Páginas
Princípios da Agroecologia
Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.
Francisco Roberto Caporal
http://www.aba-agroecologia.org.br/
grãos
Como os lobos mudam rios
Como se processa os animais que comemos
Rio Banabuiu
A VERDADE SOBRE O CANCER
sexta-feira, 30 de março de 2012
Fantasmas da agricultura
Relatório Especial Fantasmas da agricultura:os esquecidos agricultores da Gra-Bretanha envenenados por pesticidas
Manda o Governo de usar produtos químicos organofosforados perigosas deixou centenas de criadores de ovinos com doença debilitante, Tom Levitt relata sobre a tragédia do Reino Unido de pesticidas esquecido
O sonho da Rio+20
O sonho da Rio+20
Fonte: Folha de S.Paulo, Mar/2012 (http://www1.folha.uol.com.br)
Folha Opinião, São Paulo, terça-feira 27 de março de 2012
Ricardo Abramovay
Os documento iniciais da ONU e o do Brasil para a Rio+20 cultivam o
mito do crescimento econômico perpétuo de forma completamente acrítica
Não é trivial que 21 cientistas de várias partes do mundo, muitos
deles com um passado de importantes responsabilidades governamentais,
iniciem um manifesto com a célebre frase de Luther King: nós temos um
sonho.
Menos trivial ainda é que esses cientistas tenham a humildade de
reconhecer que a habilidade humana de fazer foi além da capacidade
humana de compreender. A civilização contemporânea vive a explosiva
combinação de evolução tecnológica rápida e evolução ética e social
lenta.
Essas são apenas algumas das ideias expressas pelos ganhadores de
uma espécie de Nobel do Meio Ambiente (O Prêmio Planeta Azul, que existe
desde a Rio-92), entre os quais José Goldemberg, ex-reitor e professor
da USP.
O sonho revelado em seu texto ("Meio ambiente e os desafios do
desenvolvimento: o imperativo da ação") é fundamental por se distanciar
em ao menos dois pontos do pesadelo representado tanto pelo documento
inicial da ONU para a Rio+20 (conhecido como "draft zero") como pela
própria contribuição brasileira à conferência.
O primeiro ponto é a constatação de que o uso dos recursos
materiais, energéticos e bióticos por parte do sistema econômico já
compromete a qualidade da vida social em ao menos três áreas, como
mostra o estudo publicado na revista "Nature" pelo grupo liderado por
Johan Rockstrom: mudanças climáticas, biodiversidade e ciclo do
nitrogênio.
Em outras seis áreas (acidificação dos oceanos, água, uso do solo, poluição, aerossóis e ciclo do fósforo), a ameaça é imensa.
Por esta razão, e apoiado em ciência, o documento denuncia o "mito
do crescimento econômico perpétuo adotado entusiasticamente por
políticos e economistas para evitar decisões difíceis".
O "draft" da ONU e o documento brasileiro para a Rio+20 cultivam este mito de forma totalmente acrítica.
Fazem isso, segundo ponto, sob o argumento de que a economia verde
será capaz de compatibilizar o tamanho do sistema econômico, sempre
maior, com os recursos limitados dos ecossistemas.
Os dados não corroboram esta fé na técnica. É essa a razão pela qual os cientistas do Prêmio Planeta Azul dela se distanciam.
Mas não apenas eles: documento da consultoria KPMG divulgado
recentemente mostra que cada dólar do PIB global de 2011 foi obtido com
21% a menos de emissões de gases de efeito estufa e 23% a menos de
materiais que em 1990.
É um progresso extraordinário, que mostra o potencial da economia
verde. No entanto, a produção e o consumo aumentaram tanto que, apesar
dessa queda por unidade de produto, a extração global de materiais da
superfície terrestre se elevou, nos últimos vinte anos, 41%. As emissões
aumentaram 39%.
O caso mais preocupante é o dos fertilizantes nitrogenados, cujo uso
aumentou globalmente 135% nos últimos vinte anos, três vezes mais que a
produção alimentar.
Sistemas de inovação voltados para a sustentabilidade são
fundamentais. Mas achar que eles permitirão suprimir os limites é
exprimir uma crença mística no poder da técnica que a ciência não
autoriza e a ética não recomenda.
-----------------------------------------
Ricardo Abramovay, 58, é professor titular do Departamento de Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
Cientistas desenham nova imagem do núcleo de um átomo
terça-feira, 27 de março de 2012
"Agroecologia e Educação Ambiental Aplicadas ao Desenvolvimento Comunitário"
A localização da ADUFC é Av. da Universidade, 2346 - Benfica. Na ocasião, serão lançados os livros "Agroecologia e Educação Ambiental Aplicadas ao Desenvolvimento Comunitário" (Org. Adryane Gorayeb e Edson Vicente da Silva); "Serra de Baturité - uma visão integrada das questões ambientais" (Org. Frederico Holanda Bastos); e "Guaramiranga - caminhos para o planejamento e gestão ambiental" (Org. Frederico Holanda Bastos).
A noite de lançamentos contempla ainda a cartilha "Educação Ambiental e Agroecologia em Comunidades Rurais" (Leilane Oliveira Chaves) e o documentário "Agroecologia e Arte Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável", de 14 minutos.
Todas as publicações foram realizadas pelo laboratório do Departamento de Geografia, através do projeto de extensão "Agroecologia e Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável: Estratégias para a Melhoria da Qualidade de Vida e Conservação Ambiental, Coqueiro do Alagamar, Pindoretama – Ceará".
Fonte: Profª Adryane Gorayeb, do Departamento de Geografia da UFC - (fone: 85 3366 9856)
Ciclo de Seminários TRAMAS 2012
I Tema: Soberania Alimentar, Sementes Crioulas e Biotecnologia: Desafios à Ciência
a ser realizado dia 29 de março, no Auditório Luiz Gonzaga - Depto. de Ciências Sociais - Campus do Benfica.
PROGRAMAÇÃO:
Convidado: João Alfredo Telles Melo, Vereador e Professor da Faculdade 7 de Setembro.
Convidada: Helena Selma Azevedo, representante do Conselho de Segurança Alimentar (CE) e Professora do Departamento de Economia Domestica da Universidade Federal do Ceará.
3 – Trechos do Documentário: O Mundo Segundo a Monsanto (escritora e documentarista francesa Marie-MoniqueRobin).
Convidado: Via Campesina - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Aborigenes de Brasil
Aborigenes de Brasil: “Hasta que sintamos vergüenza…”
terça-feira, 20 de março de 2012
Cultura: e se o pós-capitalismo estiver começando?
Cultura: e se o pós-capitalismo estiver começando?
Por Antonio Martins | participou Bruna Bernacchio
Quem acompanha a cena cultural brasileira e o debate que ela desperta, ouviu provavelmente falar sobre a Rede Fora do Eixo (FdE). Existe há menos de sete anos. Surgiu singela: uma articulação entre coletivos de jovens, inconformados com a pobreza e mesmice da “arte” que os circuitos tradicionais oferecem ao interior do Brasil. Começou de onde, em geral, se espera pouco: Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (PR) e Londrina (PR) – quatro cidades distantes do mar e do glamour de Rio-São Paulo. Soube ir além da crítica: os garotos e gurias queriam montar festivais, shows, turnês – e não apenas desprezar a indústria cultural, em discursos com ar blasé.
Veio na hora certa. Desejos parecidos pulsavam em todo o país e o Fora do Eixo parece ter no DNA o espírito de compartilhamento. A experiência reunida por cada coletivo gera um acervo comum de tecnologias sociais, transmitido e renovado incessantemente em encontros, residências, congressos ou pela internet (veja algumas apresentações). A rede adensou-se rápido. Hoje, são 73 coletivos, em 112 cidades brasileiras e em quatro países da América Latina. Sua atividade é impressionante: em 2011, os grupos colocaram em contato com o público 13.500 músicos independentes, em 5.152 shows, 150 turnês e 170 festivais. Seus palcos principais são praças, universidades, casas-sedes dos coletivos. Nestes locais também funcionam centros de distribuição, onde é possível ter acesso a 3 mil produtos – de CDs, DVDs e livros a camisetas e chaveiros.
Em 2011, o Fora do Eixo também armou um salto estratégico. Em março, dezenove gestores, originários de coletivos em todo o país, alugaram e habitaram uma casa em São Paulo, maior metrópole e polo de difusão cultural do país. A presença multiplicou a visibilidade e a repercussão da rede. Ela foi tema de matérias em revistas e emissoras de circulação nacional, como Trip e MTV; recebeu prêmios como o Bravo! (por “melhor programação cultural”), firmou parcerias com casas de show como Studio SP.
Os R$ 12 milhões que o Fora do Eixo gastou em 2011, com música, certamente não pagariam um dos espetáculos das turnês de circuito internacional que frequentemente vêm ao Brasil. Se viabilizaram 5 mil shows e contribuíram com a produção de 13,5 mil músicos, é porque algo fundamental mudou. Uma multidão de jovens artistas já não se enxergam como candidatos a semideuses, mas como seres humanos dispostos a viver com dignidade de sua criação cultural.
Algo facilita esta nova mentalidade. Além de reais, circula nos coletivos o CuboCard, uma moeda alternativa(veja algo sobre ele nos menus à esquerda desta página). A rede emitiu 20 milhões de Cubos (Cc$), em 2011. Têm enorme utilidade, porque ajudam a quantificar e tornar líquido o enorme volume de trabalho não-mercantil gerado no circuito. Um show pode render a uma banda R$ 1.000 e Cc$ 2.000. Usa-se a primeira quantia nas formas conhecidas. A segunda gira sempre dentro da rede, ajudando a viabilizar a produção de seus milhares de participantes. Mas é muito valiosa aos músicos. Com cubocards, é possível contratar, entre centenas de itens, horas de estúdio (nas casas do Fora do Eixo), a construção de um site, a assessoria de imprensa para um show, a gestão de uma carreira, hotéis, cursos, cervejas. Um requintado cardápio de produtos e serviços reunia, em dezembro do ano passado, centenas de itens.
A usina que faz girar toda a rede são os coletivos de produtores, que reúnem cerca de 2,2 mil pessoas e participam de uma espécie de experimento comunitário radical. Na casa de São Paulo, ninguém recebe, pelo trabalho, salário individualizado. Todos desfrutam gratuitamente dos bens comuns: casa (que inclui teto em quartos compartilhados, água, luz, telefone, internet); refeições; toda a programação cultural; um ambiente intelectual agitado e instigante). Compartilham a senha de cartões de débito e crédito. O gasto é livre: serve para custear uma roupa, um remédio, uma viagem. Mas está sujeito a justificação: não é lícito aproveitar a liberalidade para viver melhor que os demais. O ambiente combina frugalidade notável (na casa, roupas, comida) com banda larga farta e laptops para todos.
Ao menos neste ambiente ultra-jovem (os membros históricos do Fora do Eixo têm menos de trinta anos; a maioria está na faixa dos vinte), o arranjo funcionou de modo admirável. No documento de balanço das atividades da rede em 2011 (também disponível em formato multimídia), fala-se em expandir a experiência paulistana, num convite para que os coletivos FdE adotem o modelo das casas-escritórios coletivas (também chamadas de Zonas Autônomas Permanentes). Não se trata de apelar para um compromisso ideológico. Sugere-se algo concreto e até certo ponto pragmático: a experiência de uma vida mais rica, menos limitada pelas futilidades vazias do consumismo.
Algumas das novidades recentes deste universo já não se situam apenas no terreno da produção cultural. Relacionam-se com a expansão permanente do “modo de ser” Fora do Eixo. Parte dos recursos que movimentam a grande rede é captada em órgãos públicos e empresas, por meio de editais e projetos de patrocínio. Para elaborar projetos de captação e gerir os recursos, criou-se o Banco FdE, que também funciona de forma decentralizada. Cada coletivo destaca pelo menos um de seus integrantes para a tarefa. As experiências são compartilhadas em rede e sistematizadas em novas tecnologias sociais e ferramentas. Mas o banco vai muito além da busca de receita. Procura gerir a complexa emissão da moeda alternativa (como ela é feita autonomamente pelos coletivos, é preciso evitar crises inflacionárias…). Aventura-se pelo terreno da Economia Solidária.
Para refletir teoricamente sobre a experiência, há a Universidade FdE. Ela estabelece diálogos com professores, estudantes, rádios e TVs universitárias. Mas sua vocação principal é estimular a rede a pensar sobre seu próprio trabalho, no contexto de grandes temas contemporâneos. Isso se de dá por meio dos Observatórios Fora do Eixo. Foram 85 edições em todo o país, em 2011. Nelas, debateu-se assuntos muito práticos (“Compostagem urbana: como fazer um minhocário”); mas também promoveu-se capacitação reflexiva (teoria e prática das rádios livres, terminando com a montagem de um transmissor, por exemplo), debates estéticos (“Teatro do Absurdo”) e políticos (“O papel da distribuição na Cultura Livre”). Boa parte das sessões é transmitida ao vivo, por internet, e fica disponível num canal próprio do Livestream.
Por fim, há o Partido da Cultura (PCult). Ainda é embrionário e, embora impulsionado pelo Fora do Eixo, vai além dele. Não-institucional por excelência, atua no debate e mobilização sobre políticas culturais (o FdE foi uma das vozes mais claras, na crítica aos retrocessos vividos pelo ministério da Cultura, após o início do governo Dilma). Mas, também aqui, quer ir além da resistência e explorar “o papel da cultura como transformadora das relações de trabalho, sociais e econômicas”.
Talvez um jornalismo de profundidade ajude a encontrar respostas. Em 13 de fevereiro, a repórter Bruna Bernacchio e eu nos encontramos, na casa FdE de São Paulo, com dois animadores da rede – Felipe Altenfelder (de barba) e Pablo Capilé. O diálogo está registrado nos sete vídeos abaixo, que tiveram edição leve de Bruna. Não devem ser vistos como uma entrevista formal. Foram uma primeira abordagem, que publicamos para que os leitores de Outras Palavras possam acompanhar nosso trabalho desde a etapa em que é produzido. A partir do diálogo, pautaremos e realizaremos uma série de reportagens. Queremos enxergar concretamente o Fora do Eixo – não julgá-lo partindo de esquemas teóricos. Será muito recompensador contar (desde já e durante toda a série) com informações, observações, insights e críticas.
Para estimulá-las, vale adiantar duas hipóteses. A primeira não é nova, mas não custa ressaltá-la. O FdE é mais um filho da era digital. O desejo de novas relações sociais, que o inspira e alimenta, seria impotente sem as tecnologias que derrubaram dramaticamente os custos dos equipamentos e da produção de bens culturais. Que multiplicaram as possibilidades de mixagens e remixagens multimidiáticas. Que tornaram possível aos criadores, ou a coletivos não-mercantis, distribuir seus produtos maciçamente e quase sem custo, propagar seus eventos e ideias, compartilhar em tempo real suas práticas e experiências. Que, enfim, estão tornando desnecessárias e obsoletas a indústria cultural e seus mecanismos de intermediação.
A segunda hipótese é mais instigante e arriscada. Ao buscar soluções para seus problemas práticos, o Fora do Eixo parece ter encontrado uma nova trilha para a prática do pós-capitalismo. Os artistas e coletivos que se integram à rede estão, é claro, imersos no mundo da mercadoria. Neste, como todos nós, eles são obrigados a comprar a vida (aluguel, comida, internet, micros, estúdios, etc etc etc) e vender trabalho. Porém, foram capazes de desenvolver um conjunto vasto de relações sociais de sentido oposto. Esta vida alternativa, que desponta em meio à vida-mercado, pulsa. Consolida-se, porque sendo os coletivos tão frugais, e os custos relativamente baixos, os empreendimentos tornam-se sustentáveis. Reproduz-se – porque a rejeição ao consumismo, a possibilidade desenvolver talentos, de compartilhá-los, de aprender e ensinar incessantemente, de conviver em espaços onde o estímulo intelectual é constante são um combustível que desperta o desejo de mais jovens. Expande-se, porque as mesmas experiências de sucesso alcançadas na música estão se tornando possíveis em muitos outros ramos da produção imaterial. Subverte: porque demonstra, de modo imediato, a viabilidade e concretude de outras lógicas e relações sociais.
Visto desta forma (e não como algo a ser construído apenas após uma duvidosa “tomada do poder”), o pós-capitalismo está em construção há tempo. O software livre é um exemplo emblemático. Comunidades mundiais de milhares de desenvolvedores produzem aplicações fazendo-se remunerar – mas, ao mesmo tempo, desapegando-se do produto final de seu trabalho e estabelecendo, em todas as fases de produção, relações não-mercantis de colaboração. Estas lógicas lhes permitem estar no centro de um dos setores mais dinâmicos e inovadores da economia contemporânea.
Talvez a grande novidade do Fora do Eixo esteja em ter aberto um novo filão, potencialmente muito mais extenso. Porque aqui cabem não apenas os desenvolvedores de código, mas todo o universo da produção de conhecimento, cultura, comunicação e arte.
Que tempos desafiantes, os que vivemos – em que há tanta barbárie e, ao mesmo tempo, tanta possibilidade de humanização. E que prazer, o de estar aberto para perceber, conhecer e narrar estas surpresas.
http://www.outraspalavras.net
Em: Viver Sustentavel/Gentilezas
BANIR AGROTÓXICOS.
Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.
A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.
Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.