Em pauta, um dos inúmeros itens que, que devem ser abordados quando a temática ambiental é citada: os resíduos sólidos.
Ainda nos debateremos por muito tempo com temas "deslocados", vistos isoladamente, que, como a EA, devem ser tratados de forma transversal.
Resíduos sólidos aos montes são decorrentes da visão segmentadaque teima em não considerar que "' os restos de um servem de alimento para o outro". Esse ciclo virtuoso não está presente; não é considerado nos processos produtivos.
Minha bacia hidrográfica, aquela em que moro, que recebe meus resíduos,estará em breve atolada em fezes de aves (galinhas e frangos que serão abatidos e em parte, exportados)
E o manejo desse passivo ficará na responsabilidade de quem? Da indústria de abate?Do governo? Dos consumidores?
Não. Do agricultor, que, iludido pelo canto da sereia das abatedoras chamadas "integradoras", fica escravizado a tal ponto de não ser responsável pelo alimento dado às aves(recebe a ração pronta), pelos "remédios", pelos pintinhos que chegam aos montes para serem engordados e abatidos. Sua inteligência, criatividade não são consideradas nesse processo. Apenas sua capacidade de "repetir a receita"idealizada pelo capital.
No entanto, ele, com seus poucos recursos financeiros e em alguns casos, técnicos para enfrentar esse passivo, é responsável pelo manejo dos dejetos.Estes são ricos em compostos nitrogenados, e portanto, fonte de contaminação (eutrofização) de águas superficiais e subterrâneas.
Quando o comitê de minha bacia hidrográfica ficou sabendo desse boom de crescimento de criadores de aves para abate, percebeu-se que não havia nenhuma estratégia para incorporar responsavelmentetais resíduos nos sistemas produtivos por parte da empresa integradora. Não se preocuparam com a ciclagem.
Pois enquanto as LEIS NATURAIS não forem disseminadas entre tod@s pela via da Alfabetização Ecológica para incorporar visões críticas a respeito desse tipo de estratégia de ocupação territorial pelo capital, este continuará nadando de braçadas em nossas bacias hidrográficas, continuará poluindo e criando novos depósitos de resíduos em outros territórios outrora limpos.
Senso crítico com base nas Leis Naturais: essa lacuna precisa ser preenchida para superarmos a fase das Leis de mercado que ainda dominam as decisões cotidianas, para que as Leis Naturais balizem cada uma delas.
Nesse momento, a ciência da Agroecologia vem trazendo uma oportunidade ímpar: buscar a incorporação da ecologia nos sistemas produtivos agrícolas. Que isso esteja acontecendo na agricultura, donde tudo começou (nossa "cultura"), me parece um bom recomeço. Um novo ciclo que desponta. E que seja capaz de nos alimentar com frutos e sementes saudáveis.
Att: WM
Bacia Hidrográfica do Ribeirão Jequitibá Sertão de Minas
Em: REBEA@yahoogrupos.com.br
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