plantar em outros lugares, mas não dá com sabor igual ao daqui”, completa o agricultor.
Carlos Pozo é um dos que dão assistência agronômica aos cacaueiros. Cesar segue as regras de produção de uma cooperativa que congrega 850 famílias da cabeceira do rio Napo. “A nossa orientação básica é pra que o agricultor não faça monocultivo”, diz Pozo.
De fato, num lado de um pé de cacau a gente pode ver uma balsa, árvore que passa dos 30 de altura. Do outro, um pé de cedro amazonense. Tem algodão, mandioca, banana, mamão, laranja, e até um coquinho que aqui chamam de morete, o nosso buriti. Pozo lembra que “a diversidade garante a saúde da plantação, pois aumenta a presença dos inimigos naturais do cacau”.
O micro clima úmido da mata de cacau às vezes favorece o surgimento de fungos. Aparecem doenças como a “escova de bruja”, a vassoura de bruxa, que é natural da Amazônia, mas o controle tanto de doenças como de pragas é obrigatoriamente natural, sem agrotóxico. “Sem venenos. Nossa produção se caracteriza por uma produção sã, totalmente orgânica, defendendo a biodiversidade e nossos ecossistemas”, afirma Pozo.
O transporte dos frutos colhidos do ponto de coleta até a casa fica ao encargo da família. Cesar tem uma turma grande: oito filhos, quatro netos. Madalena, a esposa, reúne quem está disponível no fim da tarde para a tarefa. Juntos, fazem também o processamento rudimentar da despolpa. Uns cortam lateralmente a cápsula e outros completam, derrubando os grãos nas vasilhas.

Produtores de chocolate fino

O Equador é o principal exportador de cacau fino do mundo. A cooperativa Kallari, da Amazônia equatoriana, conseguiu entrar num mercado ainda mais exigente, o de chocolate fino, o chamado produto gourmet. Esse chocolate não está à venda no Brasil. Toda a produção vai para as bombonières de luxo da Europa e dos Estados Unidos.
Na manhã seguinte ao dia da coleta, Cesar sobe o rio Napo levando o saco cheio de grãos de cacau. A viagem não é longa, em torno de vinte minutos.
Rio acima há um porto, onde um caminhão da cooperativa vem coletar, melhor dizendo, vem  comprar o cacau. É o ponto de reunião de vários cacaueiros ribeirinhos.  De cara, chama-nos a atenção ver que o produtor recebe o pagamento na hora. E o dinheiro é o mesmo dos Estados Unidos, o dólar, pois, desde o ano 2000, o Equador adotou como valor corrente a moeda americana. Também é de se estranhar o palavreado que ouvimos durante a pesagem.
Tantos séculos depois da chegada dos espanhóis, o venda dos grãos é feita em quíchua, a língua dos incas. Os incas dominaram boa parte da Cordilheira dos Andes até 1500. Tinham como língua oficial o quíchua, nome do povo pré-histórico que já ocupava a região. Pergunto a Elias Alvarado, diretor da cooperativa, por quê, já que no Equador todo mundo fala espanhol. “O idioma materno desses produtores ribeirinhos é o quíchua. Eles sentem mais confiança quando negociamos assim. Antes, vendiam para os atravessadores que falavam em espanhol e os passava para trás. Agora, sentem-se mais seguros”, diz.
Olha aí: vamos acompanhar agora a pesagem do saco de cacau que Cesar trouxe. “Pata tchucuchunga pitsca” corresponde a 72,5 kg. A um dólar o quilo, dom Cesar recebe US$ 72,50.
Sobra tempo para Cesar porque a cooperativa compra o cacau in natura, desobrigando o  produtor das tarefas pré-industriais. Toda a produção é transportada para a sede da cooperativa, que fica nos arredores de Tena. A polpa é despejada em caixotes de madeira no armazém de fermentação. Antes, os produtores é que cuidavam disso. Mas, juntando tudo assim, é possível ter um controle melhor e padronizar o produto. “A finalidade da  fermentação é dar maior aroma e sabor ao cacau, que é o que vai diferenciar o nosso chocolate”, diz Pozo.
Carlos Pozo explica que o processo pode durar  até uma semana. Os grãos começam com uma temperatura de 23°C, que vai subindo até os 50°C. O embrião da semente morre. Portanto, não há emissão de raízes. E há um momento crucial, que é um segredo que descobriram, em que o cacau começaria a apodrecer, mas é retirado antes. Carlos corta um grão e mostra: as estrias indicam que o inchamento da amêndoa está perfeito.
Terminada a fermentação, o cacau é espalhado em tabuleiros para a secagem. É natural, só com a luz do sol. Mas, como aqui, nunca se sabe quando vai chover, o secador solar tem teto protetor.
As amêndoas são viradas e reviradas até o grau de umidade cair para 6,5%, que é bem baixo. É para evitar que se estraguem, pois, mesmo em condições ideais de armazenamento, a umidade relativa do ar na Amazônia equatoriana é elevada. Com quatro ou cinco dias de sol, o grão fermentado no cacau já está seco, pronto para industrialização.
É numa indústria da capital que acontece a transformação do cacau da cooperativa Kallari. Os grãos são torrados, moídos e cozidos até virarem uma pasta que tem 50% de gordura. A maior parte da manteiga é retirada. Acrescenta-se o açúcar, e a mistura passa, então, por um longo processo de refino.
O cacau colhido pela família de Cesar Dahua e outras de Tena tornou-se o chocolate gourmet mais exportado do Equador. São 300 mil barras por ano para os Estados Unidos e para a Europa. Por coincidência, na fábrica de chocolate em Quito, encontramos dois suíços, o casal Dora Houssein e Louis Houssein, que são degustadores de chocolate há mais de 50 anos.
O casal está aqui para orientar a fabricação do Kallari, que já ganhou até selo de produto orgânico do Departamento de Agricultura americano. “Eu tenho aqui 70% de cacau e me agrada muito. É muito natural e finíssimo”, diz Louis.
Com um aparelhinho, é possível medir a textura do chocolate. É um micrômetro, capaz de avaliar coisas absolutamente pequenas. Imagine: um milímetro dividido por mil. Segundo seu Louis, um chocolate considerado bom tem textura de 25 mícrons. O da Kallari fica abaixo de 20, o que lhe dá uma grande leveza. “Na Suíça, mistura-se o cacau com leite. Mas este é puro. Não leva outras coisas”, completa o degustador.
Quem é que compra esse produto, lá fora? É o que perguntamos ao exportador Fausto Moncayo, da Companhia Equatoriana de Chocolate. “É um consumidor exigente que gosta de conhecer coisas diferentes, experimentar novos sabores e saber a origem do produto que compra”, diz.
Segundo Moncayo, o  chocolate gourmet tem um mercado crescente. Está no mesmo trilho, por exemplo, do mercado de vinhos finos onde o consumidor aprecia uvas de variedades diferentes; no requinte dos azeites mais puros; no toque único dos cafés gourmets, que apresentam aromas e sabores exclusivos da região de origem. “Tem gente disposta a pagar mais pela finesse, pela qualidade. Graças a isso, o Equador, que sempre foi um dos principais exportadores de matéria prima, de cacau em pó, agora entra no promissor mercado do chocolate de excelência”, afirma Fausto.
E há um atributo a mais, de grande apelo nos países ricos e que  vira até assunto entre quem vai saborear o Kallari: este é um  produto amazônico, de origem sustentável, que sai das mãos
de cacaueiros ribeirinhos.
Antes, esse grupo de produtores tinha um nome enorme: Associação dos Pequenos Agricultores de Cacau do Alto Médio Rio Napo do Cantão de Tena. Depois, com orientação mercadológica de uma ONG americana, mudaram o nome, que é uma marca, por trás de uma sabedoria quíchua. “É uma palavra quíchua que, ao mesmo tempo, significa ‘resgate’ e ‘despertar’. Recuperamos o conhecimento dos nossos ancestrais no manejo das florestas, fazendo um cultivo que não agride o ambiente, e projetamos para o futuro uma conservação que garanta a sobrevivência da floresta e de nossos filhos. Por muito tempo, fomos menosprezados: achavam que na Amazônia não se podia produzir nada. Estamos mostrando que aqui se pode fazer uma agricultura sustentável”, afirma Alvarado.
Notável o exemplo que vem desses ribeirinhos que souberam se unir, procurar e aceitar  ajuda de fora para que possam continuar aqui, mantendo a floresta, se mantendo, mantendo seus costumes. No dia em que visitamos Cesar, Madalena nos preparou um almoço típico: peixinho do rio Napo, recheado com palmito, assado na folha da bananeira. Foi aí, de sobremesa, que experimentamos pela primeira vez o Kallari, chocolate que desmancha na boca.
O que sente um ribeirinho desses confins da Amazônia equatoriana, sabendo-se autor de uma delícia que vai ser apreciada por um francês, um alemão, até mesmo um suíço? “Me sinto feliz,  primeiro, em contribuir  para levar tão longe o nome da nossa cooperativa. Segundo, porque agora temos uma renda. Antes, ficava tudo nas mãos do intermediário”, diz Cesar.
Firme no propósito de manter as tradições, Cesar ensina quíchua para os filhos. E é na língua nativa que nos faz uma saudação de despedida. “Eu disse que os brasileiros foram muito bem-vindos à nossa terra. Eu os felicito e agradeço sua visita”, explica.
Madalena também agradece em quíchua. Madalena, Cesar, “pagratio”, obrigado a vocês também.


Plantio mecanizado de florestas: faça você mesmo
Posted: 15 Jan 2011 09:01 AM PST
“O filme mostra passo a passo a aplicação da técnica de plantio de sementes nativas com maquinário agrícola para promover a restauração florestal.
A técnica de plantio mecanizado de florestas, utilizada pelo Instituto Socioambiental (ISA) e instituições parceiras nos trabalhos de restauração florestal realizados no âmbito da Campanha Y Ikatu Xingu, é apresentada em detalhes no vídeo “Plantio mecanizado de florestas: faça você mesmo”.
O vídeo, produzido pela Sertão Filmes, produtora parceira da Campanha Y Ikatu Xingu, tem o intuito de disseminar o uso da técnica do plantio mecanizado de florestas que possibilitou colocar mais de dois mil hectares em processo de restauração florestal na bacia do Rio Xingu, no estado de Mato Grosso.
No plantio mecanizado de florestas, diversas espécies de sementes nativas são misturadas e colocadas em maquinários agrícolas, como a plantadeira e a lançadeira de sementes, para realizar o plantio direto. Essa mistura é chamada de “muvuca” e foi aperfeiçoada pela equipe de restauração florestal do ISA para se adaptar às necessidades da região da bacia do Rio Xingu, que abriga vegetação de cerrado e floresta amazônica. A técnica oferece diversas vantagens, além de ser mais rápida e barata em relação ao plantio de mudas.
A muvuca contém sementes de diversas espécies florestais a leguminosas de adubação verde, como o feijão de porco, feijão guandu e crotalaria, que protegem o solo enquanto as árvores crescem. Ela é normalmente utilizada para o plantio de agroflorestas e, por conter espécies frutíferas, resiníferas, medicinais e madeireiras, pode trazer retorno econômico para o dono da área.”
O vídeo está separado em 3 partes aqui:
Esses vídeos fazem parte do DVD lançado pela campanha Y Ikatu Xingu do Instituto Socioambiental. Veja detalhes de como solicitar o seu DVD ao ISA aqui.


Depoimentos sobre os benefícios do SAF na agricultura familiar
Posted: 14 Jan 2011 07:26 AM PST
“Contendo depoimentos de agricultores familiares, o vídeo é um resumo do dia de campo realizado em 11 de agosto de 2010 em unidade demonstrativa do projeto “Biodiversidade e transição agroecológica de agricultores familiares”, coordenado pela EMATER-DF.
O Biólogo Juan Pereira do IPOEMA é um dos técnicos que trabalham no projeto.”
Mais informações: IPOEMA – Instituto de Permacultura, organização, ecovilas e meio ambiente


Sistemas Agroflorestais e Desenvolvimento Agrícola Familiar
Posted: 14 Jan 2011 06:21 AM PST
Um Estudo de Caso sobre o Projeto Policultura no Semi-Árido, Pólo de Umburanas/BA. Monografia por Hilbério Santos Silva. Universidade Federal de Sergipe. 2009.


Lançamento do site: Um pé de que?
Posted: 14 Jan 2011 04:47 AM PST
O programa do Canal Futura que acaba de comemorar seu décimo aniversário, acaba de nos presentear com um site com informações de mais de 100 espécies de árvores.
Não posso deixar de honrar uma das iniciativas mais inteligentes da mídia brasileira para divulgação dessa nossa gloriosa biodiversidade. A Regina Casé é a pessoa perfeita para nos aproximar desse mundo de conhecimento e cultura. O site conta também com um guia visual de identificação de espécies. E o melhor de tudo é que cada espécie traz uma versão compacta do programa que foi ao ar.
Inclua o site nos seus favoritos para garantir meses de conhecimento (e diversão!): www.umpedeque.com.br.
Assista ao tutorial abaixo sobre o uso do site:

Espécies abordadas pelo programa

  • Sapucaia – Lecythis pisonis
  • Embaúba – Cecropia pachystachya
  • Buriti – Mauritia flexuosa
  • Abricó de Macaco – Couroupita guianensis
  • Juçara – Euterpe edulis
  • Paineira – Chorisia speciosa
  • Figueira – Fícus guaranitica
  • Dendê – Elaeis guineensis
  • Jatobá – Hymenaeae courbaril
  • Favela – Cnidos colus phyllacanthus
  • Juazeiro – Zizyphus joazeiro
  • Coqueiro – Cocos nucifera
  • Pau-Brasil – Caesalpinia echinata
  • Araucária – Araucária angustifolia
  • Pau-Ferro – Caesalpinia ferrea
  • Jequitibá – Cariniana estrellensis
  • Ipê – Tebuia impetiginosa
  • Guapuruvu – Schizolobium parahyba
  • Bananeira – Musa paradisiaca
  • Jurema – Minosa tenuiflore
  • Jacarandá – Dalbergia nigra
  • Carnaúba – Copernicia prunifera
  • Mangue – Rhizofora mangle
  • Seringueira – Hevea brasiliensis
  • Cajueiro – Anarcadium ocidentali
  • Jaqueira – Artocarpus heterophyllus
  • Castanheira – Bertholletia excelsa
  • Bambú – Bambusa vulgaris
  • Erva Mate – Ilex paraguariensis
  • Eucalipto – Eucalyptus globulus
  • Goiabeira – Psidium guajava
  • Imbuía – Ocotea porosa ?
  • Pau- Mulato – Calycophyllum spruceanum
  • Amendoeira – Terminalia catappa L.
  • Pau-Santo – Bulnesia sarmietoi
  • Quebracho – Schinopsis brasiliensis
  • Cajá Mirim – Spondias mombin
  • Cacau – Theobroma cacao
  • Mogno – Swietenia macrophylla
  • Piaçava – Attalea funifera
  • Camaçari – Caraipa Fasciculata
  • Oiti – Licania tomentosa
  • Quaresmeira – Tibouchina granulosa
  • Fruta Pão – Artocarpus altilis
  • Tataré – Chloreucon tortum
  • Candeia – Cremanthus erythropappus
  • Aroeira – Miracrodum urundeuva
  • Mangueira – Mangifera indica
  • Palmeira Imperial – Rouystonea oleracea
  • Saputiaba – Sideroxylon obtusifolium
  • Laranjeira – Citrus aurontium L.
  • Jamelão – Eugenia jambolana
  • Jerivá – Syagrus romanzoffiana
  • Cedro – Cedrela fissilis
  • Umbu – Spondias tuberosa
  • Tipuana – Tipuana tipu
  • Andiroba – Carapa guianensis
  • Cupuaçu – Theobroma grandiflorum
  • Bacuri – Platonia insignis
  • Lixeira – Curatella americana
  • Breu-Branco – Protius heptaphyllum
  • Amapá – Parahancornia amapa
  • Sumaúma – Ceiba pentandra
  • Roxinho – Peltogyne angustiflora
  • Tucumã – Astrocaryum vulgare
  • Açaí – Euterpe oleracea
  • Assacu – Hura crepitans
  • Babaçu – Orbignya speaciosa
  • Caixeta – Tabebuia cassinoides
  • Palmito Hibrido – Euterpe edulis (juçara) x Euterpe oleracea (açaí)
  • Cabreúva – Myrocarpus frondosus
  • Pitomba – Talisia esculenta
  • Mulungu – Erytrina mulungu
  • Xaxim – Dicksonia sellowiana
  • Clúsia – Clusia Hilariana
  • Sibipiruna – Caesalpinia peltophoroides
  • Burra Leiteira – Sapium sceleratum
  • Ingá – Inga uruguensis
  • Bouganville – Bouganivillea glabra
  • Peroba – Paratecoma peroba
  • Indaiá – Attalea dubia
  • Cutieira – Joannesia princeps
  • Chichá – Sterculia chicha
  • Eugênia Copacabanensis
  • Eugênia Marambaiensis
  • Guanandi – Calophilum brasiliense
  • Almesca – Protium spruceanum
  • Biriba – Escshweira ovata
  • Abacate – Persea americana Mill.
  • Jaboticaba – Eugenia caulifora
  • Romã – Punica Granatum
  • Tamarindo – Tamarindus indica
  • Mangue – Negro – Avicennia Schauerianna
  • Café – Coffea arábica
  • Barbatimão – Cássia leptophylla
  • Baobá – Adansonia Digitata
  • Pau – Preto – Dalbergia melanoxylon
  • Canho – Sclerocarya birrea
  • Ipê Verde – Cybistax antisyphilitica
  • Pitanga – Eugenia uniflora
  • Mangaba – Hancornia speciosa
  • Randia itatiaiae
  • Jambo – Eugenia malaccensis L.
  • Umbu – Spondias tuberosa
  • Visgueiro – Parkia platycephala
  • Catolé/Pindoba – Syagrus oleracea
  • Camélia – Camellia japonica
  • Jardim Botânico 200 anos
  • Pau-D’alho – Gallesia integrifolia
  • Cana-de-açúcar – Saccharum officinarum
  • Ouricuri – Syagrus coronata
  • Mandioca – Manihot esculenta
  • Macaúba – Acrocomia aculeata
  • Tamboril – Enterolobium contortisliquum (Vell.) Morong
  • Lobeira – Solanum lycocarpum
  • Pequi – Caryocar brasiliense
  • Cannabis – Cannabis sativa / Cannabis indica
Fonte: Wikipedia


Recuperação de Áreas de Preservação Permanente na Bacia do rio Xi

DESERTO VERDE

Cartilha apresenta os impactos socioambientais da expansão do monocultivo de eucalipto e pinus

09/01/2012
Publicação traça a geografia das plantações e seus impactos socioambientais

O “Escravo, nem pensar!” começa o ano lançando a cartilha “Deserto Verde” – os impactos do cultivo de eucalipto e pinus no Brasil. A publicação, elaborada pelo programa com base em pesquisa do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis, outro projeto da ONG Repórter Brasil, traz uma análise dos impactos socioambientais gerados pela monocultura do eucalipto e do pinus (culturas conhecidas como silvicultura) nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A publicação foi impressa com o apoio do Instituto Rosa Luxemburgo Stiftung.
O material é destinado para professores e professoras, comunidades e entidades socioambientais. A cartilha apresenta dados sobre a extensão das plantações, o volume de produção e investimentos do setor no país. Informações sobre desdobramentos legais de alguns casos e os impactos dos empreendimentos de eucaliptos e pinus sobre comunidades tradicionais completam a publicação. Com o intuito de fomentar a discussão sobre essa questão, a seção “Para debater o tema” apresenta propostas didáticas para refletir sobre o avanço das plantações.
As plantações de eucalipto e pinus ocupam, atualmente, 6,5 milhões de hectares em todo o país. Nas últimas décadas, o cultivo dessas espécies se expandiu significativamente pelo campo, em parte justificado e propagandeado como benfeitoria ambiental.
E qual a finalidade de toda essa plantação? Os eucaliptos servem de matéria-prima para a produção de celulose, carvão vegetal e ferro-gusa, componente do aço. No Brasil, onde há dois grandes pólos siderúrgicos - Carajás (PA) e Betim (MG) - a demanda por esses insumos é constante.
Ocupando, em geral, exclusividade no uso do solo das grandes propriedades em que são plantadas, eucaliptos e pinus acabam formando uma extensa paisagem uniforme. Por conta desse cenário com pouca diversidade de fauna e flora, além dos possíveis efeitos nos recursos hídricos, o termo “deserto verde” vem justamente contrapor a ideia positiva do “reflorestamento” que, cada vez mais, acompanha essas culturas.
Trabalho escravo e conflito agrário
Os casos de trabalho escravo no Brasil têm sido flagrados em distintas atividades agrícolas e o cultivo de eucalipto e pinus também faz parte desse lamentável contexto. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, casos de trabalho escravo nas atividades de pinus e eucaliptos representam 7% do total da “lista suja”, cadastro que registra dados dos empregadores flagrados utilizando mão de obra escrava.
Segundo a cartilha, os impactos da silvicultura não se restringem ao meio ambiente e às violações trabalhistas. Essa atividade econômica atende demandas empresariais de expansão e apropriação de territórios, gerando muitas vezes choque com comunidades tradicionais, como camponeses, quilombolas e indígenas, que possuem uma relação diferente com a terra. Por isso, o conflito agrário, decorrente da disputa por terra, água e outros recursos naturais, acaba sendo uma das piores consequências. Na cartilha, você encontrará informações sobre casos de conflitos e resistência que aconteceram em Minas Gerais, Espírito Santo e no Mapito, região que engloba os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins.

Clique aqui para baixar o arquivo da cartilha “Deserto Verde” – os impactos do cultivo de eucalipto e pinus no Brasil.

técnica do ecotelhado

http://amigosenff.org.br

ENFF desenvolve técnica do ecotelhado em parceria com arquitetos, por Talles Reis (texto e fotos)



Foram alguns meses de intensos trabalhos, o que era para ser uma simples reforma de uma casa tornou-se uma experiência viva de como é possível construir fora da lógica capitalista dominante, hegemonizada pelo uso do concreto e do ferro.
A necessidade de se reformar uma das casas da ENFF, que serve de moradia para militantes da Brigada Apolônio de Carvalho, permitiu a realização da experiência de construção do telhado de grama, também conhecido por telhado vivo, telhado verde ou ecotelhado.
A definição foi tomada coletivamente pela coordenação da ENFF juntamente com estudantes e arquitetos do Laboratório de Culturas Construtivas (Canteiro Experimental), do Epa! Espaço de Projeto e Ação, ambos coletivos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Entre as vantagens do telhado estão o maior conforto térmico e acústico dos ambientes internos, aumento da área verde, possibilidade de melhor aproveitamento da água da chuva, melhor relação ecológica da casa com o seu entorno, produção de um jardim ou horta e a utilização de materiais locais.
Na construção priorizou-se a utilização de materiais da própria escola, como a terra, o bambu e a grama. O trabalho foi todo construído no sistema de mutirão, no qual trabalharam militantes, educandos, educadores e também os arquitetos.

A união entre a teoria e a prática, o elaborar e o fazer, aliados ao trabalho de mutirão enriqueceram todo o processo de execução do telhado verde. A obra transformou-se num espaço em que todos e todas, cada um com graus variados de formação, aprendiam juntos a produzir algo que nunca antes tinham visto. Inaugurada a casa, todos que participaram de sua construção olham para o telhado e sentem que construíram algo novo, bonito e inspirador.
Chico Barros, arquiteto do Epa! e do Laboratório de Culturas Construtivas, ressalta que, do ponto de vista político, o “telhado verde é também um símbolo do combate à transferência de dinheiro ao grande capital: reduzindo o consumo global do cimento, areia e aço, reduzimos também — ainda que residualmente, com valor mais simbólico que efetivo — o dinheiro que transferimos à Votorantim, à Gerdau, às empresas que estão acabando com o Vale do Paraíba extraindo areia predatoriamente”.
Trata-se, portanto, de um exemplo de como é possível uma cultura construtiva baseada na economia de recursos, em uma poética de aproveitamento da estrutura do local (como no caso do bambu, extraído no território da ENFF) consolidar oposição à cultura construtiva imposta pelo mercado de commodities.
O caráter replicador da técnica também é fundamental, visto que muitos dos trabalhadores que se envolveram na construção eram de outros estados e até mesmo de outros países, podendo agora construir outros telhados verdes em seus assentamentos, acampamentos e comunidades.
Desta rica experiência, constituiu-se o Coletivo Socialista de Construtores. Esse coletivo de construção é formado por gente que coletivamente faz tudo, se relacionando por meio do diálogo fraterno em assembléia democrática, tem pintor, pedreiro, telhadista, eletricista, projetista, arquiteto, engenheiro, encanador... E na composição é que coletivamente fazem arte, constroem casas e solidificam sonhos.
O interessante é que depois de um tempo trabalhando juntos as tarefas se misturam e todos vão aprendendo no processo, e um pintor também fica mais próximo de eletricista, arquiteto de ajudante. Essa relação é necessária para a alegria e organicidade da obra.
O coletivo ressalta também que “tornava-se necessário evitar a fetichização da técnica, da mesma forma que o grande capital tem feito com o tema da sustentabilidade e da agroecologica nos últimos anos: o ambientalismo é a grande panacéia contemporânea utilizada pelo capitalismo para sobreviver. Qualquer teto verde, portanto, deve ser tratado de forma crítica: seria incoerente se, em vez de terem sido utilizados os bambus provenientes da própria escola, fossem comprados, por exemplo, painéis de madeira compensada para receber a terra”.
O telhado de terra trouxe ainda uma otimização do espaço da casa: a cobertura é de fato uma espécie de espaço excepcional de lazer, onde é até mesmo possível deitar para tomar sol. Trata-se de uma obra de arte, porque resultado do trabalho coletivo.
O material, em arquitetura, não se limita à matéria, mas inclui também o trabalho como elemento fundante. E o processo de trabalho desta casa revelou uma sequência de contribuições de várias pessoas e de um aprendizado conjunto. O resultado é arte para todos que dele participaram.
Para Cristiano Czycza, um dos integrantes da Brigada Apolônio de Carvalho e um dos moradores da casa do teto verde, a grande vantagem dessa técnica de construção além de controlar a temperatura do ambiente interno da casa, é possibilitar uma estética diferenciada, já que no teto também pode se cultivar flores.
Cristiano e os demais moradores já estão planejando o cultivo do jardim no teto, porque ao redor da casa tudo já está plantado, todos participaram do processo de construção, desde o planejamento até a execução. Ele enfatiza que essa técnica de construção é mais acessível para a população que vive no campo, pois utiliza materiais do próprio local.
Para Geraldo Gasparin, coordenador da ENFF, "esta experiência na escola nos motiva a dar continuidade a estes projetos que são feitos em diálogo com os arquitetos da FAU, com os integrantes da Brigada Apolônio e com os educandos dos cursos que são realizados na Escola. É um processo onde todos aprendem e todos ensinam”. Ressalta que desta primeira experiência poderão ser realizadas outras iniciativas de bioconstrução.
A casa do teto verde, como tem sido chamada, integra-se em certo sentido à mística do movimento: cobre-se com terra para buscar abrigo e para viver, a mesma terra que é objeto da luta dos Sem Terra.
Entre os bambus colhidos na escola usados na sustentação da cobertura e a terra propriamente dita que a configura, há uma lona preta que impede a infiltração de água. Esta lona é o coração deste sistema construtivo e sem ela tal sistema se tornaria inviável.
A lona remete às muitas lonas que caracterizam as ocupações realizadas pelo MST e que indicam o caminho do futuro. A lona preta é um símbolo importante para o movimento: nesta casa, em certo sentido, antes de se cobrir com terra estamos nos cobrindo com a lona. A terra, objetivo e meio da luta, surge para reduzir o calor e tornar a existência mais bonita.

Quem contribuiu nos mutirões de construção
Cocó, Tom, Zé Arnor, Diego, Talles, Chico, Pedro, Rafael, Sérgio, Lucas, Manoel, Rafael, Xisco, Tchesco, Cristiano, Geraldo, Eridan, Donizete (Piá), Gabriel, Fernando... e tantos outros nos sábados e outras atividades de trabalho dos estudantes da escola.

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Agricultura: avanços na utilização da Homeopatia e espécies vegetais no controle de fungos fitopatogênicos

Ultimamente, a preocupação da sociedade com os impactos da agricultura no ambiente e a contaminação da cadeia alimentar com defensivos agrícolas químicos (agrotóxicos), têm expressão na presença de segmentos do mercado ávidos por produtos agrícolas diferenciados, principalmente na fruticultura. O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, onde se destaca a cultura do abacaxi (Ananas comosus (L. Merril) var. comosus (Coopens & Leal), principalmente as cultivares "Pérola" e "Smooth Cayenne", estando presente em praticamente todos os estados, com compensador retorno econômico, quando conduzida adequadamente, além de exercer relevante função social, evidenciada pela intensa absorção de mão-de-obra rural.
Apesar do impacto sócio-econômico, doenças e pragas estão entre os principais obstáculos o aumento da produtividade e produção com qualidade, obrigando ao uso constante de agrotóxicos. A resistência a agrotóxicos, desenvolvida por fungos fitopatogênicos de importância agronômica, é considerada um dos principais fatores limitantes na eficácia e na vida útil das mais variadas estratégias de controle das doenças no abacaxizeiro. Dentre essas doenças, a fusariose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp. ananas, destaca-se por ser a que maior prejuízo econômico traz aos produtores, com perdas estimadas em 30-40% em frutos comercializáveis e 20% do material propagativo.
Atualmente, estudos envolvendo aplicabilidade de substâncias ativas a partir de extrações espécies vegetais (na forma extrativa, Tintura-mãe) e ultradiluições homeopáticas (bioterápicos) têm sido tema de inúmeras análises nos mais variados tipos de eventos. A farmacêutica homeopata, Maria Diana C. Sales (aluna do Programa de Doutorado em Biotecnologia da UFES), sob a orientação do agrônomo fitopatologista, Dr. José Aires Ventura (Incaper-ES), pesquisadores do grupo de pesquisa do CNPq em defesa vegetal, realizam pesquisa e desenvolvimento de Bioprodutos ativos com potencial eficiência antifúngica e controle da fusariose no abacaxizeiro, como modelo de medida de controle fitossanitário. Uma das espécies mais estudadas por seu potencial fitoterapêutico e semelhança botânica e morfologia é a planta medicinal Babosa (Aloe vera L.)
Na Homeopatia, os bioterápicos são preparados segundo procedimentos farmacêuticos oficiais (FHB, 2003; MNT, 2007), a partir de cultura dos agentes fitopatogênicos do abacaxi (Fusarium subglutinans f. sp. ananas) e de material patológico na folha de cultivares "Pérola" e Smooth Cayenne, mais suscetíveis à doença fusariose. Os resultados dos experimentos apontam para o potencial de substâncias bioativas, presentes em 65 espécies vegetais testadas, principalmente na forma de Tintura-mãe e em ultradiluições homeopáticas (Bioterápicos) e demonstram a capacidade de ativar sistemas de resistência vegetal e eficácia no controle de fungos fitopatógenos no abacaxizeiro, através da preparação de Bioprodutos ativos.
Estes produtos se apresentam com uma opção à utilização de agrotóxicos, com aplicação fitossanitária, associando os benefícios de serem ambientalmente seguras e economicamente viáveis, como medida alternativa no controle de doenças fúngicas, compatíveis com sistemas de produção integrada e orgânica. Estes resultados tornam-se promissores e impactantes do ponto de vista de controle preventivo, como um Bioproduto ativador de resistência a doenças na agricultura, indicando assim uma nova opção para o manejo da fusariose, não dependente de insumos químicos, tornando-se parte do desenvolvimento sustentável, conciliando as necessidades econômicas e sociais da população humana, com a preservação ambiental e qualidade de vida.
Maria Diana C. Sales
Laboratório de Biotecnologia Aplicada ao Agronegócio
Núcleo de Biotecnologia - CCS/UFES

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Átomos ...

Átomos agem à distância durante reações de oxidação

Baseado em artigo de Andy Fell - 17/01/2012
Nova teoria para oxidação de metais
Usando simulações de computador e experimentos de laboratório, os cientistas descobriram que o comportamento de um átomo na superfície do aglomerado pode ser afetado por um átomo ainda distante. [Imagem: William Casey/UC Davis]
Tecnologias verdes
Cientistas estão propondo uma maneira totalmente nova de pensar sobre as reações químicas.
Mais especificamente, sobre as reações químicas entre a água e óxidos metálicos, os minerais mais comuns na Terra.
O novo paradigma pode não apenas mudar, mas melhorar a compreensão de fenômenos hoje tidos como bem-compreendidos, como a oxidação e a corrosão de metais, ou como minerais tóxicos permeiam as rochas e o solo para contaminar as águas subterrâneas.
A nova teoria também pode ajudar no desenvolvimento das tecnologias "verdes" do futuro, como novos tipos de baterias, ou catalisadores para a separação da água para produzir hidrogênio como combustível.
Mudança global
"Esta é uma mudança global na forma como se deve ver estes processos," explica William Casey, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que chegou a uma nova compreensão das reações de oxidação juntamente com seu colega James Rustad.
Até agora, ao estudar as interações da água com aglomerados de óxidos metálicos, os cientistas tentavam analisar átomos individuais, para avaliar a sua reatividade.
Mas "nada disso realmente fazia sentido", diz Rustad, desafiando os livros-texto.
Usando simulações de computador desenvolvidas por Rustad, e comparando as animações resultantes com experimentos de laboratório feitos por Casey, os dois descobriram que o comportamento de um átomo na superfície do aglomerado pode ser afetado por um átomo ainda distante.
Ação à distância
Os físicos já se acostumaram com a ação fantasmagórica à distância de partículas sob a ação do entrelaçamento quântico.
Mas aqui o fenômeno parece ser totalmente novo.
Em vez de se mover ao longo de uma sequência de formas de transição, como se assume, os óxidos metálicos interagem com a água passando por vários "estados meta-estáveis" - intermediários de curta duração, afirmam os dois cientistas.
Por exemplo, em uma das animações, uma molécula de água se aproxima de um átomo de oxigênio na superfície de um aglomerado de moléculas de um metal.
O oxigênio repentinamente se afasta de seu átomo vizinho, ligando-o ao meio do aglomerado, e salta para a molécula de água.
Então a estrutura entra em colapso, voltando à sua formação original, ejetando um átomo de oxigênio e incorporando o novo.
"A medição da troca de oxigênio por essas estruturas sugere uma nova visão do relacionamento entre a estrutura e a reatividade na interface óxido/solução," afirmam os cientistas.
Bibliografia:

Metastable structures and isotope exchange reactions in polyoxometalate ions provide a molecular view of oxide dissolution
James R. Rustad, William H. Casey
Nature Materials
10 January 2012
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmat3203

I Concurso “Muda o teu Mund

27.01.12 - América Latina
Jovens ibero-americanos têm até o dia 1º para se inscreverem no I Concurso “Muda o teu Mundo”
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
Se pudesse, o que você, jovem, faria para mudar e melhorar o local onde vive? Se você tem entre 14 e 22 anos e uma ideia inovadora, tem até o próximo dia 1º de fevereiro para se inscrever no I Concurso Ibero-americano "Muda o teu mundo”, promovido pela Associação Ashoka, através de seu programa de Jovens Changemakers/Avancemos.
Destinado a jovens da América Latina, Espanha e Portugal, o concurso tem o objetivo de estimular a juventude a apresentar ideias que possam trazer benefícios sociais para as comunidades onde vivem. Podem participar aqueles que têm uma nova ideia para apresentar ou quem já tem um projeto em andamento.
Inovação e sustentabilidade são alguns dos critérios essenciais, segundo a organização do concurso. Será considerado ainda o potencial que a proposta tem em criar oportunidades econômicas, gerar emprego e ser replicada em larga escala. Uma comissão de especialistas em empreendimentos sociais selecionará os projetos com maiores impactos.
No total, 20 projetos serão escolhidos para receberem apoio através de capital semente de programas da Ashoka financiados pelo BBVA. Além disso, os autores das propostas poderão ter a oportunidade de participar da Rede Global de Jovens Changemakers, presente em vários países e que já integra mais de 60 mil jovens.
Para os organizadores do concurso, essa iniciativa auxilia os/as jovens a pensarem de forma organizada. "Na hora de conceber qualquer projeto [os jovens] vão se confrontar com o fato de ser sempre necessário cumprir um conjunto de pré-requisitos indispensáveis”, assinala os critérios de participação do concurso.
Para mais informações escreva para info@concursocambiatumundo.org ou acesse: http://www.concursocambiatumundo.org/

Agrotóxicos: Nota de esclarecimento.

CINCO ESCLARECIMENTOS SOBRE AGROTÓXICOS, ALIMENTOS ORGÂNICOS E AGROECOLÓGICOS.
27 de janeiro 2012.

   Na primeira semana de 2012, veículos da mídia de grande circulação divulgaram informações parciais e incorretas sobre o uso de pesticidas nos alimentos.

   Nós, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, contestamos essas informações e, com base no conhecimento de diversos cientistas, agrônomos, produtores e distribuidores de alimentos orgânicos, aproveitamos essa oportunidade para dialogar com a sociedade e apresentar nossos argumentos a favor dos alimentos sem venenos.

1 - O nome correto é agrotóxico ou pesticida e não “defensivo agrícola”.
   Como afirma a engenheira agrônoma Flavia Londres: “A própria legislação sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos.”
   E o engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral complementa: “Mundialmente o termo utilizado é ‘pesticida’. Não conheço outro país que adote o termo ‘defensivo agrícola”.

2 - O nível de resíduos químicos contido nos alimentos comercializados no Brasil é muito preocupante e requer providências imediatas devido aos sérios impactos que gera na saúde da população.
   Voltamos a palavra à engenheira agrônoma Flavia Londres: “A revista se propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa. Os entrevistados na matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo. Os limites ‘aceitáveis’ no Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não dizer que aqui ainda se usam produtos já proibidos em quase todo o mundo”.
   O engenheiro agrônomo Eduardo Ribas Amaral nos traz outra informação igualmente importante: “A matéria induz o leitor a acreditar que não há uso indiscriminado de agrotóxicos no país, quando a realidade é de um grande descontrole na aplicação desses produtos, fato indicado pelo censo do IBGE de 2006 e normalmente constatado a campo por técnicos da extensão rural e por fiscais responsáveis pelo controle do comércio de agrotóxicos”.
3 - Agrotóxicos fazem muito mal à saúde e há estudos científicos importantes que demonstram esse fato.
   Com a palavra a Profª Dra. Raquel Rigotto, da faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará: “No Brasil, há mais de mil produtos comerciais de agrotóxicos diferentes, que são elaborados a partir de 450 ingredientes ativos, aproximadamente. Os agrotóxicos têm dois grandes grupos de impactos sobre a saúde. O primeiro é o das intoxicações agudas, aquelas que acontecem logo após a exposição ao agrotóxico, de período curto, mas de concentração elevada. O segundo grande grupo de impactos dos agrotóxicos sobre a saúde é o dos chamados efeitos crônicos, que são muito ampliados. Temos o que se chama de interferentes endócrinos, que é o fato de alguns agrotóxicos conseguirem se comportar como se fossem o hormônio feminino ou masculino dentro do nosso corpo; enganam os receptores das células para que aceitem uma mensagem deles. Com isso, se desencadeia uma série de alterações – inclusive má formação congênita; e hoje está provado que pode ter a ver com esses interferentes endócrinos. Pode ter a ver com os cânceres de tireóide, pois implica no metabolismo. E cada vez temos visto mais câncer de tireóide em jovens. Pode ter a ver com câncer de mama. E também leucemias, nos linfomas. Tem alguns agrotóxicos que já são comprovadamente carcinogênicos.Também existem problemas hepáticos relacionados aos agrotóxicos. A maioria deles é metabolizada no fígado, que é como o laboratório químico do nosso corpo. E há também um grupo importante de alterações neurocomportamentais relacionadas aos agrotóxicos, que vão desde a hiperatividade em crianças até o suicídio.”

     De acordo com o relatório final aprovado na subcomissão da Câmara dos Deputados que analisa o impacto dos agrotóxicos no país (criada no âmbito da Comissão de Seguridade Social e Saúde), há realmente uma “forte correlação” entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses produtos. O trabalho aponta situações reais observadas em cidades brasileiras. Em Unaí (MG), por exemplo, cidade com alta concentração do agronegócio, há ocorrências de 1.260 novos casos da doença por ano para cada 100 mil habitantes, quando a incidência média mundial encontra-se em 600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.
Como afirma o relator, deputado Padre João (PT-MG), “Diversos estudos científicos indicam estreita associação entre a exposição a agrotóxicos e o surgimento de diferentes tipos de tumores malignos. Eu concluo o relatório não tendo dúvida nenhuma do nexo causal do agrotóxico com uma série de doenças, inclusive o câncer”, sustenta. Fonte: Globo Rural On-line, 30/11/2011.

4 - Não é possível eliminar os agrotóxicos lavando ou descascando os alimentos já que eles se infiltram no interior da planta e na polpa dos alimentos.
   A única maneira de ficar livre dos agrotóxicos é consumir alimentos orgânicos e agroecológicos. Não adianta lavar os alimentos contaminados com agrotóxicos com água e sabão ou mergulhá-los em solução de água sanitária ou, mesmo, cozinhá-los. Os resíduos do veneno continuarão presentes e serão ingeridos durante as refeições.
Além disso é importante lembrar que o uso exagerado de agrotóxicos também faz com que estes resíduos estejam presentes nos alimentos já industrializados, portanto, a melhor forma de não consumir alimentos contaminados com agrotóxicos, é eliminar a sua utilização

5 - Os orgânicos não apresentam riscos maiores de intoxicação por bactérias, como a salmonela e a Escherichia coli.
   Segundo a engenheira agrônoma Flávia Londres: “Ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos– que também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos – podem ser eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento”.

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida recomenda o documentário “O Veneno está na Mesa”, de Silvio Tendler, totalmente disponível no site da campanha (www.contraosagrotoxicos.org) bem como todos os materiais disponíveis na página.
Participe você também nos diferentes comitês da campanha organizados nos diversos estados do Brasil, para maiores contatos envie e-mail para contraosagrotoxicos@gmail.com

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Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Secretaria Operativa Nacional
fone: (11) 3392 2660 / (11) 7181-9737
site: www.contraosagrotoxicos.org

BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

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