Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

sexta-feira, 30 de março de 2012

http://www.ran.org/
acesse o site e colabore com as importantes campanhas deste grupo!

Fantasmas da agricultura


Relatório Especial Fantasmas da agricultura:os  esquecidos agricultores da Gra-Bretanha envenenados por pesticidas

Tom Levitt
28 mar 2012



Manda o Governo de usar produtos químicos organofosforados perigosas deixou centenas de criadores de ovinos com doença debilitante, Tom Levitt relata sobre a tragédia do Reino Unido de pesticidas esquecido

A voz de David Layton é tranquila e tremor. Ele costumava ser tão ocupado que ele nunca tirou férias. Vida executar a fazenda de ovelhas da família, na fronteira Inglês / Galês foi um turbilhão de atividade constante. Hoje, ele não pode sequer sair da cama sozinho e depende do atendimento de 24 horas de sua esposa, Teresa, para cada uma de suas necessidades. 

 David é um dos cerca de várias centenas de agricultores de todo o Reino Unido, que sofreram a conseqüências da intoxicação por agrotóxicos. Você não vai ouvir muito, ou nada, sobre eles embora. Muitos foram envenenados há muito tempo na década de 1980 e início dos 90. Mas, para os ainda vivos, o sofrimento continua. É um escândalo, há muito esquecido pelo governo profissão, médicos e indústria agrícola, cada um dos quais prefere as vítimas restantes para calmamente passar para a história. 

 O que torna ainda mais trágico, é que é um escândalo que poderia ter terminado antes de nem sequer começou. Em 1951, o altamente influente Lord Zuckerman, depois de ser cientista-chefe do governo, alertou para os perigos de permitir que os agricultores utilizem os pesticidas organofosforados emergentes (PO). Desenvolvido como um gás de nervos antes da 2 ª Guerra Mundial, PO foram, então, sendo defendida como um inseticida para matar insetos e pragas que a pecuária e culturas danificadas. Zuckerman disse que os produtos químicos podem ser absorvidos através da pele ou por inalação e, como tal, os agricultores devem receber instruções detalhadas sobre como se proteger e que todos os recipientes devem ser claramente identificados como "veneno mortal". Não seria até os anos 1990 que esta última recomendação foi finalmente implementado. 

 Agricultores condenada a usar mergulho ovelhas "mortal" Numa época em que a política do governo estava empurrando para modernizar a agricultura com a tecnologia emergente e pesticidas, as advertências de saúde foram logo postas de lado . PO rapidamente tornar-se vital no combate à sarna ovelhas, uma doença altamente contagiosa que causa sofrimento e perda de peso em animais, e consequente perda na produção e no parto. 

 Ao final dos anos 1970, os criadores de ovinos estavam sob ordens do governo obrigatórias para tratar seus animais duas vezes por ano com PO, individualmente mergulhando-os em banhos especialmente construídos, cheios do produto químico para matar os insetos que espalham a doença. 

 David lembra ajudando a mergulhar vizinha ovelhas das explorações agrícolas. "Nós tínhamos as facilidades para mergulhar ovelhas em um grande tanque na fazenda, para todos os vizinhos vieram para nós com seu rebanho mergulhado. Eu devo ter ajudado dip milhares de ovelhas a cada ano, sempre a preparar os produtos químicos. Eu suspeito que eu estava fazendo a parte mais perigosa do trabalho. Respirando-lo durante semanas a fio, mas nunca foi dada nenhuma instrução sobre o uso de roupas de proteção. " 

 Não seria até muito mais tarde que os agricultores como David começou a sofrer lado afeta terrível, que muitos percebem os perigos que utilizam os mergulhos ovelhas colocado à sua própria saúde. "Eu nunca teria feito tal coisa, se eu soubesse o que ia fazer para mim", diz David, que foi diagnosticado com esclerose múltipla em 1993 e posteriormente confirmada como tendo sofrido envenenamento OP. "É completamente arruinado minha vida. Eu estava correndo nesta quinta com pouca ajuda e expansão e agora eu sou totalmente dependente de outros para todas as minhas necessidades. Tem sido tão difícil para minha família para me ver assim. " 

 As advertências anteriores Zuckerman não eram o único registro público dos riscos para a saúde do uso de PO. Em 1981, o Health and Safety Executive (HSE) produziu um folheto de orientação sobre como usar PO descrevendo como o produto químico pode ser absorvido através da pele ou por inalação. Ele alertou para os perigos da exposição repetida de baixo nível, explicando como a toxicidade pode lentamente acumular no corpo dos agricultores, se não tomar precauções e usar roupas de proteção. Mas este conselho muito importante nunca foi passado para os agricultores ou até mesmo médicos, apenas emergente uma década mais tarde, durante investigações de ativistas e vítimas. Ironicamente, os funcionários eram muitas vezes presente nas fazendas durante o uso de PO, mas o papel da polícia local e agentes de saúde ou era para garantir todas as ovelhas estavam sendo mergulhados na química, em vez de os agricultores própria segurança.  

 Agricultores medos químicos OP ignorado Para mulher de Davi Teresa, a descoberta de que as informações de segurança, tal crítica existiu, mas nunca foi dada aos agricultores foi devastador. "A agricultura é suposto ser uma ocupação saudável, ao ar livre na encantadora zona rural e ainda não havia esse perigo terrível. Sua tão frustrante pensar em todas as coisas que poderia ter feito como uma família e com nossos filhos que não foram agora capaz de fazer. E tudo por causa dessa ovelha mergulho produto que as empresas do governo e químicas sabia que era perigoso ainda deixar tantas vidas povos ser arruinada. " 

 O ex-agrícola jornalista Anthony Gibson, que trabalhou para a National Farmers Union para grande parte dos últimos trinta anos, diz que sua empregado, o grupo de lobby principal para o Reino Unido agricultores, tem de assumir parte da culpa para a falta de ação combater o envenenamento OP. 

 Gibson diz que os números crescentes de agricultores relatar doença no Sudoeste da Inglaterra no final dos anos 1980 e início de 1990 foram em grande parte ignorada pela hierarquia da agricultura no NFU. "Um monte de criadores de ovinos não foram afetados e foi para o bem maior da indústria de ovelhas que doenças como a sarna de ovinos foram mantidos sob controle. A NFU alto comando viu-o como um problema sul-oeste e um dos "bonecos" do sul ". Sir Ben Gill, NFU presidente na época, não queria que eu "balançar o barco" sobre ele e ir contra a sua linha pró-governo, diz Gibson. 

Alguns vão até a sugerir que era "puro esnobismo" da parte da NFU como morro agricultores não contribuir tanto para os cofres da organização. No final, foi a persistência de um pequeno grupo de deputados e Lordes que convenceram o governo a aceitar a evidência de problemas de saúde. Paul Tyler, um MP em Cornwall entre 1992-2005, diz que o governo conservador foi bem ciente do problema com mergulhos ovelhas pelo início dos anos 1990, mas estava relutante em banir produtos químicos OP. O ministro John Gummer agrícola disseram ativistas que temiam ser processadas pelos fabricantes OP, ​​se eles não puderam provar uma ligação entre PO e problemas de saúde. No evento, Gummer acabou com a ordem semestral obrigatória para mergulhar ovelhas PO em 1992, argumentando que a imersão não era "eficaz" no combate à sarna ovelhas. Um pedaço inteligente de manobra política por parte do governo, sugere Tyler. Ao trazer um fim ao uso obrigatório dos pesticidas por agricultores - rotulagem e conselhos de segurança também foi melhorada - não proibir PO imediato nem que afirmam que eles eram um risco para a saúde. Como resultado, as vítimas já existentes foram deixados no limbo sobre a busca de reconhecimento ou compensação para a sua saúde. 

 As vítimas esquecidas dip ovelhas Ainda hoje, os agricultores sofrem problemas de saúde são, em alguns casos, sem saber que ele poderia estar ligado à sua utilização de produtos químicos OP. Norfolk arável e carne agricultor Peter Dixon usado PO ao longo da década de 1980, 90s e 00s antes de sofrer agravamento de saúde há cinco anos. "Eu me sentia doente, apático e fraco o tempo todo", diz ele, "o meu GP não poderia trabalhar para fora o que estava errado comigo." Foi só depois de visitar um médico particular que lhe foi dito seus sintomas estavam relacionados ao envenenamento OP. Após o tratamento de desintoxicação, Dixon recuperou parcialmente, mas acredita que muitos agricultores ainda podem estar sofrendo sem saber a causa.

 A dificuldade em ligar diretamente doença crônica e uso de produtos químicos OP significa que os casos de acusação sucessivas, contra as companhias químicas e do governo por não ter transmitir avisos adequados aos agricultores, também nunca conseguiu. O caso de sucesso solitário legal foi trazido por John Amos Hill, em 1997, um trabalhador rural que estava usando o pesticida OP para pulverizar sobre as colheitas para protegê-los contra os parasitas, enquanto eles estavam sendo armazenados. Ele sofreu problemas de saúde se deteriorando nos dias após o uso do spray de OP, eventualmente em colapso e se internar.

O sonho da Rio+20



O sonho da Rio+20

Fonte: Folha de S.Paulo, Mar/2012 (http://www1.folha.uol.com.br)

Folha Opinião, São Paulo, terça-feira 27 de março de 2012

Ricardo Abramovay 

Os documento iniciais da ONU e o do Brasil para a Rio+20 cultivam o 
mito do crescimento econômico perpétuo de forma completamente acrítica 

Não é trivial que 21 cientistas de várias partes do mundo, muitos 
deles com um passado de importantes responsabilidades governamentais, 
iniciem um manifesto com a célebre frase de Luther King: nós temos um 
sonho. 

Menos trivial ainda é que esses cientistas tenham a humildade de 
reconhecer que a habilidade humana de fazer foi além da capacidade 
humana de compreender. A civilização contemporânea vive a explosiva 
combinação de evolução tecnológica rápida e evolução ética e social 
lenta. 

Essas são apenas algumas das ideias expressas pelos ganhadores de 
uma espécie de Nobel do Meio Ambiente (O Prêmio Planeta Azul, que existe
desde a Rio-92), entre os quais José Goldemberg, ex-reitor e professor 
da USP. 

O sonho revelado em seu texto ("Meio ambiente e os desafios do 
desenvolvimento: o imperativo da ação") é fundamental por se distanciar 
em ao menos dois pontos do pesadelo representado tanto pelo documento
inicial da ONU para a Rio+20 (conhecido como "draft zero") como pela 
própria contribuição brasileira à conferência. 

O primeiro ponto é a constatação de que o uso dos recursos 
materiais, energéticos e bióticos por parte do sistema econômico já 
compromete a qualidade da vida social em ao menos três áreas, como 
mostra o estudo publicado na revista "Nature" pelo grupo liderado por 
Johan Rockstrom: mudanças climáticas, biodiversidade e ciclo do 
nitrogênio. 

Em outras seis áreas (acidificação dos oceanos, água, uso do solo, poluição, aerossóis e ciclo do fósforo), a ameaça é imensa. 

Por esta razão, e apoiado em ciência, o documento denuncia o "mito 
do crescimento econômico perpétuo adotado entusiasticamente por 
políticos e economistas para evitar decisões difíceis". 

O "draft" da ONU e o documento brasileiro para a Rio+20 cultivam este mito de forma totalmente acrítica. 

Fazem isso, segundo ponto, sob o argumento de que a economia verde 
será capaz de compatibilizar o tamanho do sistema econômico, sempre 
maior, com os recursos limitados dos ecossistemas. 

Os dados não corroboram esta fé na técnica. É essa a razão pela qual os cientistas do Prêmio Planeta Azul dela se distanciam. 

Mas não apenas eles: documento da consultoria KPMG divulgado 
recentemente mostra que cada dólar do PIB global de 2011 foi obtido com 
21% a menos de emissões de gases de efeito estufa e 23% a menos de 
materiais que em 1990. 

É um progresso extraordinário, que mostra o potencial da economia 
verde. No entanto, a produção e o consumo aumentaram tanto que, apesar 
dessa queda por unidade de produto, a extração global de materiais da 
superfície terrestre se elevou, nos últimos vinte anos, 41%. As emissões
aumentaram 39%. 

O caso mais preocupante é o dos fertilizantes nitrogenados, cujo uso
aumentou globalmente 135% nos últimos vinte anos, três vezes mais que a
produção alimentar. 

Sistemas de inovação voltados para a sustentabilidade são 
fundamentais. Mas achar que eles permitirão suprimir os limites é 
exprimir uma crença mística no poder da técnica que a ciência não 
autoriza e a ética não recomenda. 

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Ricardo Abramovay, 58, é professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP 

Sem comentarios



Esta foto foi tirada em Santa Catarina, representa mais uma novíssima invenção do sistema de exploração animal.
Em 15 minutos, usando apenas espuma (aquela usada pra lavar carros), 15.000 aves são mortas por asfixia. Engenheiros, agrônomos e empresários assistem animados o sucesso da mais nova técnica.

Isso não é normal! Isso não é saudável! Isso não é natural!
Sem dúvida nenhuma, uma das faces mais perversas e doentias do sistema capitalista moderno é a (moderna) pecuária.
Não somos mais uma espécie de caçadores. Não somos índios que entram na mata, caçam um macaco (livre) e depois comem sua carne: isso é um comportamento natural. Matar 15.000 aves em 15 minutos é um comportamento doentio.
Tentar alimentar 7 bilhões de animais humanos com a morte anual de 70 bilhões de animais não-humanos (apenas considerando os animais terrestres) é um comportamento estúpido, doentio e insustentável.
É uma das mais graves evidências da nossa atual crise.
Estamos numa profunda crise! Vivemos (sem nem sempre perceber completamente) num contínuo estado de violência, guerra e destruição.
Quem mata 15.000 vezes em 15 minutos (e considera isso um avanço) jamais conseguirá encontrar paz e felicidade. Se nossa inteligência está nos tornando apenas mais ferozes, mais mortais, mais sanguinolentos; então muita pouca esperança podemos ter (infelizmente).
Vegetarianismo não é a solução para todos os nossos problemas. É apenas uma opção (bem fácil por sinal) de tentar tomar um outro rumo. Outra forma de se relacionar com este planeta, com os outros animais que também habitam este planeta e com nosso próprio corpo.
É você dizer: eu não quero ser uma espécie que mata 15.000 vezes em 15 minutos. Eu quero fazer bem 15.000 vezes em 15 minutos. Eu quero fazer bem para 15.000 pessoas, bichos e plantas em 15 minutos – e não destruí-los.
Progredir é se tornar mais feliz e aumentar o grau de felicidade no mundo.
Criar bombas, máquinas de guerra e máquinas de extermínio em massa é regresso, é infelicidade, é estupidez.
Observe com mais clareza e sinceridade seus próprios comportamentos.
Você pede paz, justiça, honestidade. Clama por igualdade, pelo fim da violência e da exploração, mas será mesmo que você está agindo assim?
Matar, escravizar, testar medicamentos, torturar e explorar de todas as formas possíveis os outros, apenas porque eles não são iguais a você? Apenas porque eles são mais fracos do que você?
Isso é massacre. Isso é guerra. Isso é apenas infelicidade se multiplicando 15.000 vezes a cada 15 minutos. E isso precisa ter fim.

Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo

Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/03/2012
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
Isto não é um átomo, é tão-somente o núcleo de berílio circundado por seu halo. Segundo medições realizadas por uma equipe alemã, o halo se estende a até 7 femtômetros do centro de massa do núcleo, cobrindo uma área três vezes maior do que a parte densa do núcleo.[Imagem: Dirk Tiedemann/Uni-Mainz]
Núcleos são nuvens?
Embora os mais modernosmicroscópios eletrônicos enxerguem até um décimo do diâmetro de um átomo, ainda é difícil para a maioria das pessoas imaginar um átomo inteiro.
Da mesma forma que é difícil corrigir a história de que Cabral teria chegado ao Brasil por acaso, vai levar muito tempo para que as pessoas deixem de imaginar, quando se falar de um átomo, um sistema planetário com um "núcleo-Sol" cercado por "planetas-elétrons".
Já se sabia há muito tempo que os elétrons são "nuvens de probabilidade" ao redor dos núcleos, devido à sua personalidade bipolar, nunca sabendo se são partículas ou ondas.
Mas outro problema dessa visualização do átomo como um sistema planetário é que o núcleo, composto por prótons e nêutrons, é imaginado como algo estacionário, fisicamente delimitado.
E isso não corresponde à realidade.
Na década de 1980 descobriu-se que alguns núcleos atômicos de elementos leves - como hélio, lítio e berílio - não têm bordas externas definidas: eles possuem halos, partículas que se destacam além das bordas do núcleo, criando uma nuvem que envolve o núcleo.
Agora, depois de realizar as observações mais precisas já feitas até hoje do halo nuclear, cientistas demonstraram que até um quarto dos núcleons - prótons e nêutrons - do núcleo denso de um átomo estão viajando continuamente a uma velocidade de até 25% da velocidade da luz.
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
O átomo de berílio possui dois aglomerados de núcleons, cada um deles parecido com este núcleo do átomo de hélio-4. [Imagem: Wikipedia/Yzmo]
Como é o núcleo de um átomo
Assim, esqueça, Cabral não chegou ao Brasil por acaso, e os núcleos dos átomos não podem ser comparados a laranjas e nem a estrelas.
"Nós geralmente imaginamos o núcleo como um arranjo fixo de partículas, quando na realidade há um monte de coisas acontecendo no nível subatômico que nós simplesmente não podemos ver com um microscópio," ressalta o físico John Arrington, do Laboratório Nacional Argonne, nos Estados Unidos.
Ele e seus colegas usaram grandes espectrômetros magnéticos para observar o núcleo de átomos de deutério, hélio, berílio e carbono.
A surpresa veio com o berílio.
Ao contrário dos outros átomos, ele possui dois aglomerados de núcleons, cada um parecido com um núcleo do átomo de hélio-4.
Esses núcleons, por sua vez, estão associados a um nêutron adicional.
Isso desfaz completamente a figura do núcleo como uma esfera fisicamente delimitada, além de mostrar que o halo é mais complexo do que se imaginava.
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
A equipe norte-americana sugere uma ilustração onde o próprio núcleo é formado pela antiga visualização do átomo inteiro, com indicações das partículas (pontos brancos) e das suas órbitas. [Imagem: ANL]
Interações entre quarks
Por causa dessa configuração complicada, o núcleo do berílio apresenta um número relativamente alto de colisões, apesar de ser um dos núcleos menos densos entre todos os elementos.
Os cientistas afirmam que esse efeito acelerador pode ser resultado de interações entre os quarks que formam os núcleons - cada próton e cada nêutron consiste de três quarks muito fortemente ligados.
Quando os núcleons se aproximam uns dos outros, entretanto, as forças que unem os quarks podem ser perturbadas, alterando a estrutura dos prótons e dos nêutrons, possivelmente até mesmo formando partículas compostas pelos quarks de dois núcleos diferentes.
"Eu acho que é imperativo que os cientistas continuem a estudar os fenômenos que estão ocorrendo aqui," afirma Arrington. "Nossa próxima medição vai tentar examinar essa questão diretamente, tirando uma fotografia da distribuição dos quarks quando os núcleons se juntam."

terça-feira, 27 de março de 2012

"Agroecologia e Educação Ambiental Aplicadas ao Desenvolvimento Comunitário"

Nesta terça-feira (27), às 19h, o Laboratório de Geoecologia das Paisagens e Planejamento Ambiental, da UFC, lançará livros, uma cartilha e um documentário que versam sobre agroecologia e gestão ambiental. O evento acontece no Espaço Cultural do Sindicato da ADUFC. 
A localização da ADUFC é Av. da Universidade, 2346 - Benfica. Na ocasião, serão lançados os livros "Agroecologia e Educação Ambiental Aplicadas ao Desenvolvimento Comunitário" (Org. Adryane Gorayeb e Edson Vicente da Silva); "Serra de Baturité - uma visão integrada das questões ambientais" (Org. Frederico Holanda Bastos); e "Guaramiranga - caminhos para o planejamento e gestão ambiental" (Org. Frederico Holanda Bastos).

A noite de lançamentos contempla ainda a cartilha "Educação Ambiental e Agroecologia em Comunidades Rurais" (Leilane Oliveira Chaves) e o documentário "Agroecologia e Arte Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável", de 14 minutos.
Todas as publicações foram realizadas pelo laboratório do Departamento de Geografia, através do projeto de extensão "Agroecologia e Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável: Estratégias para a Melhoria da Qualidade de Vida e Conservação Ambiental, Coqueiro do Alagamar, Pindoretama – Ceará".

Fonte: Profª Adryane Gorayeb, do Departamento de Geografia da UFC - (fone: 85 3366 9856)
 

Ciclo de Seminários TRAMAS 2012

Ciclo de Seminários TRAMAS 2012
    I Tema:  Soberania Alimentar, Sementes Crioulas e Biotecnologia: Desafios à Ciência

 
A preocupação com a questão alimentar na atualidade tem revelado necessidade de abrirmos espaço de diálogo na universidade sobre os desafios do desenvolvimento científico no contexto da crise agrícola-ecológica e sua (inter)relação com o padrão de consumo e produção da sociedade contemporânea. Os impactos à soberania e segurança alimentar e ao ambiente advindos do modelo de produção agrícola conservador, caracterizado pela expansão de fronteiras agrícolas e uso excessivo de agrotóxicos e dependência da biotecnologia, tem desvelado importância de discutirmos também o papel e os desafios das práticas agroecológicas promovidas por agricultores familiares e povos tradicionais, no que tange a produção de alimentos e a  preservação dos recursos naturais. O núcleo de pesquisa Tramas - Traballho, Ambiente e Saúde - do Depto. de SaúdeComunitária/Universidade Federal do Ceará,  convida Grupos de Pesquisa, Professores, Estudantes de Graduação e Pós-graduação, Profissionais, Servidores Públicos, Movimentos Sociais, ONGs, Movimento Estudantil e Ambientalistas ao  1º Seminário do ciclo de 2012 com o tema "Soberania Alimentar, Sementes Crioulas e Biotecnologia:Desafios para a Ciência",
a ser realizado dia 29 de março, no Auditório Luiz Gonzaga - Depto. de Ciências Sociais - Campus do Benfica.


PROGRAMAÇÃO:
 
(14h-17h) Mesa 1: 
1. Marco Regulatório dos Organismos Geneticamente Modificados: O caso da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM e Seus Defafios para Saúde Pública e Meio Ambiente.
Convidado: João Alfredo Telles Melo, Vereador e Professor da Faculdade 7 de Setembro.
2 - Soberania e Segurança Alimentar no Brasil e o Direito à Alimentação.
Convidada: Helena Selma Azevedo,  representante do Conselho de Segurança Alimentar (CE)  e Professora do  Departamento de Economia Domestica da Universidade Federal do Ceará. 

3 – Trechos do Documentário: O Mundo Segundo a Monsanto (escritora e documentarista francesa Marie-MoniqueRobin).
 
(17h-19h) Mesa 2:
 
1. - Experiência da Casa de Sementes Crioulas no Ceará: Sabedoria, Agrobiodiversidade  e Autonomia para ProduçãoCamponesa. 
Convidados: Agricultores Familiares do Município de Sobral, Ceará. 
 
2 - Soberania Alimentar: Uma Necessidade dos Povos do Campo.
Convidado: Via Campesina - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
 
 
Data de realização: 29 de Março de 2012
Local: Auditório Luiz Gonzaga – Departamento de Ciências Sociais – Campus do Benfica
Horário: 14 horas – 19 horas

 


Aborigenes de Brasil

Aborigenes de Brasil: “Hasta que sintamos vergüenza…”

Por racismoambiental, 26/03/2012 18:18
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Almagro Nestor
Mientras los periódicos y las televisiones hablan de la vida de los famosos, el jefe de la tribu Kayapo recibía la peor noticia de su vida:  Dilma, ‘La nueva presidenta del Brasil, ha dado el visto bueno a la construcción de una planta hidroeléctrica enorme (la tercera más grande del Mundo)’.
Es la sentencia de muerte a todos los pueblos cercanos al río, ya que la presa inundará 400.000 hectáreas de bosque. Más de 40.000 indígenas no tendrán donde vivir. La destrucción del hábitat natural, deforestación y la desaparición de multitud de especies es un hecho.
’40.000 seres humanos!!!… y nos preocupamos por 6 o 7 o 10 que llenan las revistas? que llevan puesto? con quién se casan? de quién se divorcian?… por Dios!!! que vergüenza, sentimos los que valoramos cada VIDA COMO ÚNICA!! Continue lendo… 'Aborigenes de Brasil: “Hasta que sintamos vergüenza…”'»


terça-feira, 20 de março de 2012

By "Sophia" Novack...outros jovens!

Open Source Permaculture

 

 http://www.indiegogo.com/OpenPermaculture?c=pledges&a=504776#

Cultura: e se o pós-capitalismo estiver começando?


Cultura: e se o pós-capitalismo estiver começando?

Congresso Fora do Eixo, 2012: 73 coletivos, 5 mil shows por ano -- e produção incessante de lógicas subversivas
Outras Palavras entrevista animadores da Rede Fora do Eixo e prepara reportagens sobre coletivos que estão multiplicando produção cultural por meio de lógicas opostas às do mercado
Por Antonio Martins | participou Bruna Bernacchio
Quem acompanha a cena cultural brasileira e o debate que ela desperta, ouviu provavelmente falar sobre a Rede Fora do Eixo (FdE). Existe há menos de sete anos. Surgiu singela: uma articulação entre coletivos de jovens, inconformados com a pobreza e mesmice da “arte” que os circuitos tradicionais oferecem ao interior do Brasil. Começou de onde, em geral, se espera pouco: Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (PR) e Londrina (PR) – quatro cidades distantes do mar e do glamour de Rio-São Paulo. Soube ir além da crítica: os garotos e gurias queriam montar festivais, shows, turnês – e não apenas desprezar a indústria cultural, em discursos com ar blasé.
Veio na hora certa. Desejos parecidos pulsavam em todo o país e o Fora do Eixo parece ter no DNA o espírito de compartilhamento. A experiência reunida por cada coletivo gera um acervo comum de tecnologias sociais, transmitido e renovado incessantemente em encontros, residências, congressos ou pela internet (veja algumas apresentações). A rede adensou-se rápido. Hoje, são 73 coletivos, em 112 cidades brasileiras e em quatro países da América Latina. Sua atividade é impressionante: em 2011, os grupos colocaram em contato com o público 13.500 músicos independentes, em 5.152 shows, 150 turnês e 170 festivais. Seus palcos principais são praças, universidades, casas-sedes dos coletivos. Nestes locais também funcionam centros de distribuição, onde é possível ter acesso a 3 mil produtos – de CDs, DVDs e livros a camisetas e chaveiros.
Em 2011, o Fora do Eixo também armou um salto estratégico. Em março, dezenove gestores, originários de coletivos em todo o país, alugaram e habitaram uma casa em São Paulo, maior metrópole e polo de difusão cultural do país. A presença multiplicou a visibilidade e a repercussão da rede. Ela foi tema de matérias em revistas e emissoras de circulação nacional, como Trip e MTV; recebeu prêmios como o Bravo! (por “melhor programação cultural”), firmou parcerias com casas de show como Studio SP.
 * * *
Para quem busca, como Outras Palavras, refletir sobre a superação do capitalismo, há algo ainda mais provocador, no Fora do Eixo, que seu sucesso surpreendente. É o fato de este êxito ter sido alcançado precisamente porque os coletivos adotam, em seu trabalho e quotidiano, valores e lógicas contra-hegemônicas. Colaboração, ao invés de competição. Compartilhamento da renda. Uso de moedas paralelas, cuja administração é feita de modo consciente. Desierarquização, decentralização e transparência Formas diversas de democracia direta. Tudo o que é apontado pelo pensamento conservador como causador de ineficiência, desestímulo e caos, o Fora do Eixo transforma em fontes de sua energia.
Talvez a primeira peculiaridade esteja na própria relação entre artistas e público – inclusive no que diz respeito à remuneração. A celebridade reluzente dos pop-stars não seduz nem coletivos, nem plateias. A produção dos shows é eficaz, porém espartana. Assegura-se a qualidade do som e da iluminação – nada da parafernália de luzes, palco, camarins luxuosos, segurança impenetrável que caracteriza os mega-espetáculos. Porque a estética é oposta à deles: valoriza despojamento, naturalidade, intimidade entre os músicos e que assiste a eles.
Os R$ 12 milhões que o Fora do Eixo gastou em 2011, com música, certamente não pagariam um dos espetáculos das turnês de circuito internacional que frequentemente vêm ao Brasil. Se viabilizaram 5 mil shows e contribuíram com a produção de 13,5 mil músicos, é porque algo fundamental mudou. Uma multidão de jovens artistas já não se enxergam como candidatos a semideuses, mas como seres humanos dispostos a viver com dignidade de sua criação cultural.
Algo facilita esta nova mentalidade. Além de reais, circula nos coletivos o CuboCard, uma moeda alternativa(veja algo sobre ele nos menus à esquerda desta página). A rede emitiu 20 milhões de Cubos (Cc$), em 2011. Têm enorme utilidade, porque ajudam a quantificar e tornar líquido o enorme volume de trabalho não-mercantil gerado no circuito. Um show pode render a uma banda R$ 1.000 e Cc$ 2.000. Usa-se a primeira quantia nas formas conhecidas. A segunda gira sempre dentro da rede, ajudando a viabilizar a produção de seus milhares de participantes. Mas é muito valiosa aos músicos. Com cubocards, é possível contratar, entre centenas de itens, horas de estúdio (nas casas do Fora do Eixo), a construção de um site, a assessoria de imprensa para um show, a gestão de uma carreira, hotéis, cursos, cervejas. Um requintado cardápio de produtos e serviços reunia, em dezembro do ano passado, centenas de itens.
A usina que faz girar toda a rede são os coletivos de produtores, que reúnem cerca de 2,2 mil pessoas e participam de uma espécie de experimento comunitário radical. Na casa de São Paulo, ninguém recebe, pelo trabalho, salário individualizado. Todos desfrutam gratuitamente dos bens comuns: casa (que inclui teto em quartos compartilhados, água, luz, telefone, internet); refeições; toda a programação cultural; um ambiente intelectual agitado e instigante). Compartilham a senha de cartões de débito e crédito. O gasto é livre: serve para custear uma roupa, um remédio, uma viagem. Mas está sujeito a justificação: não é lícito aproveitar a liberalidade para viver melhor que os demais. O ambiente combina frugalidade notável (na casa, roupas, comida) com banda larga farta e laptops para todos.
Ao menos neste ambiente ultra-jovem (os membros históricos do Fora do Eixo têm menos de trinta anos; a maioria está na faixa dos vinte), o arranjo funcionou de modo admirável. No documento de balanço das atividades da rede em 2011 (também disponível em formato multimídia), fala-se em expandir a experiência paulistana, num convite para que os coletivos FdE adotem o modelo das casas-escritórios coletivas (também chamadas de Zonas Autônomas Permanentes). Não se trata de apelar para um compromisso ideológico. Sugere-se algo concreto e até certo ponto pragmático: a experiência de uma vida mais rica, menos limitada pelas futilidades vazias do consumismo.
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Há seis anos, quando surgiu, a rede era movida a música – muito popular e relativamente fácil de produzir. Mais recentemente, há um movimento nítido de diversificação. Surgiram, entre outros, o Clube de Cinema Fora do Eixo (750 sessões em cineclubes, em 2011); o Palco Fora do Eixo (e uma interessante tentativa de combinar música e teatro, durante os festivais); o Fora do Eixo Letras (que edita Seda Poemas, promove o Varal das Artes e produz videopoesias, para ampliar a circulação das obras); a Pós-TV (entrevistas ao vivo e programas como o que o agitador cultural Cláudio Prado comanda num sofá, plantado numa calçada da rua Augusta, em São Paulo), a Fora do Eixo Software Livre (realiza installfests para conversão de máquinas para Linux, oficinas, suporte tecnológico, desenvolvimento de soluções livres), o Nós Ambiente (preocupado inclusive com a sustentabilidade ambiental dos shows, festivais e damais iniciativas da rede).

Algumas das novidades recentes deste universo já não se situam apenas no terreno da produção cultural. Relacionam-se com a expansão permanente do “modo de ser” Fora do Eixo. Parte dos recursos que movimentam a grande rede é captada em órgãos públicos e empresas, por meio de editais e projetos de patrocínio. Para elaborar projetos de captação e gerir os recursos, criou-se o Banco FdE, que também funciona de forma decentralizada. Cada coletivo destaca pelo menos um de seus integrantes para a tarefa. As experiências são compartilhadas em rede e sistematizadas em novas tecnologias sociais e ferramentas. Mas o banco vai muito além da busca de receita. Procura gerir a complexa emissão da moeda alternativa (como ela é feita autonomamente pelos coletivos, é preciso evitar crises inflacionárias…). Aventura-se pelo terreno da Economia Solidária.
Para refletir teoricamente sobre a experiência, há a Universidade FdE. Ela estabelece diálogos com professores, estudantes, rádios e TVs universitárias. Mas sua vocação principal é estimular a rede a pensar sobre seu próprio trabalho, no contexto de grandes temas contemporâneos. Isso se de dá por meio dos Observatórios Fora do Eixo. Foram 85 edições em todo o país, em 2011. Nelas, debateu-se assuntos muito práticos (“Compostagem urbana: como fazer um minhocário”); mas também promoveu-se capacitação reflexiva (teoria e prática das rádios livres, terminando com a montagem de um transmissor, por exemplo), debates estéticos (“Teatro do Absurdo”) e políticos (“O papel da distribuição na Cultura Livre”). Boa parte das sessões é transmitida ao vivo, por internet, e fica disponível num canal próprio do Livestream.
Por fim, há o Partido da Cultura (PCult). Ainda é embrionário e, embora impulsionado pelo Fora do Eixo, vai além dele. Não-institucional por excelência, atua no debate e mobilização sobre políticas culturais (o FdE foi uma das vozes mais claras, na crítica aos retrocessos vividos pelo ministério da Cultura, após o início do governo Dilma). Mas, também aqui, quer ir além da resistência e explorar “o papel da cultura como transformadora das relações de trabalho, sociais e econômicas”.
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Como uma rede tão anti-hegemônica expandiu-se em tão pouco tempo, tornou-se uma referência para a juventude socialmente mais ativa e ambiciona ver suas lógicas e práticas superarem as formas de relacionamento convencionais? Como ela é, por dentro: economia, formas de decisão, relações entre indivíduos e coletivos, tentativa de superar hierarquias? Qual sua história – tão recente, porém tão densa? Quais as chances de reproduzi-la em outros terrenos da produção imaterial – este vastíssimo universo que rapidamente ocupa o centro da economia, em todo o mundo? Que críticas são feitas ao Fora do Eixo, e que as motiva? Quais seus possíveis futuros, à medida em que seus integrantes deixarem de ser tão jovens, e desenvolverem novas necessidades? Quais os riscos de serem capturados pela mesma lógica que pretendem superar?
Talvez um jornalismo de profundidade ajude a encontrar respostas. Em 13 de fevereiro, a repórter Bruna Bernacchio e eu nos encontramos, na casa FdE de São Paulo, com dois animadores da rede – Felipe Altenfelder (de barba) e Pablo Capilé. O diálogo está registrado nos sete vídeos abaixo, que tiveram edição leve de Bruna. Não devem ser vistos como uma entrevista formal. Foram uma primeira abordagem, que publicamos para que os leitores de Outras Palavras possam acompanhar nosso trabalho desde a etapa em que é produzido. A partir do diálogo, pautaremos e realizaremos uma série de reportagens. Queremos enxergar concretamente o Fora do Eixo – não julgá-lo partindo de esquemas teóricos. Será muito recompensador contar (desde já e durante toda a série) com informações, observações, insights e críticas.
Para estimulá-las, vale adiantar duas hipóteses. A primeira não é nova, mas não custa ressaltá-la. O FdE é mais um filho da era digital. O desejo de novas relações sociais, que o inspira e alimenta, seria impotente sem as tecnologias que derrubaram dramaticamente os custos dos equipamentos e da produção de bens culturais. Que multiplicaram as possibilidades de mixagens e remixagens multimidiáticas. Que tornaram possível aos criadores, ou a coletivos não-mercantis, distribuir seus produtos maciçamente e quase sem custo, propagar seus eventos e ideias, compartilhar em tempo real suas práticas e experiências. Que, enfim, estão tornando desnecessárias e obsoletas a indústria cultural e seus mecanismos de intermediação.
A segunda hipótese é mais instigante e arriscada. Ao buscar soluções para seus problemas práticos, o Fora do Eixo parece ter encontrado uma nova trilha para a prática do pós-capitalismo. Os artistas e coletivos que se integram à rede estão, é claro, imersos no mundo da mercadoria. Neste, como todos nós, eles são obrigados a comprar a vida (aluguel, comida, internet, micros, estúdios, etc etc etc) e vender trabalho. Porém, foram capazes de desenvolver um conjunto vasto de relações sociais de sentido oposto. Esta vida alternativa, que desponta em meio à vida-mercado, pulsa. Consolida-se, porque sendo os coletivos tão frugais, e os custos relativamente baixos, os empreendimentos tornam-se sustentáveis. Reproduz-se – porque a rejeição ao consumismo, a possibilidade desenvolver talentos, de compartilhá-los, de aprender e ensinar incessantemente, de conviver em espaços onde o estímulo intelectual é constante são um combustível que desperta o desejo de mais jovens. Expande-se, porque as mesmas experiências de sucesso alcançadas na música estão se tornando possíveis em muitos outros ramos da produção imaterial. Subverte: porque demonstra, de modo imediato, a viabilidade e concretude de outras lógicas e relações sociais.
Visto desta forma (e não como algo a ser construído apenas após uma duvidosa “tomada do poder”), o pós-capitalismo está em construção há tempo. O software livre é um exemplo emblemático. Comunidades mundiais de milhares de desenvolvedores produzem aplicações fazendo-se remunerar – mas, ao mesmo tempo, desapegando-se do produto final de seu trabalho e estabelecendo, em todas as fases de produção, relações não-mercantis de colaboração. Estas lógicas lhes permitem estar no centro de um dos setores mais dinâmicos e inovadores da economia contemporânea.
Talvez a grande novidade do Fora do Eixo esteja em ter aberto um novo filão, potencialmente muito mais extenso. Porque aqui cabem não apenas os desenvolvedores de código, mas todo o universo da produção de conhecimento, cultura, comunicação e arte.
Que tempos desafiantes, os que vivemos – em que há tanta barbárie e, ao mesmo tempo, tanta possibilidade de humanização. E que prazer, o de estar aberto para perceber, conhecer e narrar estas surpresas.
http://www.outraspalavras.net


Em: Viver Sustentavel/Gentilezas

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