http://youtu.be/zwh-MvmJIpM (Assista ao vídeo!)
Áreas que eram improdutivas em Abreu e Lima, em Pernambuco, já não são
mais graças à intervenção dos agricultores da região junto ao Centro
Sabiá. Alguns técnicos de universidades resolveram trabalhar
alternativas de cultivo a partir do conhecimento nativo dos moradores da
região
O resultado é que hoje a produção está
diversificada, as florestas regeneradas e os trabalhadores gerando renda
e vivendo do seu próprio esforço e conhecimento.
“Fruto da participação da universidade
nos movimentos pensando num modelo de agricultura diferente do
empresarial e patronal, que trabalha a dimensão da monocultura com o uso
de agrotóxicos”, contextualizou José Aldo dos Santos, ex-coordenador do
Centro Sabiá e atual secretário executivo da Agricultura Familiar de
Pernambuco.
O Centro Sabiá foi constituído em julho
de 1993 para estabelecer uma relação mais íntima com a natureza. Promove
processos de planejamento junto com os agricultores, de modo a
trabalhar o alimento desde a utilização de sementes crioulas até a venda
final do produto. Tudo é realizado com forte intercâmbio de
conhecimento dos atores envolvidos. Os sistemas agroflorestais começaram
a ser utilizados a partir de um seminário realizado na Bahia, quando
conheceram uma experiência naquela região e passaram a trabalhar os seus
princípios em Pernambuco.
“Surgiu com a necessidade que a gente
tinha para se unir e fazer nosso trabalho. Fizemos mutirões para
implantar a agrofloresta na região”, diz Amasias da Silva, agricultor.
A propriedade de Jones Severino serviu
de laboratório para o desenvolvimento dos sistemas agroflorestais. Erros
e conquistas serviram de base para o aperfeiçoamento dos métodos, que
promovem a aproximação com a natureza. Dessa forma, a Mata Atlântica é
preservada de forma produtiva na região.
“É sempre uma coisa ligando outra. Eu
agredia a terra, e hoje no meu sistema considero ela um ser vivo.
Considero mais importante que minha própria vida, porque dependemos do
seu bom funcionamento”, afirmou Jones Severino.
Por conta desses mutirões e novos
sistemas não ocorrem mais queimadas e a terra está mais fértil, trazendo
alimentação para a população local e renda através da comercialização
desse excedente. Antes havia monocultivos de macaxeira e inhame, por
exemplo,e hoje é incontável a diversificação da produção.
“A gente trabalha com a qualidade, não
temos o atravessador e vendemos o produto diretamente ao consumidor”,
destacou uma agricultora da região. E uma consumidora atesta essa
afirmação: “O mais importante de comprar orgânico é a qualidade do
produto, e a questão sócio cultural porque a gente sabe que vem direto
do produtor”.
De acordo com o idealizador do Centro
Sabiá, o sonho é acabar com a miséria no campo para no futuro as pessoas
não precisarem abandonar a vida rural por falta de oportunidade.
http://www.agroecologia.org.br/noticias/trabalho-de-agroecologia-no-centro-sabia-em-pernambuco
Enviada por Denis Monteiro.
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