Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Noticia Boa! Feliz Ano Novo para todo o Planeta!!!!!

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Chinelos velhos viram brinquedos na África e já tiraram mais de 400 toneladas de lixo do Oceano

Passeando pelas praias da costa leste da África, você pode se deparar com esculturas coloridas de elefantes, javalis, rinocerontes, leões e girafas, algumas em tamanho real, feitas com chinelos de borracha velhos encontrados no mar.
A transformação desses materiais em peças de arte e moda é ideia da empresa Ocean Sole. Com sede em Nairóbi, capital do Quênia, o negócio reaproveita sandálias velhas e outras peças de borracha encontradas nas praias do país. O resultado do trabalho são criações lúdicas que chegam a ser vendidas para jardins zoológicos, aquários e lojas de nicho de 20 países.
“A poluição em todos os nossos cursos de água é um grande problema”, diz Church, nascida e criada no Quênia. “Os rios estão entupidos com plástico e borracha”, ela acrescenta. “Quando as pessoas dizem que o oceano é uma sopa de plástico, é porque o plástico não vai embora – ele só se decompõe em partes menores”.
Segundo os cientistas, o tempo de decomposição desses resíduos varia de 100 a 600 anos. Em grandes quantidades no fundo dos oceanos, são alguns dos principais vilões da vida marinha, responsáveis pela morte de peixes, crustáceos e outras espécies.
Como tudo começou
Em 1997, Church trabalhava num projeto de preservação de tartarugas marinhas na ilha de Kiwayu, na fronteira do Quênia com a Somália.
Na época, Church ficou chocada com uma cena desoladora: praias inundadas por objetos de plástico que obstruiam a chegada das tartarugas aos seus locais de desova.
Mas foi lá também que ela viu crianças da região fazendo brinquedos com o lixo retirado do mar. Nesse dia, ela decidiu fundar uma empresa focada na solução de um problema ambiental grave.
Church pensou que poderia ajudar a limpar as praias e, ao mesmo tempo, impulsionar o desenvolvimento econômico e social daquela comunidade, incentivando moradores locais a recolher, lavar e processar materiais recicláveis para terem uma renda.
Confira as fotos:
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Fotos: Reprodução/Ocean Sole

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

“Mudemos o sistema, não o clima!”

“Mudemos o sistema, não o clima!” | Michael Löwy comenta o Acordo Climático de Paris


15.12.14_Michael Löwy_Cop21
Tradução de Mariana Echalar.
Que imenso sucesso! A COP-21 é um verdadeiro acontecimento histórico! Mais do que isso, é um verdadeiro milagre! Pela primeira vez na história, 195 chefes de Estado se encontraram para discutir uma resolução comum. A Conferência de Paris, graças à paciente diplomacia de Laurent Fabius e François Hollande, permitiu a adoção unânime de um documento que reconhece a necessidade de se tomar medidas para evitar que o aquecimento global seja superior a 2 graus. Laurent Fabius reconheceu que, no fim, ficaremos abaixo de 1,5 grau. Todos os governos do planeta aceitaram fazer propostas de redução voluntária de suas emissões de CO2. Diante de tamanha demonstração de boa vontade, de tão maravilhosa unanimidade planetária, de tão grandiosa convergência de todos os países, grandes e pequenos, não é para ficarmos felizes? Para os que podem, é hora de abrir a garrafa de champanhe e comemorar esse extraordinário sucesso da governança climática internacional.
Só tem um detalhe que ameaça estragar a festa. É um detalhe pequeno, mas não é um detalhe insignificante. Qual? Se todos os governos cumprirem suas promessas, seus compromissos voluntários – o que, infelizmente, é pouco provável, considerando-se a ausência de acordo obrigatório, a ausência de sanções e a ausência de controle –, se todos reduzirem efetivamente suas emissões, conforme suas declarações de intenção, nesse caso idílico – infelizmente, muito infelizmente, improvável – o que vai acontecer?
Segundo cálculos científicos, nesse caso o aquecimento global vai aumentar, em algumas décadas, 3 ou talvez até 4 graus. O que significa o rompimento do ponto de não retorno e o desenvolvimento de um processo irreversível de mudança climática, conduzindo – num prazo imprevisível, mas, sem dúvida, como reconhecem os cientistas, bem mais curto do que as previsões atuais – a uma série de catástrofes nunca vistas antes na história da humanidade: inundação das principais cidades da civilização humana (de Londres e Amsterdã a Rio de Janeiro e Hong Kong), desertificação em grande escala, redução dramática de água potável, queimada das últimas florestas existentes etc. A que temperatura a vida humana seria insuportável neste planeta?
A montanha COP-21 pariu um rato. Se quisermos evitar a catástrofe, temos de ir além do falatório e atacar as verdadeiras raízes do problema: a oligarquia fóssil e, em última análise, o atual sistema econômico e social, o capitalismo. “Mudemos o sistema, não o clima!” A palavra de ordem de milhares de manifestantes presentes no Champ de Mars foi a única palavra de futuro pronunciada em Paris em 12 de dezembro de 2015.
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O conflito entre capitalismo e meio ambiente foi tema de debate realizado no Seminário Internacional Cidades Rebeldes, no último mês de junho de 2015. A discussão contou com a participação de Camila MorenoVirgínia Fontes e Alexandre Delijaicov, com mediação de Bruno Torturra.
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Confira os vídeos do curso Sociologia Marxista da Religião, de Michael Löwy na TV Boitempo
sociologia marxista da religião
Já assistiu os vídeos do curso “Sociologia marxista da religião“, ministrado por Michael Löwy, que publicamos na TV Boitempo? São 7 aulas completas apresentando a contribuição de alguns dos maiores nomes da tradição marxista (com ênfase aos “marxistas heterodoxos”) na compreensão do fenômeno religioso: Marx, Engels, Benjamin, Bloch, Gramsci,E.P.Thompson e Hobsbawm. Para além da fórmula da religião como “ópio do povo”, o sociólogo franco-brasileiro fornece elementos para compreendermos a dialética entre os elementos emancipatórios e os opressivos das religiões. O curso foi realizado no final de 2014 no curso de pós-graduação em sociologia da USP e foi viabilizado pelo Programa Escola de Altos Estudos da CAPES.
1. A sociologia marxista da religião
A concepção da religião como “ópio do povo” é neo-hegeliana; anterior ao marxismo. O estudo materialista histórico da religião como uma das formas da ideologia, em conexão com as relações sociais, só começa com A ideologia alemã (1848).
2. Friedrich Engels como sociólogo da religião
Engels se interessa sobretudo pelas formas revolucionarias da religião, como por exemplo em seu livro “clássico” A guerra dos camponeses (1850), que estuda as bases sociais do movimento anabaptista do século 16 e o papel do teólogo Thomas Münzer.

3. Walter Benjamin e a religião capitalista
Em um fragmento descoberto recentemente, “O capitalismo como religião“, datado de 1921, Walter Benjamin utiliza uma expressão de Ernst Bloch para analisar, partindo de Max Weber, o capitalismo como religião.

4. Antonio Gramsci: marxismo e religião
Em seus escritos de juventude Gramsci se interessa pelo potencial utópico da religião, mas no Escritos do Carcere seu tema é o papel conservador da Igreja, e em particular dos Jesuítas, na Itália.

5. Ernst Bloch e a religião como utopia
“Ateu religioso”, Ernst Bloch aborda em seus escritos a dimensão utópica da religião; seu estudo sobre Thomas Münzer, teólogo revolucionário (1921) se inspira em Engels, mas da um especial destaque ao milenarismo cristão.

6. E.P.Thompson: a religião dos operários.
Partido dos escritos de Max Weber, o historiador marxista inglês E.P.Thompson estuda o papel do metodismo na submissão dos operários ao trabalho industrial – mas também a efervescência sócio-religiosa contestaria suscitada pelos metodistas dissidentes.

7. Eric Hobsbawm: sociologia do milenarismo camponês
Em seus trabalhos sobre os “rebeldes primitivos”, Eric Hobsbawm descobre o papel subversivo do milenarismo camponês, na Itália e na Andalusia, em fins do século 19.
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Michael Löwy, sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de Revolta e melancolia: o romantismo na contracorrente da modernidade, Walter Benjamin: aviso de incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da revolução no jovem Marx (2012),A jaula de aço: Max Weber e o marxismo weberiano (2014) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de Walter Benjamin, além de coordenar, junto com Leandro Konder, a coleção Marxismo e literatura da Boitempo. Colabora com o Blog da Boitempo esporadicamente.

Cidadania em ação!

Queridos amigos da comunidade da Avaaz, 

Líderes internacionais que participaram da Conferência do Clima em Paris estabeleceram um acordo sem precedentes, que pode salvar tudo aquilo que amamos!Foi por isso que fomos às ruas, assinamos petições, promovemos campanhas, fizemos doações e enviamos mensagens: por uma mudança drástica e maravilhosa no curso da história da humanidade. 

Climate March
Chamado de "emissões líquidas zero", o acordo propõe um equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa liberada na atmosfera em decorrência da atividade humana e a quantidade dela retirada. Quando a poeira baixar e o Acordo de Paris estiver nas mãos dos legisladores de cada país, a energia limpa vai ser a maneira mais barata e eficiente de manter esse compromisso. Isso nos dá a base que precisamos para realizar o sonho de um futuro seguro para as próximas gerações! 

Diante de grandes crises, nasceram belas visões de mundo. A Segunda Guerra Mundial teve como fruto a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento sólido que ilustra o nosso espírito e capacidade de união como povo. A queda do apartheid levou a África do Sul a criar a mais visionária e progressiva constituição já vista.

Visões ambiciosas como essas dependem de movimentos sociais capazes de popularizá-las, fazendo com que virem realidade no nosso dia-a-dia. A vitória de hoje não é uma exceção. 

Clique aqui para ver a história de nossa luta pelo clima e para participar das comemorações

Nas últimas semanas, nossa comunidade desempenhou um papel crucial, ajudando a conquistar este acordo histórico. Depois de quebrarmos todos os recordes, mobilizando centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, levamos nossas vozes para a conferência – literalmente – em um coro de mensagens gravadas pessoalmente por membros, ouvido pelas delegações na entrada do local de reuniões. Em seguida, a equipe da Avaaz entregou nossa petição diretamente ao secretário-geral da ONU, dando início a uma sequência incrível de campanhas. 

Em 2014, quando o secretário-geral da ONU convocou a Conferência sobre Mudanças Climáticas, centenas de milhares de pessoas foram às ruas em Nova York. Foi então que percebemos que tínhamos o poder do povo do nosso lado 
- Christiana Figueres, chefe das discussões climáticas na ONU, falando sobre o poder das mobilizações em seu discurso de encerramento, ontem

Do início ao fim, a cada tentativa dos governos de bloquear o progresso das negociações, nós reagimos; e quando governantes adotaram uma atitude positiva, contaram com nosso apoio. Nossa comunidade pressionou nossos líderes a irem adiante, em 45 ações diferentes em apenas 14 dias. O nosso impacto foi impressionante: 

Climate March
Quando o governo da Índia se pronunciou contra a meta de energia 100% limpa, membros da Avaaz filmaram a enchente em Chennai e essas imagens foram projetadas em um telão dentro da conferência, junto de mensagens de todo o país. No dia seguinte, a imprensa anunciou que o governo havia mudado de ideia, sendo que pelo menos um veículo afirmou que a mudança de opinião foi causada por “entrevistas com sobreviventes da inundação em Chennai, vistas no vídeo exibido em um telão dentro da sala onde aconteciam as negociações sobre o clima”.

E era apenas o começo. Nossas passeatas, mensagens e apelos em vídeo foram exibidos sem parar no saguão fora da principal sala de negociação. Presidentes, chefes de estado, ministros e suas respectivas delegações eram lembrados da nossa existência e das nossas demandas todos os dias. 

Na sequência, cobrimos Paris de cartazes que mostravam os rostos dos piores lobistas da indústria de combustíveis fósseis, pedindo que os ministros os ignorassem. Por causa disso, a lobista da maior empresa de mineração do mundo retirou-se por completo das negociações! 


Quando a Argentina e a Arábia Saudita foram identificadas como as principais sabotadoras da negociação, membros da Avaaz nos dois países entraram em ação, o que chamou a atenção de toda a imprensa. Na Argentina, Mauricio Macri, presidente recém-eleito que havia feito promessas de investir em energia renovável, foi bombardeado por mensagens pedindo o envio de uma delegação a Paris. Dentro de poucos dias, os representantes chegaram. O governo saudita ficou tão preocupado por estar no foco das atenções que um advogado representando o reino ligou para a equipe da Avaaz dizendo que seríamos processados. 

Há apenas algumas horas, uma ministra alemã agradeceu pessoalmente aos membros da Avaaz por fazer com que ela e sua delegação se sentissem apoiadas ao longo das negociações. 

Entretanto, a ação mais eficaz de nossa comunidade foi, provavelmente, arrecadar centenas de milhares de dólares para apoiar a presença das Ilhas Marshall na conferência. O ministro que representava o país se tornou um dos heróis em Paris ao anunciar uma coalizão de países "altamente ambiciosos", que acabou com a divisão tóxica entre o norte e o sul do planeta ao congregar cem países em torno do mesmo objetivo. 

Membros da Avaaz lançaram campanhas e começaram a mandar mensagens de texto às delegações de grandes economias emergentes, pedindo que aderissem à coalizão. Em questão de horas, o Brasil respondeu à equipe da Avaaz, passando a integrar o grupo oficialmente em 48 horas.

E essa foi apenas uma das campanhas incríveis nas quais trabalhamos nesse meio-tempo! 


Todo mundo esperava o fracasso da conferência. O tempo todo, as equipes da Avaaz ouviram governantes afirmando que "o povo não se importa com as mudanças climáticas". Mas a gente sabia que não era bem assim. Sabíamos que esta comunidade é formada por milhões de pessoas que, ano após ano, escolheram “salvar o planeta” como prioridade fundamentaldo nosso trabalho. 

Desde 2007, em Bali, em 2009, em Copenhagen, passando por todas as conferências do G7, pelas principais capitais do mundo e agora em Paris, foi assim que mostramos como os líderes estavam errados: 



Abrindo caminhos em Bali (2007): a luta do nosso movimento por ação contra as mudanças climáticas começou em Bali, há oito anos, quando membros da Avaaz enviaram milhares de mensagens aos países que sabotavam o diálogo. Doações dos membros financiaram ainda uma campanha publicitária que, segundo o maior jornal japonês, foi a responsável pela mudança de posição do governo. Juntos, ajudamos a pavimentar a estrada para as grandes negociações de Copenhagen e o acordo final em Paris. 

"O elefante começa a se mover" (2008-09): Durante um ano inteiro, nossa comunidade deixou tudo de lado para se concentrar na Conferência de Copenhagen, organizando centenas de vigílias e passeatas em todo o mundo, fazendo milhares de telefonemas para tomadores de decisão, entregando petições com milhões de assinaturas e levando um grito de alerta a presidentes e primeiros-ministros. Embora os líderes tenham fracassado em conseguir um acordo, foi como um membro da Avaaz descreveu: "o elefante começou a se mover, e quando um elefante começa a se mover, é difícil fazê-lo parar..." 
"Vocês são os catalisadores do idealismo mundial... o impacto sobre os líderes que estão aqui não pode ser subestimado" 
- Gordon Brown, Primeiro-Ministro do Reino Unido, 2009


Nada nos faz perder as esperanças (2010-13): Apesar do resultado decepcionante de Copenhagen, nosso movimento nunca perdeu a esperança. Em vez disso, em cada país, a cada oportunidade, membros da Avaaz continuaram lutando com unhas e dentes pelas políticas necessárias contra as mudanças climáticas. Fizemos um protesto na Conferência de Durban em solidariedade aos países em desenvolvimento, realizamos vigílias na esteira do desastre nuclear do Japão e lançamos uma petição global pedindo a preservação da preciosa Amazônia, que alcançou 1,5 milhões de assinaturas. 

Fortalecendo o nosso movimento (2010-13): Copenhagen nos ensinou que era preciso crescer muito mais para derrotar o lobby da indústria de combustíveis fósseis e convencer nossos governantes. E foi exatamente o que fizemos: passamos de 3 milhões para mais de 30 milhões de membros! 

A maior mobilização pelo clima da história (2014): Após meses de preparativos e em colaboração com muitas organizações parceiras, organizamos a maior manifestação pelo clima da história, na véspera de uma importante Conferência do Clima da ONU. Colocamos 400 mil pessoas nas ruas de Nova York e outras 300 mil em todo o mundo, e todas elas traziam uma mensagem poderosa: o mundo quer energia 100% limpa. Semanas depois, os Estados Unidos e a China assinaram um acordo que foi um marco nas reduções de emissões. A vontade política em relação ao meio ambiente havia mudado. 

"Nossos cidadãos continuam marchando. Não podemos fingir que não estamos ouvindo. Temos que atender ao chamado"
- Barack Obama, durante a Conferência da ONU de 2014

Hora dos heróis do clima (2015): Impulsionados pelo sucesso das marchas, concentramos nossas atenções nas economias mais ricas e fizemos de tudo para apoiar a liderança da Alemanha no G7. Milhares de membros se uniram para financiar pesquisas e anúncios persuasivos, denunciando os principais países que boicotavam o progresso das negociações. Entregamos pessoalmente uma petição com 2,7 milhões de assinaturas aos principais ministros alemães e franceses. Tivemos ainda uma reunião pessoal com François Hollande, presidente da França. Centenas de membros da Avaaz seguiram Angela Merkel em praticamente cada evento público do qual a chanceler alemã participou, pedindo que ela agisse como uma heroína. O resultado? Líderes do G7 disseram adeus aos combustíveis fósseis, comprometendo-se a eliminar progressivamente a poluição de carbono ao longo deste século! A maré estava virando. 

Por Paris e por tudo que amamos (2015): Na contagem regressiva para a reta final das negociações em Paris, milhares de pessoas se inscreveram para participar das mobilizações marcadas para a véspera da conferência. Eventos foram organizados por membros da Avaaz em todos os cantos do mundo, mas os ataques em Paris chocaram a todos, impossibilitando o grande evento programado para a capital e para outros locais da França. 

Os membros da Avaaz reagiram com esperança e criatividade. Em questão de dias, recolhemos mais de 22 mil sapatos para expor em uma instalação incrível no centro de Paris, simbolizando todas as pessoas que não puderam participar da mobilização. Até o Papa e o secretário-geral da ONU enviaram seus calçados. Demais! 


Enquanto líderes mundiais chegavam a Paris, nosso próprio recorde era quebrado! De São Paulo a Sydney, passando por Sana’a, mais de 785 mil pessoas participaram de 2.300 eventos em 175 países, pedindo em uníssono por um futuro abastecido por energia renovável e pela preservação de tudo que amamos. Imagine como seria se o povo de Paris e do resto da França tivesse conseguido participar também! 

Imagens e gravações das mobilizações em todo o mundo alastraram-se como fogo, estampando a primeira página de dezenas de grandes jornais. A Mobilização Mundial pelo Clima teve cobertura de centenas de agências internacionais e foi transmitida em um telão no local da conferência. O tom das conversas estava estabelecido. 


Temos décadas de trabalho pela frente para cumprir o compromisso assumido. Precisamos elevar os padrões para atingir a meta de energia 100% limpa até 2050 e especificar o que consideramos "segunda metade do século", como está estabelecido no acordo. Precisamos que os países mais ricos financiem os países em desenvolvimento no processo de abolição do uso de carvão e retirem centenas de milhares de pessoas da pobreza. Precisamos pressionar os governos de todas as partes a manter o aquecimento do planeta abaixo de 1,5º C, para que pequenos países-ilha consigam sobreviver. E o mais importante: precisamos garantir que todos os governos cumpram as promessas feitas em Paris. 

Mas já conquistamos muito:
  • Pelo menos US$ 100 bilhões em financiamentos após 2020 para manter o fluxo de dinheiro para os países pobres;
  • Reuniões a cada cinco anos para fazer um balanço dos compromissos e estimular a elevação das metas, o que vai nos deixar cada vez mais perto de um mundo onde a emissão líquida zero em gases de efeito estufa é uma realidade; e
  • Consenso em considerar as mudanças climáticas um problema mundial, cuja solução requer o trabalho conjunto, desde a Arábia Saudita até o Senegal, passando pelo Brasil, para que possamos construir um futuro.
O mais importante é que a vitória da noite passada envia uma mensagem clara a investidores de todo o mundo: investir em combustíveis fósseis é uma aposta falida e energias renováveis ​​são a nova fonte de lucro. A tecnologia que nos levará a um mundo abastecido por energia 100% limpa é a mina de ouro de nossos tempos. 

Quando a história nos proporciona momentos em que o vento muda de direção, dá para sentir o cheiro no ar. O melhor que fazemos é aproveitar a força desse vento em nossas velas, navegando em direção a um novo caminho. Assim como nossos irmãos e irmãs na África do Sul, que ganharam a igualdade jurídica independentemente da cor da pele, os membros da comunidade LGBT nos Estados Unidos, que ganharam o direito de se casarem com as pessoas que amam, e o movimento pacífico de Gandhi, que deu origem a uma nova esperança para a Índia, estamos à beira de sentir esse novo, doce vento em nossos rostos. 

Vamos todos aproveitar sua força para navegarmos juntos através dos oceanos, rios e lagos que nos dividem. Vamos cumprir a promessa feita agora e entregar aos nossos filhos um futuro lindo, seguro e limpo. 

Muito ansiosos e animados por tudo o que vamos fazer juntos nos próximos anos, 

Emma, Iain, Alice, Ricken, Oscar, Marie, Ben, Mojgone, Alex, Melanie, Luis, Sam, Nic, Rich, Fatima, Mia, Oli, Pascal, Risalat, Christoph, Stephen, Nataliya, Andrea, Sobaika, Heather e toda a equipe da Avaaz 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A importância de se reduzir o uso de agrotóxicos...




A importância de se reduzir o uso de agrotóxicos para a produção de alimentos saudáveis


Onaur Ruano
Secretário Nacional de Agricultura Familiar
SAF/MDA

Rogério Augusto Neuwald
Secretário Executivo da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
SG/PR

Com a instituição da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), em 2012, por meio do Decreto nº7.794, o governo brasileiro assume o compromisso com a ampliação e efetivação de ações que devem orientar o desenvolvimento rural sustentável, impulsionado pelas crescentes preocupações das organizações sociais do campo e da floresta, e da sociedade em geral, a respeito da necessidade de se produzir alimentos saudáveis conservando os recursos naturais.
Construído de forma amplamente participativa por meio de diálogos regionais e nacionais, o decreto definiu as diretrizes, instrumentos e instâncias de gestão da Política. Coube à Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica – CIAPO, composta por representantes de dez ministérios e coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio de sua Secretaria da Agricultura Familiar, a tarefa de elaborar o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – PLANAPO1. A criação de um Programa Nacional para a Redução do Uso de Agrotóxicos (PRONARA) está prevista na Meta 5, do Eixo 1, do referido Plano.
O PRONARA foi concebido no âmbito da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO2), e elaborado por quatorze representantes da sociedade civil organizada - oferecendo contribuições do ponto de vista de agricultores, camponeses, consumidores de alimentos e movimentos em defesa da saúde e da vida, entre outros - e quatorze representantes de órgãos do Governo Federal. Participaram também de sua concepção instituições brasileiras de pesquisa respeitadas no campo da agricultura, saúde e meio ambiente.
A necessidade de construção do PRONARA, mobilizando academia, governo e sociedade civil, vem do fato do Brasil liderar, há oito anos consecutivos, a lista dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos. O risco deste consumo exagerado e não controlado é imenso e é anunciado por instituições respeitáveis da área, tais como o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Associação Brasileira de Saúde Comunitária (ABRASCO), diversas universidades federais, apenas para citar as instituições brasileiras.
Além da preocupação com a saúde, o PRONARA responde aos anseios da sociedade em relação à sustentabilidade ambiental e a estabilidade econômica de um modelo de agricultura baseado no uso conservacionista de recursos naturais e genéticos, e na abundância de alimentos diversificados produzidos em grande parte por uma ainda numerosa agricultura familiar brasileira. Dados do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam que há no Brasil aproximadamente 11.580 produtores e/ou organizações econômicas com certificação da produção da qualidade orgânica. Aumentar esse número significa reduzir o uso de agrotóxicos, da contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, bem como os severos impactos sobre a saúde pública.
Modelos sustentáveis e saudáveis de produção de alimentos são garantidos por lei no Brasil, em diversas normativas tais como a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN). Em 2010, foi adicionado à Constituição Federal que passou a considerar a alimentação saudável como direito inalienável. Vale lembrar que além das inúmeras áreas de produção sustentável de alimentos da agricultura familiar, a agricultura de base ecológica conta hoje com um acúmulo de conhecimentos e pesquisas geradas por organizações do campo e empresas públicas de pesquisa como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), capazes de garantir não apenas o ambiente e o alimento saudável e livre de agrotóxicos como também formas socialmente justas de produzi-lo.
O PRONARA é organizado em seis eixos estratégicos de ação que visam: análise dos agrotóxicos a fim de determinar perfil toxicológico, ecotoxicológico e de eficiência agronômica, fundamental para o controle e a redução dos riscos e impactos ao meio ambiente e à saúde; aperfeiçoamento das ferramentas e mecanismos de controle, fiscalização e monitoramento desses produtos ao longo de sua cadeia produtiva; eliminação das vantagens econômicas, como a isenção fiscal para importação e exportação do produto no Brasil, de forma a estimular o registro de novos produtos de baixos riscos; oferta de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e formação no campo e na cidade, visando a redução de forma segura e controlada do uso de agrotóxicos, convertendo a produção com adoção de práticas de produção orgânica e baseadas em princípios da agroecologia; assegurar a participação e o controle social como mecanismos de democratização dos direitos civis e políticos; e formação e capacitação a agricultores e trabalhadores rurais, quanto aos mecanismos físicos, químicos e biológicos desses produtos, sua toxicidade e ecotoxicidade e seus agravos à saúde e ao meio ambiente, reduzindo, assim, o risco aos primeiros e maiores afetados pelo uso desses produtos, os agricultores e trabalhadores rurais, garantindo a produção suficiente de alimentos de qualidade e o incremento da economia que gera em torno da agricultura familiar no Brasil.
Em nenhum momento o PRONARA busca a eliminação total e impositiva do uso de agrotóxicos na produção agropecuária brasileira, mas contribuir na ampliação da oferta de insumos de baixo impacto, ampliando e possibilitando novas alternativas e oportunidades produtivas.
Em fase de validação e aprovação, busca-se com este instrumento complementar o ciclo de políticas, programas e ações que se relacionam com a produção de alimentos, com a segurança e soberania alimentar e com a proteção da biodiversidade brasileira.
Entende-se que a proposta do Programa em debate é mais um importante passo do governo na busca de um rural mais justo e humano aos nossos agricultores e agricultoras familiares e não familiares, aos assentados e assentadas da reforma agrária, trabalhadores e trabalhadoras rurais, povos e comunidades tradicionais e milhares de outras pessoas do campo, das águas e das florestas e do meio urbano, que se abastecerão com alimentos cada vez mais saudáveis, produzidos em solos sadios. Pois do solo dependem nossas plantas, nossa água e nossa vida.

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[1]O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica foi instituído pela Portaria Interministerial nº 54, de 12 de novembro de 2013, assinada pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Social e Combate a à Fome, do Meio Ambiente, da Pesca e Aquicultura, da Saúde, da Educação, da Ciência e Tecnologia, da Fazenda e pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
[2]A Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) é composta por quatorze representantes da sociedade civil e quatorze representantes de órgãos do Governo Federal. Coube à Comissão garantir a participação da sociedade civil na elaboração do PLANAPO, propondo as diretrizes, objetivos e as ações prioritárias a ser desenvolvidas.
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BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

CICLOVIDA Completo