Vídeo mostra leão marinho sendo morto por lixo da praia
As
imagens não são bonitas: leões marinhos com iscas saindo da boca ou com
os pescoços fortemente amarrados, até mesmo cortados, por utensílios
para amarrar caixas. Focas com os pescoços circundados por pedaços de
redes de pescar.
Os cientistas que estudam esses
animais sabem que esse tipo de material pode machucar ou até mesmo matar
os animais. Um vídeo, divulgado pelo Departamento de Pesca e Jogos do
Alaska, documenta os efeitos de laços, equipamentos de pesca e outros
lixos, incluindo um pneu e uma rede – que afogaram um leão marinho. O
vídeo foi postado recentemente no YouTube, para que as pessoas tomem
consciência do problema.
Um estudo sobre leões marinhos
de Steller, que estão a ponto de serem extintos, descobriu que pedaços
de plástico e borracha são os itens mais frequentemente amarrados nos
pescoços dos animais, enquanto iscas de metal usadas na pesca de salmão
são os itens mais frequentes ingeridos pelos animais.
Entre 2000 e 2007, os
pesquisadores encontraram 386 animais com algum tipo de “resíduo” no
corpo. “Nós com certeza estamos subestimando o número de animais mortos e
feridos pelo lixo”, afirma a pesquisadora do estudo e bióloga do
Programa dos Leões Marinhos de Steller, Lauri Jemison.
Jemison afirma que os números
são conservadores, já que eles podem perder leões marinhos estrangulados
que não vieram até a costa, não estavam visíveis ou que foram para
outro local.
Muitas espécies marinhas,
incluindo os mamíferos, pássaros e tartarugas, enfrentam problemas
parecidos. Nas águas do Alaska, os leões marinhos de Steller e os
animais menores ficam presos mais frequentemente do que outros que não
são mamíferos com patas de barbatana.
Focas também conseguem, de
alguma maneira, ficar com tiras ao redor do pescoço, como os leões
marinhos. Mas, de acordo com o cientista Michael Williams, ao contrário
dos leões, não parecem engolir muito lixo.
Durante trabalhos intensos nas
Ilhas Pribilof, na costa do Alaska, os pesquisadores conseguiram
encontrar cerca de 100 focas presas entre uma população de cerca de 500
mil que usam as ilhas como casa durante o verão e o outono. Mas, assim
como os leões marinhos, o número provavelmente é bem maior.
De alguma maneira, as focas, e provavelmente os leões marinhos também, estão caindo no mesmo caminho que o lixo.
“A probabilidade de isso
acontecer parece muito remota, dado o tamanho do oceano, mas ainda
acontece. Acho que isso tem a ver com as zonas de convergência”, afirma
Williams. Restos oceânicos convergem formando ilhas, que atraem peixes
que procuram abrigos e seus predadores, incluindo as focas.
E não apenas os adultos são
pegos, mas também filhotes. As focas jovens – que parecem ter mais
tendência a ficarem enredadas, vão ficando cada vez mais “enroladas”
pelo lixo ao redor do pescoço, que potencialmente as estrangula. Isso é
pior no caso dos machos, que desenvolvem pescoços maiores e crescem mais
do que as fêmeas.
Existem diversas maneiras de
divulgar o problema. Há uma campanha no Alaska para encorajar as pessoas
a “rasgar” seu lixo, diminuindo seu tamanho e potencial de esmagamento,
se ele for possivelmente perigoso, antes de jogá-lo fora. Entretanto,
os pedaços de plástico ou borracha ainda podem ser ingeridos pelos
animais.
Outras soluções incluem reduzir
os detritos gerados em barcos ou em terra firme, e usar materiais que
não sejam possivelmente perigosos.
Educar a indústria da pesca é
outra chave. Os leões marinhos frequentemente pegam iscas enquanto estão
procurando comida fácil. De acordo com Jemison, ambos os pescadores
comerciais e casuais perdem os salmões e suas iscas, linhas e ganchos
para leões marinhos famintos.
Ganchos podem perfurar o esôfago
ou estomago dos leões marinhos, matando-os. Os departamentos
responsáveis estão tentando encontrar formas de trabalhar com a
indústria pesqueira para chegar a soluções, como modificar os materiais
ou embarcações, para manter os leões marinhos longe. [
LiveScience]
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