Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8
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sábado, 17 de novembro de 2012

Floresta de Alimentos

A floresta de alimentos da pequena propriedade rural - Frutifloresta, um espaço de coleta de alimentos


Antônio Roberto Mendes Pereira 
A idéia de ter uma floresta de alimentos encanta muitas pessoas. Já imaginou um espaço onde você e alguns dos seus animais domésticos pudessem encontrar 80% dos alimentos necessários? Pois bem, a intenção deste texto é ensinar a montar um pomar como se fosse uma floresta de alimentos, uma frutifloresta, onde a maioria das fruteiras adequadas ao tipo de solo e clima do local escolhido pudessem se desenvolver sustentavelmente. A diversidade vegetal e animal deve ser um dos princípios básicos desta floresta, onde cada elemento apóia e complementa as necessidades de outras espécies. Cada elemento que vai compor este sistema deve executar mais de uma função, para que este agroecossistema possa aumentar a sua capacidade de suporte de sustentabilidade. 
Na Permacultura este espaço é conhecido como Zona II, é o espaço também considerado como área de segurança alimentar para toda a família e para alguns animais. 

Em muitas propriedades este espaço já não existe, já foi absorvido pela monocultura comercial. Um pé ou outro de fruta ainda resiste às investidas de ser arrancadas. Em muitas propriedades já nem se lembra mais quando foi plantada uma fruteira, alegando-se que demora muito para produzir. O imediatismo é a postura que direcionam muitas das tomadas de decisões. Qualquer atividade que demande mais tempo é logo rejeitada. A rotação financeira rápida é o lema. Fazer investimento que demore muito tempo, utilize-se muito dinheiro e mão de obra é considerada decisão errada. O negócio é atividades que se invista pouco recurso econômico, e que gere resultados não para amanhã, mas para ontem. Como repensar esta forma de planejar é a intenção que deve permear este texto. 
Devemos partir do pressuposto de que em uma floresta não falta alimento para quem nela habita e vive logo, como montar esta Zona II seguindo a mesma lógica da floresta natural? O que devemos fazer? 
Como aproveitar de forma eficiente e eficaz a energia do sol? Do vento? Os nutrientes que estão presentes neste ambiente (solo)? 
A lógica é a seguinte: Em uma floresta natural e nativa para nós os seres humanos encontrarmos alimento que atenda nossa dieta de forma suficiente é difícil. Somente 10% a 20% é o percentual que podemos encontrar, porém nossa intenção é aumentar este percentual na floresta por nós montada. Pretende-se alcançar de 40% a 60% da dieta da família responsável por sua implantação. 
Em uma floresta de alimentos projetada, tudo ou quase tudo deve ser pensado, projetado, estudado, as plantas são escolhidas, selecionadas, com a intenção de atender as demandas da família e de outras famílias que não sejam unicamente as humanas. Muitos seres vão compor este espaço de forma que uma espécie apóia aos demais componentes do espaço. Precisamos aprender a aumentar a capacidade de suporte da floresta projetada, e muitas estratégias podem ser utilizadas, principalmente na escolha dos elementos que vão compor este espaço. 
Qual seria a lista das frutas que você gostaria de produzir? Porém, elimine as de impossível adaptação, pense no que for possível e adequado ao clima, ao solo, a quantidade de água disponível e a radiação solar que a área recebe. As espécies de frutas indígenas nativas devem compor este espaço, elas já foram testadas durante gerações e gerações, logo precisam compor este espaço. Dê preferência pelas nativas no lugar das importadas, trazidas de outras regiões. Porém nesta escolha nunca permita que de uma mesma espécie ultrapasse 10% do total das espécies que vão compor o espaço. 
ESTRATÉGIAS QUE PRECISAM SER ANALISADAS E OPERACIONALIZADAS 
REDUZIR A DISTÂNCIA DA COMIDA E DIMINUIR A NECESSIDADE DA COMPRA – Estas são as principais intenções com a implantação da floresta de alimento. Quanto mais próximo da casa menos gasto com energia para colheita e com a manutenção deste espaço. É de praxe na Permacultura que a Zona I e a Zona II, são espaços de segurança alimentar, devem ser similar ao supermercado para a família, ela deve ter quase todas suas necessidades alimentares atendidas por estes dois espaços produtivos. Espaços estes onde a família não precise se deslocar grandes distâncias para fazer sua feira ou coleta diária de alimento. Por estes alimentos estarem tão próximo da casa, evita-se o uso de geladeira para conservar os mesmos, a melhor maneira de conservar os alimentos é na própria árvore, só coletando o estritamente o necessário para o consumo diário. Com esta atitude a qualidade e a quantidade dos alimentos são mantidas, além de evitar a compra. 
O POSICIONAMENTO DA FLORESTA DE ALIMENTO – Um dos princípios da permacultura é o da “Localização relativa ou integrante”, onde o elemento está mais bem localizado quando ele consegue aumentar o nível de conexões entre ele e os demais elementos que compõe o sistema. Logo, quando se for escolher a área para montar o pomar ou a floresta de alimento, precisamos está atento a este principio. Embora que a melhor localização para esta floresta é logo após a Zona I, pois os critérios que precisam ser considerados são: produtividade, necessidade de água, energia e manutenção do espaço. A floresta não necessita de tanta manutenção quando comparada com a Zona I, portanto é posicionada logo a seguir. 
POMAR PARA TODAS AS CULTURAS – Quanto mais diversidade, mais rico e sustentável será este ambiente. Muitas culturas devem compor este espaço, porém sempre levando em conta, que quanto mais nativa a espécie for mais condições de permanência e produção terá. Devemos ter espécies de plantas que garantam uma produção durante todos os meses do ano. Neste espaço devemos ter plantas de vários andares (altura) para que possamos ao máximo imitar uma floresta nativa. É obvio que neste espaço não só terá plantas cultivadas, devemos entender que a natureza também vai querer incluir alguns representantes que ela acha necessário, respeite e controle o excesso. A diversidade deste espaço garante uma mesa diversificada, farta e rica, com alimentos de alta qualidade biológica ou nutricional. Garanta o resgate de espécies frutíferas da região que estão ficando esquecidas ou que seja difícil de encontrar, e ou que não estão sendo plantadas mais com freqüência. E lembre-se que a maioria das fruteiras requer máxima exposição ao sol e devem ser plantadas nas encostas voltadas para o sol, porém com o solo protegido da radiação solar é claro. 
Não perca as sementes e os caroços das frutas depois de consumidas. Não perca o potencial genético que foi produzido e agora necessita ser multiplicado. Faça uma pequena sementeira e aproveite ao máximo este material. Se não quiser fazer mudas pelo menos escolha uma área e lance as sementes em espaços que elas possam ter a capacidade e a possibilidade de se multiplicar espontaneamente, mas não transforme este capital genético em lixo. 

AS ESTAÇÕES DO ANO – Muita influência tem as estações do ano no desenvolvimento e produção das frutas, precisa-se está alerta para os períodos de cada estação climática. As fruteiras vão necessitar de alguns cuidados como em algumas estações a necessidade por água pode aumentar, em outras a concorrência com outras espécies mais adaptadas podem atrapalhar o desenvolvimento de algumas, em outros momentos o frio pode paralisar o crescimento, enfim precisa-se estar atentos para ajudar que as mesmas consigam ultrapassar estas possíveis dificuldades fenomenológicas. 
Na escolha das variedades dos representantes que vão compor o espaço devem-se selecionar espécies que possam ter alguns representantes produzindo durante todas as estações do ano. Garantindo que pelo menos parte do pomar esteja produzindo alimento naquele período ou estação do ano. 
Construir o calendário de safras das fruteiras existentes ajuda muito na manutenção do manejo do pomar. Pois no momento da floração até o fruto ficar no ponto de colheita muita coisa pode acontecer, logo é bom estar alerta. 
FORMA DAS COPAS DAS FRUTEIRAS – É preciso conhecer o formato e o tamanho de cada fruteira que foi escolhida para compor o espaço. Com isto respeitam-se as distâncias necessárias de cada espécie, evitando super dimensionamento entre as elas. O formato das copas vão nos ajudar na arrumação e na distribuição de quem deve estar próximo de quem. Vários são os formatos das copas, mas cada formato tem suas pretensões em uma serie de demandas que foram moldadas para atender a estas necessidades. 
Algumas fruteiras têm seus frutos expostos ao sol para amadurecer como no caso da mangueira, goiaba, laranja entre outras, estas necessitam de mais sol, mas também têm outras que protege seus frutos do sol, estes exigem menos sol para amadurecer, como é o caso da uva. Estes comportamentos das espécies precisam ser levados em conta na hora da arrumação. 




INTRODUÇÃO DOS ANIMAIS NA FLORESTA DE ALIMENTOS – Antes da tomada de decisão de quais animais domésticos irá fazer parte do sistema precisamos responder as seguintes perguntas: 
· Este animal é adequado ao clima? 
· Existem variedades adaptadas deste animal na região? 
· Qual será o impacto que este animal pode causar ao sistema? 
· Quanto de espaço este animal necessita? 
· Quais os hábitos deste animal em relação à reprodução? 
· Este animal pode ser criado junto de outras espécies? 
· Qual é o hábito alimentar deste animal? Dê preferência pelos onívoros, que comem de tudo. 
· Quais outras funções este animal pode desempenhar no sistema? 
É bom lembrar que animais grandes e destrutivos não são apropriados para serem criados na floresta de alimentos. Bovinos, cavalos compactam o solo, quebram muitas galhas além de comer muitos frutos. Os pequenos animais são mais adequados. Pássaros, abelhas, galinhas, coelhos, e até mesmo porcos, são mais adequados para participarem deste espaço produtivo. 
OS ANIMAIS E AS POSSÍVEIS FUNÇÕES NO SISTEMA – Todo ser vivo exerce várias funções no sistema onde está inserido. Estas funções colaboram na sustentabilidade do ambiente. Uma das grandes vantagens da criação dos animais livres é que eles podem exercer funções que consolidam sua existência no ambiente. Diferentemente de se criar um animal preso, para melhor entender imagine que uma galinha presa para provar sua existência basta que ela ponha ovos e produza carne, completamente diferente no caso desta galinha viver solta, ela prova sua existência controlando insetos, diminuindo as ervas, fertilizando o ambiente, entre outras. Como se percebe quanto mais este animal for criado utilizando a lógica da natureza mais funções ele pode exercer no ambiente, no nosso caso na floresta de alimentos. 
As abelhas exercem além da polinização exercem muitas outras funções de grande importância no sistema. A produção de mel, cera, própolis entre outros já justificam a necessidade de sua presença nesta floresta. Dê preferência pelas melíponas, pois não exigem caixas mobilísticas e muitos apetrechos para sua criação. Seu manejo também é muito mais simples que as abelhas do gênero Ápis. A presença de abelhas no sistema me exige mais cautela nas minhas atitudes de manejo. 
As galinhas são de grande ajuda no sistema, pois ciscam, comem insetos, controlam alguns tipos de ervas, contribuem na fertilização da floresta, espantam alguns tipos de cobras, além de contribuir com a diversificação e produção de alimento que é um das maiores intenções produtiva da floresta. 

Os patos e os gansos também são de uma ajuda tremenda, pois controlam grande variedade de gramas e forragem e outras ervas, ajuda na fertilização do solo e dos corpos d água do espaço. A fertilização da água contribui enormemente na alimentação de algumas espécies de peixes. Ajuda na oxigenação de lagos e lagoas através da sua movimentação dentro da água, contribuindo na sobrevivência dos peixes. Tem uma grande diferença das galinhas, pois não tem o hábito de cisca. De seis a doze gansos em meio hectare podem manter muito bem um pomar. 

Os pássaros também exercem funções importantíssimas no equilíbrio desta floresta, são eles responsáveis pela disseminação de parte de sementes de frutas e de outras plantas, quando se alimentam e também quando estercam, comem grande quantidade de insetos, além de tornar o ambiente mais bonito em beleza e na sonoridade. 

A ÁGUA NA FLORESTA DE ALIMENTOS – Sem ela o sistema não terá a estabilidade necessária. Várias estratégias precisam ser montadas para que este líquido possa ser captado e armazenado no solo. Um dos princípios da Permacultura diz que toda função importante deve ser executada por vários elementos, e a captação da água é função muito importante que precisa ser executada por vários elementos. A copa das arvores foram projetadas para naturalmente para captar os raios solares e água. 
O solo deve ser a grande caixa de água, onde toda água da chuva é captada e armazenada. As folhas que cobrem o solo, além de ser uma esponja que facilita a infiltração também serve de filtro limpando parte dos resíduos sólidos de arrasto. Uma boa estratégia para aumentar a quantidade de folhas que possam aumentar a proteção do solo é o plantio de cultivos de plantas de cobertura verde de solo. Estas plantas além de proteção também iram servir de adubação, durante sua decomposição. 
Açudes, canais de infiltração, lagos e lagoas são também estratégias que aumentam a captação e o armazenamento de água para o sistema. 



O JOGO DE ESPAÇO, LUZ E NUTRIENTES – Este é o grande desafio na montagem deste sistema, precisa-se aprender a equilibrar esta equação onde estes três componentes precisam interagir de forma permanente. A falta ou a demasia de um deles pode trazer problema para os elementos vivos que vão fazer parte deste sistema. Ao organizar a distribuição das fruteiras leve em conta a necessidade de luz e de espaço de cada espécie, identifique de que lado vem o sol e coloque as plantas mais exigentes neste lado. Aprenda aproveitar de forma eficiente tudo que esta disponível naturalmente nesta área. Lembre-se que toda fruteira necessita de espaço para se desenvolver adequadamente. 

ALIMENTANDO O POMAR – Após estabelecer as plantas de coberturas e as leguminosas que devem fazer parte deste ambiente, permitam que alguns animais entrem no sistema como exemplo galinhas, patos e dependendo da maturação do sistema alguns porcos, eles vão ajudar também a manter o pomar, suprindo o ambiente de adubo. Reviram, ciscam, pastam ajudando a manter o sistema vivo e ativo. 

MANEJO DE PRAGAS – Todo ambiente fértil e diverso dificilmente acontece o aparecimento de pragas e doenças. A estabilidade se instala com muita facilidade quando no ambiente a diversidade é instaurada. Vão existir insetos no sistema até porque eles também fazem parte do ambiente. Porém dificilmente se tornam pragas. A presença de inimigos naturais vai controlar quaisquer pequenos desequilíbrios que porventura venham ocorrer no sistema. Não fique surpreso se logo no início da instalação da floresta venha surgir estes desequilíbrios, lembre-se que o sistema ainda está buscando seus próprios equilíbrios estáticos de população de insetos. 
A PODA NO SISTEMA – Existe muita controversa sobre o uso desta prática. O formato natural de uma planta foi projetado naturalmente para que ela consiga atender a sua necessidade de luz, pois cada folha que brota tem várias tarefas e entre elas ela deve realizar fotossíntese em algum momento do dia, cumprindo uma das funções de ser folha. A poda desarruma esta projeção natural dos galhos, fazendo com que muitas das folhas não realizem esta função (fotossintetizar) por não receber a luz do sol. Outro detalhe da sabedoria e experiência popular diz que você sempre terá a mesma quantidade total de frutas de uma árvore. Você pode colher muitas pequenas e algumas poucas grandes, e com a poda você terá poucas grandes que terminam por equivaler pelo maior número das pequenas. Pense bem antes de tomar a decisão de realizar podas, uma vez fazendo todos os anos necessitará repetir a operação. 
Não é tão difícil montar uma floresta de alimentos que possam atender grande parte da necessidade de alimentos da sua família. Empenho e dedicação e observação dos sistemas naturais é a receita básica para grandes resultados. Esta floresta de alimentos precisa alcançar os seguintes pontos básicos necessários para a sustentabilidade: 
· Que ela auto se mantenha; 
· Que ela auto se regule; 
· Que ela auto se organize 
Busque montar sua floresta tendo como norte para serem alcançados estes três pontos básicos, e você se surpreenderá com os resultados. Você terá a satisfação de ter uma floresta particular cheia de alimentos, muita beleza, tranquilidade além de estar contribuindo com o equilíbrio do meio ambiente de forma intensa. 

terça-feira, 31 de julho de 2012

Caminhos da Agroecologia e do Consumo Responsável


Caminhos da Agroecologia e do Consumo Responsável





5ª feira – 19h00 – RDA69 (Regueirão dos Anjos, 69 | Metro Anjos)

intercâmbio * experiências * jantar popular * debate * redes e alianças

Iniciativas que partilham uma “identidade agroecológica” estão em grande expansão na Europa e por todo o mundo. Entre essas iniciativas constam, por exemplo, comunas rurais, hortas urbanas, projectos de permacultura, guardiões de sementes, CSA, cooperativas de consumo e iniciativas de transiçãoEm grande medida, essas iniciativas partilham os valores e linguagens dos movimentos agrários e ecológicos do Sul Global e de movimentos sociais anti-capitalistas.

O encontro visa oferecer um espaço para partilha de experiências e convergência de distintas iniciativas que partilham os valores da agroecologia.

Programa:
19h00 – Apresentação de iniciativas:
  • La Garbancita Ecológica (Madrid) | Pilar Galindo
  • CAAS/Projecto 270 (Lisboa/Costa da Caparica) | Nuno Belchior
  • Horta Comunitária da Damaia (Amadora) | Rui Ruivo
  • Hortas pela Diversidade (Portugal) | Lanka Horstink
  • CSA-Freudenthal (Kassel, Alemanha) | Gualter Barbas Baptista
20h30 – Jantar popular com discussão aberta sobre os projectos apresentados
21h30 – Debate sobre o movimento e redes de agroecologia

As iniciativas apresentadas:
La Garbancita Ecológica é uma cooperativa sem fins lucrativos, para a promoção do consumo responsável agroecológico, autogestionado e popular. Após uma década de experiência, os Grupos Autogestionados de Consumo (GAKs) criaram em 2007 este projecto de economia social como uma logística própria que assegura os direitos dos agricultores e consumidores ecológicos. O nosso nome expressa os nossos traços de identidade:http://www.lagarbancitaecologica.org/garbancita/index.php/quienes-somos

Um conjunto de pessoas da Assembleia Popular da Graça e Arredores e do grupo de Transição Anjos-Graça decidiu envolver-se no projecto chamado Coletivo de Apoio à Agricultura Sustentável(CAAS) promovido e dinamizado pelo Projecto 270 na Costa da Caparica. A partir de Outubro, um grupo de 12 núcleos familiares irá receber semanalmente legumes biológicos produzidos pelo Projecto 270. Desde as escolhas das sementeiras até ao produto final da sua alimentação,o processo segueuma lógica de participação directa, consciente, activa e de abatimento dos custos para produtos melhores do que os encontrados no mercado convencional.

Rede das Hortas pela Diversidade nasce no seio da Campanha Europeia pelas Sementes Livres, como o seu braço prático. A luta do movimento europeu pela libertação das sementes também tem sido travada no campo, recuperando a prática milenar de preservar e trocar sementes. A Campanha procura ligar em rede todas as hortas que promovam princípios de preservação do ecossistema, da defesa das sementes tradicionais e da agrobiodiversidade e ainda a colaboração e solidariedade entre hortelões. As Hortas pela Diversidade propõem-se a trocar informação, sementes e conhecimentos entre hortas dentro e fora da rede, a organizar eventos e oficinas em torno das temáticas da alimentação, variedades tradicionais, gastronomia local, agrobiodiversidade e soberania alimentar.

As Hortas em espaços urbanos são uma forma de utilização de espaços verdes que se vêm tornando cada vez mais frequente no mundo. A Horta Comunitária da Damaia, criada num espaço público degradado, agrega duas tipologias de horta urbana. Por um lado, a horta procura constituir um recurso no provimento de alimentos fundamentais para a alimentação dos moradores tendo, assim, um elevado carácter social e de inter-ajuda. Por outro lado, pretende constituir-se como um espaço de partilha de conhecimentos entre gerações, recorrendo a práticas agrícolas tradicionais e articulando-as com ideias inovadoras.

O projecto de CSA-Freudenthal (Community Supported Agriculture, ou Agricultura Apoiada pela Comunidadeé um projecto com uma comunidade de aproximadamente 60 pessoas queà semelhança de dezenas que têm surgido na Alemanha e outros países, procuram promover uma agricultura ecológica e solidária, através da redução do hiato entre consumidores e produtores e da partilha do risco por toda a comunidade. O planeamento da produção e dos custos é feito em conjunto, em base das necessidades da comunidadeHá uma contribuição monetária mensal para os custos do projecto, que é feita de acordo com as possibilidades de cada membro da comunidade.Duas vezes por semana os vegetais frescos são entregues no espaço colectivo para serem recolhidos por cada um.



Organização:
Organizadores

domingo, 17 de junho de 2012

Agricultura Saudável

Agricultura saudável

No Verão passado frequentei um dos Cursos de Verão da Universidade Católica - Biotecnologia, chamado "Hortas urbanas para todos: do conceito à colheita". Foram abordados os princípios da agricultura biológica, técnicas, consociações, fertilização natural do solo, e sobretudo, o respeito pelo equilíbrio dos sistemas ecológicos.  Falamos da interacção entre animais, plantas e solo, e apenas vislumbrei um manancial de informação que todos os agricultores deviam ter, que antigamente sabiam, e que a agricultura do sec. XX com as suas monoculturas extensivas (quase) enterrou!

O princípio fundamental da agricultura biológica  é o respeito pela natureza e a estrita proibição de pesticidas ou adubos químicos de síntese. O solo é também um dos pilares fundamentais: ao contrário da agricultura "tradicional" que empobrece e mata o solo, com a prática da agricultura biológica o solo é enriquecido. Toda a matéria orgânica não consumida é devolvida ao solo (e mesmo parte da consumida: o estrume). Com compostagem ou sem compostagem (adubação verde).

A agricultura biológica baseia-se na biodiversidade: para além de  certas plantas atuarem como "defensoras" ou "ajudantes" de outras (consociações), se ocorrer uma devastação de uma espécie, por doença, praga ou intempérie, há uma grande probabilidade de outras espécies resistirem e não haver grandes perdas.

A agricultura biológica depende de uma miríade de insectos polinizadores, como as abelhas, e de insectos predadores de outros insectos "vegetarianos", cujo exemplo paradigmático é a joaninha, que é uma feroz devoradora de pulgões e outros pequenos insectos que atacam as plantas. Por isso, e porque a joaninha é extremamente sensível e só aparece onde não há aplicação de pesticidas, ela é o símbolo da agricultura biológica. Para os atrair, certas flores (como os cravos-de-tunes) e as plantas aromáticas  são fundamentais.


A agricultura biológica é um termo que se usa para a agricultura "certificada", e tal como definida em regulamento da União Europeia  (no caso do Brasil, chama-se agricultura orgânica). Neste tipo de agricultura são permitidos alguns produtos químicos menos agressivos para o ambiente, como o caso da calda bordalesa (mistura de cal e sulfato de cobre) e técnicas de "guerrilha biológica", como a "largada" de certos insetos predadores destinados a controlar determinada espécie que se tornou praga. Mas sempre, em último caso.


Na agricultura natural ou ecológica, que vai mais além no respeito pela natureza do que a agricultura biológica, tais produtos e métodos não são usados (sobretudo porque não são precisos), pois esta não se dedica a cultivos extensivos de poucas espécies, mas a cultivos intensivos de uma grande biodiversidade que proporciona o equilíbrio.

A agricultura ecológica não é gananciosa, pois sabe que precisa de "perder" uma parte das suas culturas para manter o equilíbrio do ecossistema. Por exemplo, os melros são predadores de caracóis, mantendo-os em número controlado. Mas há que contar que eles também vão comer uma parte dos frutos.  No fim, chega para todos: para nós, para os pássaros, para os bichinhos vegetarianos e para os insectos predadores...

A agricultura natural tem como princípio a prevenção e o equilíbrio com base no conhecimento dos ciclos e relações na natureza, e evita a todo o custo intervir para remediar. Mas por vezes, desequilíbrio acontecem. E não é por termos uns determinados bichinos por nós indesejados numa ou outra planta que temos uma praga, pois isso é natural. Considera-se uma praga quando uma grande parte de determinada espécie está a ser atacada. Nesses casos, a agricultura natural aplica alguns produtos e técnicas também naturais, como é o caso do chá ou do chorume de urtiga (insecticida natural). E a seguir, tenta descobrir porque é que esse desequilíbrio aconteceu, para tentar evitá-lo no futuro.


No princípio deste ano, frequentei um Curso de Planeamento em Permacultura (PDC= Permaculture Design Course) na Fundação de Serralves, Porto. A permacultura vai muito além da agricultura, pois integra um conjunto de áreas diferentes de modo a poder projetar e manter habitats humanos sustentáveis com o menor consumo energético possível (mesmo energia humana). Mas na base, e para que nos sustentemos no que há de mais essencial- a alimentação - lá está a agricultura ecológica, embora o ênfase na permacultura esteja na agricultura permanente e na agrofloresta.

No fundo, agricultura biológica, agricultura natural ou ecológica, permacultura ou agrofloresta são as facetas da agricultura saudável: aquela que, e por oposição à "tradicional do século XX" (a da "Revolução Verde"), não nos envenena, não envenena o solo, a água ou o ar! Antes pelo contrário!

terça-feira, 29 de maio de 2012

1º SEMANA DE PERMACULTURA - UECE/NEPPSA


O Núcleo de Estudos e Práticas Permaculturais do Semiárido (NEPPSA) e o Programa de Educação Tutorial em Biologia (PET - Bio) convida a tod@s para a I Semana de Permacultura da Universidade Estadual do Ceará (UECE), a realizar-se-á em Fortaleza - CE,  no Campus do Itaperi, de 11 a 15 de junho de 2012. O tema central "Planejando para Sustentabilidade: Educando para um novo Mundo" busca divulgar ações práticas e teóricas adotadas, aplicáveis ao desenvolvimento econômico, social e cultural, sustentável do planeta, do Semiárido Nordestino, no campo e cidades. O evento contará com palestras, mesas redondas, mini-cursos, oficinas, entre outras atividades que buscam difundir os conhecimentos científicos e tradicionais, enfatizando a sustentabilidade dos bens naturais. Diversas alternativas usuais propostas pela permacultura são contribuições valiosas para áreas como habitações, saneamento, economia, energias renováveis, alimentação, construção, etc. Contamos com a sua participação para difundir os conhecimentos de um mundo em permanente transição
http://www.uece.br/eventos/permacultura/

terça-feira, 3 de abril de 2012

Uvas no meu Quintal!


A água ideal para a videira



O mundo das viti viníferas pela ampelografia

Há cerca de 24 mil nomes para 5 mil variedades 

diferentes de uvas viníferas. Destas, apenas 150
 são plantadas comercialmente em quantidades
 significativas para produção de vinhos. 
A ampelografia serve exatamente para identificar e 
descrever uma videira. Esta ciência estuda e mede 
sarmentos, caules, botões, flores, cachos, sêmenes
 e uvas. Sua ascensão se deu depois que a praga
 filoxera quase exterminou os vinhedos no mundo 
no fim do século XIX.

 O Chile, por exemplo, durante um bom tempo consumiu

 algumas carmenéres pensando que eram merlot. 
Em 1994, o ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot 
notou que algumas cepas dessa variedade demoravam a 
maturar. Os resultados de estudos realizados concluíram 
que se tratava na realidade da antiga variedade de videiras 
européias de Bordeaux, a carménère, cultivada inadvertidamente
 e julgada extinta desde 1860. Acreditava-se que as videiras carménère foram exterminadas pela filoxera
 (vide glossário www.viticultura.org.br), entretanto foi redescoberta no Chile. Hoje a carménère do Chile 
é exportado para todo o mundo, inclusive para a França.

As videiras necessitam de aproximadamente 680 milímetros de chuva por ano, e o ideal
seria que boa parte caísse durante o inverno e a primavera, quando a vinha está tentando
criar brotos e cachos. As uvas gostam de amadurecimento longo e lento, por isso o ideal
é uma quantidade mínima de chuva no verão e no outono. Chuva durante o verão em um
 clima quente, eleva o risco de doenças ligadas ao mofo e ao bolor, e chuva na época da
 colheita, seja em clima quente ou frio, também é problemática: as uvas cobertas com gotas
de chuva produzem um vinho diluído. Mas o clima ideal para a vitivinicultura traz safras
excepcionais, e na maioria das vezes, os produtores interferem na produção.


Se as condições estiverem muito secas, os produtores podem irrigar as vinhas, embora seja
preciso tomar cuidado com a freqüência e a quantidade de água. Quando molhado,
um vinhedo produz mais uvas – mas o vinho resultante será mais diluído, uvas insípidas.
 As vinhas fazem as melhores uvas quando têm de dar duro para produzi-las; água em
 excesso não encoraja as raízes a se aprofundarem em busca de nutrientes.


As raízes de uma vinha têm a tarefa de retirar água e minerais do solo. Uma vinha que
cresce em um solo rico e úmido só precisa de raízes rasas para retirar água e nutrientes
suficientes, alimentando uma densa formação de folhas e bagos. Uma vinha que cresce em
um solo mais seco e pobre tem de lutar para sobreviver, mergulhando suas raízes
 profundamente em busca de água e minerais, como é o caso das videiras do Douro, Portugal.

Até pouco tempo atrás, a irrigação nos vinhedos da Europa era proibida porque as
entidades responsáveis pelo controle achavam que a qualidade é mais importante do
 que a quantidade. Entretanto, na Espanha, Itália e o Vale do Douro, em Portugal,
os produtores tiveram sucesso ao lutar para regar seus vinhedos em anos secos.
 Diferente no Novo Mundo, onde os países produtores não trabalham sob o peso
de regulamentação rigorosa e podem irrigar seus vinhedos.


Este é o exemplo de países como na Austrália, Nova Zelândia ou Califórnia que irrigam
 seus vinhedos. O método usado é a irrigação em gotas; um cano corre ao longo da carreira
de vinhas, e por um pequeno furo sai água para cada uma delas. A quantidade de água dada
a casa planta é literalmente controlada gota a gota e a umidade do solo do vinhedo é medida
constantemente para assegurar que as vinhas não recebam água demais.


Champagne, a região vinícola francesa mais ao norte, encontra-se no limite onde as
temperaturas médias não são suficientemente elevadas para amadurecer as uvas. Em direção
à costa do Atlântico, a pluviosidade é demasiada elevada para o cultivo de vinhas.
O caráter acídico do Champanhe é determinado por este clima limite. Já no norte da Borgonha,
 a Chardonnay desenvolve uma expressão mineral incomparável no solo, uma mistura de pedra
 calcária marinha e barro. Como em outras denominações da Borgonha, chove normalmente tanto
 que os produtores adotam uma densidade de plantação particularmente elevada para controlar
o crescimento das vinhas. Na região de Bordéus, no Mèdoc, a temperatura do clima acomoda
o amadurecimento tardio e onde as excelentes e porosas camadas de gravilha evitam que as
 freqüentes chuvas acabem com as vinhas.

domingo, 1 de abril de 2012

Seminario com Sepp Holzer e a Equipa de Ecologia de Tamera

Seminario com Sepp Holzer e a Equipa de Ecologia de Tamera

Detalhes do evento

Seminario com Sepp Holzer e a Equipa de Ecologia de Tamera
Horário: 25 abril 2012 de 10:00 a 18:30
Local: Tamera Peace Research Center
Rua: Monte Cerro
Cidade: 7630-392 Reliquias - Colos
Site ou Mapa: http://www.tamera.org/index.p…
Telefone: +351-283-635-306
Tipo de evento: seminario
Organizado por: Equipa de Ecologia de Tamera
Última atividade: 3 horas atrás
Exportar para Outlook ou iCal (.ics)

Descrição do evento

“Novas Perspectivas Ecológicas Para A Mudança“ - Seminario com Sepp Holzer e a Equipa de Ecologia de Tamera

25 de Abril 2012

Tema: A paisagem aquática de Permacultura em Tamera como modelo para a recuperação de paisagens ameaçadas no Sul da Europa.

Está a ser criada, desde Agosto de 2007, uma paisagem aquática de Permacultura no Centro de Investigação pela Paz em Tamera (Relíquias) como modelo para a recuperação de paisagens ameaçadas pela desertificação. Numa região seca e árida durante o Verão em que o solo se encontra esgotado pelas pastagens e repleto de sobreiros moribundos foram criadas, de modo natural, áreas de retenção aquática em cujas margens medram legumes e frutos durante todas as estações. Deste modo, com o solo saturado de água podemos dar início à reflorestação de árvores coníferas e caducifólias. A paisagem aquática em Tamera já está a atrair novamente plantas e animais autóctones bem como muitos especialistas nacionais e estrangeiros. Eles são unânimes: está a ser criado um paraíso natural que em breve poderá alimentar os seus habitantes.

1000 Paisagens Aquáticas como esta por todo o Alentejo poderão salvá-lo da desertificação

A Equipa de Ecologia em Tamera pretende dar a conhecer o trabalho de Sepp Holzer e, desta forma, muitas pessoas como engenheiros, agrónomos e, também leigos no assunto, têm a oportunidade de aprender e compreender que a terra pode ser curada. Desde há alguns anos e várias vezes por ano, tem-se organizado um dia aberto ao público com visitas guiadas pela paisagem aquática, tendo os visitantes a possibilidade de colocar questões. Este dia é usufruído por todos os interessados, ou por especialistas na matéria, ou por famílias vindas de Portugal inteiro para conhecerem Tamera e os seus projetos.

Ponto de encontro: Receção Tamera

Programa:
10:00 H – Visita guiada à paisagem aquática
13:00 H – Almoço e abertura da livraria
14.30 H – Apresentação do projeto tecnológico em Tamera “ A Aldeia Solar”
15.30 H - Educação prática em "Permacultura Holzeriana"
18.30H – Encerramento do Seminário

Preço:  25 Euros
Inscrições: seminarios(at)tamera.org
Morada: Monte do Cerro, 7630 Relíquias
GPS: 37°42´54“ Norte, 8°30´57“ Oeste

Sejam bem-vindos!

A comunidade de Tamera

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

`PERMACULTURA NA CASA BRANCA!!!!

Please vote to bring permaculture to the White House and to millions of individuals! We need your help more than ever!
https://campuschallenge.uservoice.com/forums/148562-campus-champions-of-change-challenge



I’ve got some incredible news to share with you! The permaculture initiative that I facilitate at the University of Massachusetts Amherst (USA) has been selected by the White House as a finalist for the Campus Champions of Change Challenge award! This means we are in the final round and the general public is now voting for which teams will get a trip to the White House (judges selected 15 projects from more than 1000 applications!) The top 5 winners also get featured on a television program called ‘The Deans List’ on MTV.
Imagine the potential this has! This is by far the most important thing that I can be doing for the world right now — I truly feel that in my heart.
We have only 1 week to tally as many votes as we can – voting ends Saturday, March 3 at 11:59PM est (New York time!) Here’s a short description about the student group that I oversee, and how to vote:

UMass Amherst Permaculture is a student group that educates the University of Massachusetts Amherst campus and the local community about ecological permaculture solutions by demonstrating edible perennial landscapes that are highly productive, low maintenance, environmentally sustainable, and socially responsible!
 

 In summary, I feel that this is such an amazing opportunity to bring huge amounts of positive light to permaculture on the international stage — to further promote the environmentally and socially-just food system and world that we all want to see, and showing it to literally millions and millions of individuals! Thank you so so much, everyone. We could be at the White House on March 15 with your help! 

 http://permaculture.org.au/2012/02/25/permaculture-goes-to-the-white-house-with-your-vote/

BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

CICLOVIDA Completo