Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

sexta-feira, 30 de março de 2012

O sonho da Rio+20



O sonho da Rio+20

Fonte: Folha de S.Paulo, Mar/2012 (http://www1.folha.uol.com.br)

Folha Opinião, São Paulo, terça-feira 27 de março de 2012

Ricardo Abramovay 

Os documento iniciais da ONU e o do Brasil para a Rio+20 cultivam o 
mito do crescimento econômico perpétuo de forma completamente acrítica 

Não é trivial que 21 cientistas de várias partes do mundo, muitos 
deles com um passado de importantes responsabilidades governamentais, 
iniciem um manifesto com a célebre frase de Luther King: nós temos um 
sonho. 

Menos trivial ainda é que esses cientistas tenham a humildade de 
reconhecer que a habilidade humana de fazer foi além da capacidade 
humana de compreender. A civilização contemporânea vive a explosiva 
combinação de evolução tecnológica rápida e evolução ética e social 
lenta. 

Essas são apenas algumas das ideias expressas pelos ganhadores de 
uma espécie de Nobel do Meio Ambiente (O Prêmio Planeta Azul, que existe
desde a Rio-92), entre os quais José Goldemberg, ex-reitor e professor 
da USP. 

O sonho revelado em seu texto ("Meio ambiente e os desafios do 
desenvolvimento: o imperativo da ação") é fundamental por se distanciar 
em ao menos dois pontos do pesadelo representado tanto pelo documento
inicial da ONU para a Rio+20 (conhecido como "draft zero") como pela 
própria contribuição brasileira à conferência. 

O primeiro ponto é a constatação de que o uso dos recursos 
materiais, energéticos e bióticos por parte do sistema econômico já 
compromete a qualidade da vida social em ao menos três áreas, como 
mostra o estudo publicado na revista "Nature" pelo grupo liderado por 
Johan Rockstrom: mudanças climáticas, biodiversidade e ciclo do 
nitrogênio. 

Em outras seis áreas (acidificação dos oceanos, água, uso do solo, poluição, aerossóis e ciclo do fósforo), a ameaça é imensa. 

Por esta razão, e apoiado em ciência, o documento denuncia o "mito 
do crescimento econômico perpétuo adotado entusiasticamente por 
políticos e economistas para evitar decisões difíceis". 

O "draft" da ONU e o documento brasileiro para a Rio+20 cultivam este mito de forma totalmente acrítica. 

Fazem isso, segundo ponto, sob o argumento de que a economia verde 
será capaz de compatibilizar o tamanho do sistema econômico, sempre 
maior, com os recursos limitados dos ecossistemas. 

Os dados não corroboram esta fé na técnica. É essa a razão pela qual os cientistas do Prêmio Planeta Azul dela se distanciam. 

Mas não apenas eles: documento da consultoria KPMG divulgado 
recentemente mostra que cada dólar do PIB global de 2011 foi obtido com 
21% a menos de emissões de gases de efeito estufa e 23% a menos de 
materiais que em 1990. 

É um progresso extraordinário, que mostra o potencial da economia 
verde. No entanto, a produção e o consumo aumentaram tanto que, apesar 
dessa queda por unidade de produto, a extração global de materiais da 
superfície terrestre se elevou, nos últimos vinte anos, 41%. As emissões
aumentaram 39%. 

O caso mais preocupante é o dos fertilizantes nitrogenados, cujo uso
aumentou globalmente 135% nos últimos vinte anos, três vezes mais que a
produção alimentar. 

Sistemas de inovação voltados para a sustentabilidade são 
fundamentais. Mas achar que eles permitirão suprimir os limites é 
exprimir uma crença mística no poder da técnica que a ciência não 
autoriza e a ética não recomenda. 

-----------------------------------------

Ricardo Abramovay, 58, é professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

CICLOVIDA Completo