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Em setembro de 2010, em plena corrida presidencial, um grupo de organizações da sociedade civil encaminhou aos então candidatos um conjunto de questões relativas às propostas de modificação do Código Florestal. Já àquela época, avançava na Câmara dos Deputados o projeto ruralista de modificação da legislação florestal e as organizações queriam saber o que pensavam os aspirantes ao cargo maior do País.
A hoje presidenta da República, Dilma Rousseff, questionada se apoiava ou não a anistia proposta pelo texto então em tramitação, disse textualmente: “construímos no governo Lula um consenso de que a eventual conversão de multas só deve ocorrer após ações efetivas de recuperação das áreas desmatadas ilegalmente. Temos que estimular e apoiar esta transição, dando condições técnicas e materiais para nossos agricultores recuperarem estas áreas” (veja aqui).
A partir daí, a candidata e depois presidenta teve a oportunidade de repetir diversas vezes que não passaria a mão na cabeça de quem desmatou ilegalmente. Isso alimentou um sentimento difuso de esperança na sociedade, que, depois de aprovado o projeto ruralista pelo Congresso Nacional, passou a manifestar de forma inequívoca, por todos os meios disponíveis, amplo apoio à presidenta para que ela cumprisse com sua palavra. Ciente de que ela estava emparedada entre sua palavra e os anseios da sociedade, de um lado, e os interesses de uma parte expressiva de sua base de apoio parlamentar, os cidadãos brasileiros sinalizaram que ela poderia contar com eles para confrontar a chantagem dos representantes da elite agrária brasileira.
Na tarde da última sexta-feira, 25 de maio, exatamente um ano após a aprovação do relatório Aldo Rebelo na Câmara dos Deputados, três ministros vieram a público, com muitas palavras e nenhum documento, para reafirmar que o projeto seria vetado. Não na sua íntegra, como sinal de respeito ao Congresso Nacional. Mas os pontos que significassem anistia teriam sido extirpados. Mais desmatamentos? De jeito nenhum, tudo seria eliminado.
O Brasil dormiu desconfiado, mas esperançoso, durante o final de semana, e acordou indignado na segunda-feira. Com 12 vetos e uma Medida Provisória, nasceu já remendado o Código Florestal do século 21 – e repleto de anistias.
Perguntam-se muitos: mas como? A presidenta não disse que não aceitaria? Os ministros não afirmaram veementemente que a anisitia havia sido retirada? Então, como alguns ainda dizem que há anistia na lei?
A partir de agora vai começar a guerra de comunicação. Tal como Goebbels, o Governo Federal vai insistir na tese de que uma mentira contada mil vezes vai virar verdade. Assim, para que não fique o dito pelo não dito, explico porque Dilma Roussef, contrariando tudo o que havia dito até agora, assinou embaixo da maior anistia ambiental da história do país.
A ministra do Meio Ambiente, repetindo um mantra ecoado pelos ruralistas, afirmou publicamente que o projeto não tem anistia. Teria como objetivo, simplesmente, legalizar ocupações “antigas”, feitas de acordo com as regras da época.
A Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012, o novo Código “Florestal”, continua mantendo, no entanto, a figura de “área rural consolidada”. Segundo o artigo 3o, ela é uma “área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008” (inciso IV).
Um incauto leitor da lei deve logo pensar: “então, antes de 2008, os proprietários rurais não precisavam proteger as florestas existentes em suas terras ou a quantidade de área protegida era menor”. Ledo engano. Desde 1934, com o “velho” Código Florestal, o proprietário é obrigado a manter as florestas das áreas “vulneráveis a erosões” e respeitar os 25% da propriedade que não poderiam ser convertidos para agropecuária, o que posteriormente veio a ser denominado de “reserva legal”.
Em 1965, como todo mundo desmatava alegando que não sabia quais eram essas tais áreas vulneráveis, veio o “novo” Código Florestal e deixou claro que essas áreas eram os topos de morro, as encostas íngremes, as nascentes, as beiras de rio. E fixou padrões e metragens, para ninguém dizer que não sabia que ali não podia desmatar.
Em 1986, houve uma alteração pontual: as matas ciliares deveriam ser protegidas em, no mínimo, 30 metros contados das margens, e não apenas cinco como era até então. Em 1996, veio outra modificação: na Amazônia Legal (e só lá), a reserva legal seria aumentada de 50% para 80% do imóvel, em áreas de floresta, e diminuída de 50% para 35%, em áreas de cerrado (clique no quadro abaixo para ampliar).
Dessa brevíssima digressão espero ter ficado claro que um desmatamento realizado em 2008 em encostas íngremes ou nascentes, por exemplo, assim como na área destinada à reserva legal, era absolutamente ilegal. Mesmo que realizado dez anos antes, era ilegal. Em muitos casos, mesmo que realizado várias décadas antes seria ilegal.
O “novíssimo” Código Florestal isenta de recuperação todas as Áreas de “Preservação Permanente” e a grande maioria das áreas de reserva legal que tenham sido desmatadas até 2008 (e não em 1965, 1989 ou 1996). Ou seja, desmatou, fica desmatado. Se havia multa, está anulada. Se a área havia sido embargada, está liberada. Isso é anistia. Mas como?
O artigo 63 (não vetado) diz que nas encostas com mais de 45º de inclinação, nas bordas de chapadas, nos topos de morro e áreas com altitude superior a 1.800 metros de altitude – todos protegidos desde 1965 – serão mantidas as atividades agropecuárias implantadas até 2008. Mesmo pastagens, altamente degradadoras de áreas montanhosas, estão permitidas. Recuperação? Zero.
O artigo 67 (não vetado) diz que, nos imóveis de até quatro módulos fiscais, não é preciso recuperar a reserva legal irregularmente desmatada antes de 2008 (e não em 1934 ou 1996). Isso significa que em mais de 90% dos imóveis rurais – que ocupam 24% da área do país – não haverá recuperação. Com as brechas que essa regra traz é muito provável que essa anistia se estenda para parte significativa dos 10% de imóveis restantes, impactando uma área bem maior (saiba mais).
O artigo 11-A (incluído pela MP) permite, em seu §6º, que haja nos manguezais a “regularização das atividades e empreendimentos de carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenha ocorrido antes de 22 de julho de 2008”. Os manguezais, não custa lembrar, estão indiretamente protegidos pela lei desde 1965, e diretamente desde 1993, na Mata Atlântica, e 2002, na Amazônia. Esse artigo, além de promover essa anistia, permite que novas áreas sejam abertas para instalação de criações de camarões, contrariando o conselho unânime dos cientistas brasileiros (veja aqui).
Mesmo no caso das matas ciliares e nascentes, que erroneamente foi tomado pela grande mídia como “o” caso de anistia (como se as anteriores não existissem), e que o Governo Federal, na pirotecnia feita no dia 25/5, usou como exemplo para dizer que “não havia mais anistia”, ela está lá, inteirinha. O art.61-A (incluído pela MP) prevê a “recuperação” de uma faixa de 5 a 100 metros em beiras de rio desmatadas até 2008 (e não em 1965 ou 1986), quando a área que deveria ter sido preservada variava de 30 a 500 metros. No caso de nascentes, protegidas desde 1965, mas cuja área exata de proteção (raio de 50 metros) foi estabelecida em 2002, a “recuperação” vai variar de 5 a 15 metros, mesmo para desmatamentos realizados em 2007. Nesse último caso, diga-se de passagem, a MP diminui a proteção mesmo em relação ao texto que fora aprovado pela Câmara dos Deputados há menos de um mês, no qual a recuperação prevista era de 30 metros. Em todos os casos, com exceção das beiras de rio situadas em imóveis com mais de 10 módulos fiscais, a “recuperação” será de apenas parte daquilo que deveria ter sido protegido.
E por que estou usando aspas para falar de recuperação em beiras de rio e nascentes? Porque a MP incluiu uma novidade surpreendente: essa – pouca – restauração poderá, agora ser feita com “espécies lenhosas perenes ou de ciclo longo, nativas ou exóticas”. Para quem não sabe, isso quer dizer eucalipto, laranja, café, videiras, palma de dendê etc. Ou seja: o que era vegetação nativa, será – parcialmente – recomposto com espécies de uso econômico e nenhuma função ambiental. Portanto, recuperação ambiental mesmo, zero. Anistia 100%. Uma “correção” publicada hoje no Diário Oficial determina que esse dispositivo vale apenas para áreas de até quatro módulos fiscais.
Mas o problema da anistia não é apenas, ou principalmente, moral. É ambiental. O “novíssimo” Código Florestal diz em seu Art. 3º que as áreas de preservação permanente têm a função de “preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. Com a anistia promulgada pela Presidente Dilma Rousseff, haverá uma grande parte dessas áreas que nunca mais cumprirão com essa função, pois jamais voltarão a ter vegetação nativa. Em várias regiões do país há mais APPs e reservas legais desmatadas do que preservadas (leia mais). Justamente nessas regiões falta água, sobram enchentes, morrem nascentes, acaba a fauna. E assim será.
Somando-se todas as anistias com todos os pontos onde há uma diminuição na proteção das florestas que não foram ainda derrubadas e como prenunciado aqui (leia aqui), deixamos de ter, na prática, uma lei de proteção às florestas existentes em áreas privadas. O remendo de lei aprovado tem todos os defeitos das leis anteriores (poucas medidas de apoio a sua implementação), mas poucas de suas virtudes. É contraditório e complexo de interpretar.
Ao não cumprir com a palavra empenhada perante a sociedade, a presidenta Dilma Rousseff se tornou cúmplice do projeto de país que a ala mais retrógrada de nossa elite econômica está desenhando. E entrará para história como aquela que, mesmo podendo, mesmo tendo todo o apoio da sociedade, não evitou o maior retrocesso nos padrões de proteção ambiental da história brasileira. E talvez mundial, pois não me consta que em outros países a proteção às florestas esteja diminuindo, muito pelo contrário. Em pleno século 21, voltaremos a um patamar anterior ao de 1934, quando nosso primeiro Código Florestal foi aprovado.
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Páginas
Princípios da Agroecologia
Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.
Francisco Roberto Caporal
http://www.aba-agroecologia.org.br/
grãos
Como os lobos mudam rios
Como se processa os animais que comemos
Rio Banabuiu
A VERDADE SOBRE O CANCER
terça-feira, 29 de maio de 2012
Era uma vez uma floresta na linha do Equador
1º SEMANA DE PERMACULTURA - UECE/NEPPSA
http://www.uece.br/eventos/permacultura/
Eco-eLabora - Sociedade Espanhola de Agricultura Ecológica
Cursos de Formación a distancia |
El proyecto va a poner en marcha 6 acciones formativas a distancia que abarcan los principales subsectores de la industria agroalimentaria de productos ecológicos:
Los REQUISITOS DE PARTICIPACIÓN para participar en los cursos de formación están determinados por los parámetros marcados por la FUNDACIÓN BIODIVERSIDAD.
Nota Importante: Un mismo destinatario podrá asistir a varios cursos de formación. Con carácter general podrá asistir hasta a un 50% de los cursos del proyecto (es decir 3 cursos), siempre y cuando su temática sea diferente y no excluya o otros destinatarios con un menor porcentaje de participación.
Todas las acciones del proyecto son gratuitas cofinanciadas por el FSE
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http://agroecologia.net/
Proyecto Eco-eLabora: Formación para la industria agroalimentaria ecológica |
Polinização da Castanha do Brasil
Psyche Volume 2012 (2012), Article ID 978019, 9 pages doi:10.1155/2012/978019
Pollination Requirements and the Foraging Behavior of Potential Pollinators of Cultivated Brazil Nut (Bertholletia excelsa Bonpl.) Trees in Central Amazon Rainforest
2Department of Zoology, Federal University of Bahia (UFBA), Rua Barão de Geremoabo 147, Campus de Ondina, CEP 40170-290, Salvador, BA, Brazil
3Entomology Laboratory, Embrapa Amazônia Oriental (CPATU), Travavessa Dr. Enéas Pinheiro s/n, CEP 66095-100, Belém, PA, Brazil
Abstract
Linho,Algodão, Agricultor, Artesão, Artista...Arte
O documentário Linha de Organdi, dirigido e escrito pelo diretor cearense Glauber Filho estreia hoje na TV Cultura. O vídeo de 58 minutos vai estrelar o programa DOCTV, que uma vez por semana traz uma nova produção audiovisual para a televisão, com vídeos de realizadores de todo o Brasil.
Conhecido por sua direção em Bezerra de Menezes: o diário de um espírito, que levou mais de 500 mil pessoas aos cinemas brasileiros, o cineasta Glauber Filho registrou os segredos, paixões, dores e lutas das labirinteiras dos Córregos de Anica, no município de Aracati, no interior cearense. As mulheres rendeiras, que fazem sua arte em linhas de organdi, um tecido leve e branco usado pelas labirinteiras para fazer bordados, assim como Aracne fazia de acordo com a mitologia grega. Linhas de Organdi traz uma história da cultura arcaica, no Interior do Ceará, e de como a tecelagem era feita nos tempos em que as rendeiras chegavam a perder a visão por conta do excesso de trabalho.
Linhas de Organdi expõe um caráter diferenciado ao ampliar a linha documental, protagonizado pelas fiandeiras cegas de Aracati e explorar os limites dessa realidade na sua ligação entre realidade e ficção. O documentário traz atrizes da vida real como personagens de sua própria história. A narração parte da representação de possibilidades de acontecimentos cotidianos, interpretados à medida que se desenrolam, seguindo a linha bordada pelo diretor e roteirista.
Labirinteiras: Renovando a Tradição
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Arte secular transmitida de geração em geração: Otrabalhador requer habilidade, criatividade, paciência e conhecimentos em matemática e geometria. Uma visão aguçada e destreza nas mãos também são alguns dos itens necessários para compor a delicadeza dos desenhos nas rendas de labirinto. A técnica é uma herança européia, mais precisamente portuguesa, e chegou ao Ceará em meados do século XVIII. Inserido na cultura praieira cearense, o labirinto é uma técnica artística de domínio popular. Aracati e comunidades próximas como Canoa Quebrada, Marjolândia, Córrego dos Rodrigues, Córrego da Nica, Cumbe, Quixaba e São Chico, são expressivos redutos de labirinteiras.
A arte de rara beleza sobrevive através das gerações, e do apoio recebido de órgãos como o SEBRAE, que com o Programa de Artesanato Irmãos do Ceará fornece meios para as labirinteiras valorizar e perpetuar a cultura da região, paralelamente em que promovem e potencializam o comércio das rendas. O articulador regional do Sebrae Litoral Leste Carlos Paulino ressaltou que os técnicos observaram um fator importante, e que causou preocupação, "notamos que o labirinto contava com artesãs de faixa etária avançada, havendo poucas jovens entre elas", destaca. Sendo, então, um dos objetivos dos cursos e palestras ministrados pelo órgão o resgate das novas gerações. Outros pontos abordados pela instituição, e de suma importância, são a sensibilização, o gerenciamento e a disponibilidade do mercado (retorno financeiro). A labirinteira da praia de Marjolândia, dona Mocinha afirmou que naquela localidade grupos de jovens serão iniciadas na técnica secular em breve, "já estamos organizando o local para as aulas, e em breve elas aprenderão os primeiros pontos", disse satisfeita a artesã. O labirinto é admirado por visitantes do Brasil e do exterior que chegam ao Ceará, e que encantados levam para seus locais de origem alguns exemplares da preciosa arte. As peças também podem ser produzidas por encomenda. Na praia de Canoa Quebrada a Associação de Moradores dos esteves mantém um grupo de vinte labirinteiras. Atualmente elas se dedicam a uma encomenda de cem peças de panos de copos que fará uma longa viagem até o seu destino final: o Japão. "A empresa japonesa Topper apóia o projeto esportivo "Crianças de Luz", e é para ela que estamos preparando o trabalho", salientou a labirinteira Fianga. Ela que aprendeu a engenhosa arte aos 7 anos observando a irmã mais velha diverte-se hoje relembrando o começo, "quando errava um ponto levava uns cascudos da minha irmã até acertar", dissesorrindo Fianga. A finalidade de manter a tradição de uma arte tão trabalhosa e pouco valorizada é uma tarefa difícil em um terreno que se apresenta muitas vezes hostil. Esta hostilidade pode ser traduzida na forma de turistas acharem as peças caras, ou os jovens sentiremse atraídos por trabalhos mais rendosos em grandes centros, e consequentemente não apresentarem interesse em aprender o ofício, o que compromete a continuidade da tradição na região. Porém mesmo enfrentando estas adversidades o labirinto continua em destaque dentro do artesanato cearense. É arte mesmo, que numa menor escala ainda se fortalece e continua a existir através das mãos de jovens e crianças, que certamente, manterão viva a tradição. O DESENROLAR DAS LINHAS DESTA INTRICADA ARTE A renda de labirinto é um minucioso e rico artesanato, feito através de 15 etapas. No final do serviço podemos admirar desenhos de diversas formas como pássaros, flores, ramagens, palmas ou figuras geométricas. O resultado conquista quem vê a formosura e a delicadeza das peças. O labirinto é também uma arte de equipe, pois dependendo do tamanho da peça geralmente os passos do trabalho são divididos entre várias mãos. Os tecidos utilizados no Ceará, geralmente são o linho para serviços de cama, mesa e roupas, o organdi para trabalhos mais delicados como toalhas de bandejas, o tergal para roupas, o bramante para lençóis, e ultimamente tem-se utilizado o tecido de sacos de aniagem para roupas esportivas e panos de enxugar pratos, e seda em sofisticados xales e lenços sociais. As cores dos tecidos empregados são tradicionalmente o branco ou cores bastante suaves, entretanto nos últimos tempos por influência do mercado, se tem empregado tons mais fortes. Uma boa pedida para quem deseja conhecer os belos bordados é visitar o Centro de Artesanato de Aracati, localizado atrás da Igreja da Matriz, construção histórica tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Lá o visitante terá a oportunidade de conhecer e adquirir peças únicas do conhecido trabalho das labirinteiras cearenses. Além do labirinto o artesanato de areias coloridas, e da palha da exótica carnaúba (árvore símbolo do estado do Ceará) também recebem apoio do SEBRAE. |
Jeanne Duarte
Cineviola Filmes
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(21) 8607-5662 / (24) 2225-8227
skype: Jeanne Duarte
Prêmio Direitos Humanos
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May 2012 | ||
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Agroecologia deve entrar na agenda
Agroecologia deve entrar na agenda
Autor(es): Por Giselle Paulino |
Valor Econômico - 29/05/2012 |
A agricultora gaúcha Rosiele Cristiane Luttki, 34 anos, trabalhou toda a sua vida no campo. Para saber o que ia plantar costumava observar os sinais da natureza, assim como faziam seu pai e seu avô. Dependendo do jeito que o sol nascia e da posição do vento, sabia se ia chover ou não. "Se dava três dias de vento na nascente, sabia que vinha chuva. Se no final da tarde o sol entrasse na cor laranja, sabia que no dia seguinte dava para trabalhar", lembra. "A gente seguiu esses sinais a vida toda. Mas hoje em dia está tudo bagunçado."
Rosiele plantou fumo durante 15 anos e trabalha para diversificar sua produção. No entanto, com a seca que afeta o Sul, apesar de ter plantado milho e feijão, nada colheu. E os problemas não acabaram por aí. Rosiele tem dívidas para pagar. A agricultora está devendo R$ 2.600 por conta das sementes que comprou. Não recebeu o seguro do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), pois não conseguiu plantar toda a sua área, conforme manda o programa, e ainda precisa pagar cinco parcelas anuais de R$ 1.800 referentes ao investimento em equipamentos de irrigação feito pelo Pronaf.
Num cenário de incertezas, os chamados sistemas agroecológicos
aparecem como uma alternativa mais sustentável para o agricultor. "Queremos deixar a forma de produção convencional e fazer a transição para a agroecologia, que inclui adubação verde, policultivo e uso da própria semente", diz.
"Quem mora no campo já sente os efeitos das mudanças climáticas
há pelo menos dez anos", diz frei Sérgio Gorgen, representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, ligado a Via Campesina. Segundo ele, o Rio Grande do Sul vive uma de suas piores estiagens. "A última chuva na região foi no mês de novembro. Agora já vai entrar novamente o período de inverno e mais uma seca", diz.
"Tínhamos a percepção de que essas mudanças iriam demorar muito
para chegar. Mas hoje em dia quem está no campo já sente na pele o que está acontecendo", diz Rosicléia dos Santos, secretária de Meio Ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). As áreas mais afetadas, segundo ela, são as regiões Norte e Nordeste do país. Em algumas regiões do semiárido do Nordeste não chove há dois anos. Essas áreas já enfrentam problemas de desertificação.
"No entanto, é preciso mudar o sistema de produção e fazer
políticas que alcancem os pequenos agricultores", diz Rosicléia. Ao lado da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a Contag e outros movimentos de pequenos agricultores levaram propostas para o governo para a elaboração da Política Nacional de Agroecologia que deve ser lançada durante a Rio+20.
"O Brasil investiu muito cedo na expansão do modelo de
agricultura convencional que utiliza fertilizantes químicos e agrotóxicos no controle de pragas", afirma Flávia Londres, agrônoma da Esalq, que assessora ONGs e movimentos sociais em assuntos ligados à agrobiodiversidade. "Por outro lado, nenhuma política foi criada para incentivar sistemas de produção mais harmônicos, como a agroecologia", diz.
Segundo Paulo Guilherme, secretário de extrativismo e desenvolvimento
rural do Ministério do Meio Ambiente, o conteúdo da Política Nacional de Agroecologia ainda está em discussão, mas o governo trabalha com o horizonte de apresentá-la durante a reunião. A política deve preve financiamento, abertura de mercados e formas de incentivo para fazer a transição para o novo sistema. As medidas que compõem o plano de implementação devem ser estabelecidas até 2014.
Sistemas de irrigação e crédito sempre foram as grandes demandas.
Segundo frei Sérgio, "o governo precisa deixar de estimular as monoculturas e aumentar o crédito para a agroecologia." |
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Vamos ver?
Impasses políticos devem levar conferência a fiasco, diz pesquisador
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Leia mais no Especial Rio+20
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Teste seus conhecimentos ambientais
Natural de Buenos Aires e radicado no Brasil desde 1976, Viola afirma também que a falta de consenso dos países quanto à própria definição de economia verde contribui para que as discussões da Rio+20 sejam inócuas. Confira a entrevista.
Folha - Podemos esperar resultados práticos da Rio+20?
Eduardo Viola - Devemos esperar pouco, pois essa é uma conferência que não tem peso. O cenário é de impasse, de bloqueio. Os países não estão dispostos a discutir desenvolvimento sustentável, por isso não será uma conferência relevante.
Sergio Lima/Folhapress | ||
O professor de Relacões Internacionais da Universidade de Brasilia (UnB), Eduardo Viola, em sua residência |
O governo brasileiro não está se esforçando o suficiente, do ponto de vista da política internacional.
E as posições do Brasil são de extrema pobreza, eu diria. Uma verdadeira regressão em comparação às metas arrojadas de redução das emissões de carbono que o governo Lula apresentou em 2009, durante a conferência do clima de Copenhague.
Mas o fracasso da Rio+20 não se deve só ao governo brasileiro. Tem a ver com a estrutura proposta pela ONU, de construção de consensos, que está totalmente obsoleta.
A questão central é que o mundo está dividido. No sistema internacional atual existem três superpotências, Estados Unidos, União Europeia e China, e cinco grandes potências, Japão, Índia, Brasil, Rússia e Coreia do Sul.
As decisões importantes giram em torno da dinâmica entre Estados Unidos e China, que são forças poderosas na geopolítica global, mas têm posturas conservadoras em relação a avançar em uma economia de baixo carbono.
Do ponto de vista do mercado, desde 2008 a China tem feito investimentos pesados em energias renováveis, por exemplo, mas se opõe ferozmente a qualquer avanço na governança ambiental.
Já os EUA são um país extremamente polarizado internamente, não avançam na adoção de posturas mais abertas à sustentabilidade.
As superpotências conservadoras, EUA e China, se escondem uma atrás da outra para justificar os limites de suas posições. É esse impasse que vai impossibilitar qualquer avanço na Rio+20.
E quais são os países que podem liderar a transição para a economia de baixo carbono?
Das oito potências, apenas uma, a União Europeia, tem uma posição avançada, enfatizando a necessidade de criar uma organização mundial ambiental. A Coreia do Sul e o Japão têm posições próximas às da União Europeia, mas mais tímidas.
E o Brasil, como se posiciona nesse cenário?
O Brasil também não quer avançar na construção de uma governança ambiental global. Está no meio do caminho, junto com países como Canadá, África do Sul, Indonésia e Turquia.
Mas continua muito atrelado ao Basic [grupo formado por três países de matriz energética altamente poluente, China, Índia e África do Sul] e ao G77, que inclui os países pobres, nas negociações internacionais. É uma posição contraditória, pois o Brasil poderia se posicionar como um líder na transição para a economia de baixo carbono.
O Brasil defende que sua matriz energética é muito mais limpa do que a média global.
Temos a matriz energética mais limpa das oito potências e um programa de biocombustíveis que funciona desde a década de 1970. Além disso, houve momentos em que predominaram forças mais reformistas em termos de governança ambiental.
Mas no governo de Dilma Rousseff voltamos a um estágio muito conservador. Nossa política industrial é protecionista, pouco inovadora e sequer menciona a transição para a economia de baixo carbono. A própria Lei Nacional de Mudanças Climáticas, que foi o ponto alto das forças inovadoras, agora está parada, sem implementação.
Há 20 anos, às vésperas da Eco-92, também havia o sentimento de que a conferência da ONU não traria resultados.
A Eco-92 foi bem diferente. Na época, estavam emergindo problemas ambientais globais, havia a necessidade de uma retórica diferente sobre o mundo. Infelizmente, o que discutimos é um repeteco do que se falou há 20 anos.
Qual sua opinião sobre o conceito de economia verde, tema central da Rio+20? Não há consenso sobre ele.
Para funcionar, tem de ter uma métrica para água, uma para qualidade do ar, para biodiversidade etc. Por isso é mais interessante falar em economia de baixo carbono, porque já existem métricas.
A criação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que o Brasil apoia, seria um bom resultado da Rio+20, mas é preciso ter indicadores factíveis para medir o progresso. Se em vez de economia verde a Rio+20 discutisse planos de ação para a economia de baixo carbono, com métricas bem definidas, aí teríamos algum sucesso. Mas não é o que vai acontecer.
Alimentos envenenam crianças
Basta olhar em volta para verificar que nossas crianças (com menos de 16 anos de idade) apresentam elevada taxa de obesidade e doenças crônicas relacionadas à nutrição, como diabetes e distúrbios cardiovasculares.
Um dos fatores que mais influenciam maus hábitos alimentares nesta faixa etária é a publicidade de produtos de baixo valor nutritivo, como cereais matinais já adoçados, refrigerantes, doces, sorvetes, salgadinhos e fast food. Eles "enchem” a barriga, trazem sensação de saciedade sem, no entanto, suprir as necessidades nutricionais básicas.
Resolução da Organização Mundial da Saúde, de maio de 2010, instou os governos a se esforçarem por restringir a promoção e a publicidade de alimentos para crianças.
O mais poderoso veículo de promoção de alimentos nocivos é a TV. Expostas excessivamente a ela, as crianças tendem a querer consumir as marcas ali anunciadas. Em geral, a propaganda cria vínculos emocionais entre o produto e o consumidor, e envolve brindes, concursos e competições.
Sob o pretexto de atividades filantrópicas nas escolas, empresas de alimentos não saudáveis aumentam seu poder de domesticação. Pesquisas brasileiras indicam que assistir TV por mais de duas horas por dia influi no aumento do índice de massa corporal em meninos.
Relatório de agência de pesquisa de mercado aponta que, no Brasil, na Argentina e no México, 75% das mães com filhos de 3 a 9 anos acreditam que a publicidade influencia os pedidos das crianças na compra de alimentos (no Brasil, 83%).
No Reino Unido, é proibida na TV a publicidade de alimentos não saudáveis. A Irlanda limita a presença de celebridades nesses anúncios e exige o uso de advertências. A Espanha desenvolveu um código autorregulatório e restringe o uso de celebridades e a distribuição de produtos no mercado.
Segundo relatório do Ministério da Saúde (2008), durante um ano, no Brasil, mais de 4 mil comerciais de alimentos foram veiculados na TV e em revistas, dos quais 72% referiam-se a alimentos não saudáveis.
No Brasil, regulamentação vigente obriga colocar advertências nos comerciais de alimentos, embora a Abia, principal associação da indústria de alimentação do país, se recuse a fazê-lo. Ela obteve liminar garantindo a não aplicação das novas regras e a decisão final depende agora da Justiça.
É preciso, pois, que famílias e escolas se dediquem à educação nutricional das crianças. Peças publicitárias devem ser projetadas em salas de aula e debatidas. Cria-se, assim, distanciamento crítico frente ao produto e melhor discernimento por parte dos consumidores.
Em São Paulo, alunos projetaram em sala de aula propagandas gravadas em casa. Após debaterem as peças publicitárias, decidiram adquirir determinada marca de iogurte. Remetido o conteúdo à análise clínica, constatou-se não conferir com as indicações contidas na embalagem. Assim, os alunos aprenderam o que significa propaganda enganosa.
A Organização Pan-Americana da Saúde recomenda que sejam anunciados, sem restrição, os alimentos naturais, aqueles nos quais não há adição de adoçantes, açúcar, sal ou gordura. São eles: frutas, legumes, grãos integrais, laticínios sem gordura ou com baixo teor, peixes, carnes, ovos, frutas secas, sementes e favas. No caso de bebidas, água potável.
Eis o dilema: enquanto famílias e escolas querem formar cidadãos, a publicidade investe na ampliação do consumismo. A ponto de, no Brasil, se admitir o uso de celebridades, como atletas, na propaganda de alimentos não saudáveis e obviamente nocivos, como bebidas alcoólicas.
É preocupante constatar que, em nosso país, o alcoolismo se inicia por volta dos 12 anos, e aumenta a ingestão de vodca na faixa etária inferior a 16 anos.
A fiscalização em bares e restaurantes é precária, e padarias e supermercados vendem, quase sem restrição, bebidas alcoólicas a menores de idade.
Mas, o que esperar de uma família ou escola que oferece na mesa e na cantina os mesmos produtos nocivos vendidos pelo camelô da esquina?
Essa é a crônica de graves enfermidades anunciadas.
[Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto – autobiografia escolar” (Ática), entre outros livros. www.freibetto.org - Twitter:@freibetto.
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domingo, 27 de maio de 2012
2012 PRÊMIO WHITLEY
Inza Koné is Head of Biodiversity and Food Security at the Swiss Centre for Scientific research in Ivory Coast and the leader of the Country’s Research and Actions for the Conservation of Primates programmeme (RASAP-CI).
Forming a natural border between Ivory Coast and Ghana, the 12,000 hectare Tanoé Forest is currently un-protected and has previously received little conservation attention. Recent surveys however, have revealed it to be a rare location where populations of both the critically To maintain local commitment, Inza and his team are improving access to safe drinking water, medical supplies and education to demonstrate that conservation does not have to be a choice between protecting wildlife and human welfare, but instead that conservation and poverty reduction can go hand-in-hand.endangered roloway guenon and white-naped mangabey monkeys still occur. Evidence of Miss Waldron’s red colobus, a species declared as ‘probably extinct’ in 2000, has also been found here, making the Tanoé Forest the only place where all three primates are thought to still exist.
Despite their conservation significance, Ivory Coast’s forests are being rapidly destroyed to make way for palm oil plantations. As Inza explains, “The only natural forests which still exist in the region are small sacred forests and the swampy Tanoé Forest which was preserved only because of the difficulties of access.”
Lutando por uma maior protecção dos Tanoé, bem-sucedida campanha Inza contra propostas para drenar e converter 8.000 hectares de Mata Tanoé em uma plantação de óleo de palma em 2008, já ajudou a ganhar o apoio do governo e população local e começar a desenvolver uma comunidade baseada sistema para a sua conservação e gestão. "chefes locais estavam entusiasmados com o início de um programa de conservação com base no fortalecimento das comunidades locais. Discussões com eles e outros membros da comunidade destacou a vontade de ser organizado para proteger a herança ancestral e da biodiversidade para as gerações futuras. "
“Local chiefs were enthusiastic about initiating a conservation programme based on the empowerment of local communities. Discussions with them and other community members highlighted their willingness to be organized to protect ancestral heritage and biodiversity for future generations.”
Inza is handing responsibility back to local people who are now involved in forest management and biodiversity monitoring. The development of alternative livelihoods in animal rearing is also further reducing demand for bushmeat whilst providing people with new skills. In doing so, Inza is helping to create a more sustainable way of life and ensure greater awareness, and so protection of West Africa’s three most threatened primates.
Em: http://whitleyaward.org/winners/endangered-primates-ivory-coast/
sábado, 26 de maio de 2012
Segredos da primeira folha artificial
Segredos da primeira folha artificial prática
The Artificial Leaf
Daniel G. Nocera
Accounts of Chemical Research
Vol.: 45 (5), pp 767-776
DOI: 10.1021/ar2003013
BANIR AGROTÓXICOS.
Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.
A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.
Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.