Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VII CBA: Visitas Tecnicas

   VII Congresso Brasileiro de Agroecologia


Visitas Técnicas de Campo, dia 16 de dezembro de 2011

1. Sistema agroflorestal e Permacultura - Sitio Vale da Biodiversidade
Local: Mulungo – MACIÇO DE BATURITÈ
Distância: 100 km de Fortaleza


O Sítio Vale da Biodiversidade é  uma área de 30 
hectares de Mata Atlântica localizada em Mulungu, 
dentro da APA do Maciço de Baturité, região serrana 
do Ceará. Ele foi adquirido em 2000 com o objetivo 
de ser uma área de preservação. Na época, apesar 
de sem manejo há mais de 10 anos, ele ainda 
possuía áreas muito degradadas. 
Desde então, foi feito um trabalho contínuo de 
reflorestamento e já plantamos milhares de 
sementes e mudas. O uso da propriedade foi 
planejado de forma a causar o mínimo de impacto 
ao meio ambiente, sempre com o cuidado de 
preservar os mananciais de água e usamos o 
sistema de Agrofloresta (SAF) associado a práticas 
de Permacultura. São cultivados alimentos sem uso 
de agrotóxicos, produtos químicos ou trabalho 
infantil. 
O Sítio Vale da Biodiversidade também funciona 
como escola ambiental e recebe grupos para visita 
ou hospedagem. Tem uma bica e um laguinho, 
instalações confortáveis e alimentação deliciosa e 
saudável, sem temperos industrializados e com 
alimentos de produção própria. Na visita terá uma 
apresentação e uma pequena trilha, com a opção de 
um banho na bica. 
Fotos: Vale da Biodiversidade

2. Centro Agroecológico e Fábrica comunitária de Caju - Barreira 
Local: Barreira – MACIÇO DE BATURITÈ
Distância: 80 km de Fortaleza


O Centro Agroecológico - CEAGRO de Barreira 
foi iniciado em 2006 e integra hoje diferentes 
sistemas produtivos como  Sistema 
Agroflorestal, horta orgânica, compostagem, 
criação de pequenos animais, produção de 
mudas e plantas medicinais. Na  unidade 
demonstrativa são realizados visitas e cursos. 
Um dos agricultores incentivados pelo Projeto 
Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado, 
realizado no Maciço de Baturité pelo Núcleo de 
Iniciativas Comunitárias, foi  Noberto Mesquita, 
que mantém hoje uma produção orgânica 
diversificada nas condições do semiárido.                                                                                   
Outra experiência, que será visitada em 
Barreira, é a fábrica da Associação Comunitária 
de Barreira ACB/PA-Rural, que  beneficia 
castanha e polpa de caju, sendo o município 
um dos maiores produtores de caju orgânico no 
Ceará.
Fotos: Arquivo KAS


  3. Assentamento Tijuca/Boa Vista: 
Agroecologia e turismo comunitário no Sertão 
Local: Quixadá – SERTÃO CENTRAL
Distância: 180 km de Fortaleza 
     Fotos: Arquivo KAS
O Assentamento Boa Vista está localizado no 
município de Quixadá, Sertão Central cearense. 
Fundado em 28 de outubro de 1999, possui 1.369 
hectares de área onde vivem 28 famílias assentadas
trabalhando em sistemas de produção coletivo e 
individual.  
Entre as principais atividades produtivas, 
destacamos a caprinoovicultura, a pisciultura, a 
horticultura, o turismo rural comunitário, o manejo 
sustentável da Caatinga e o biodigestor.
Tudo isso organizado, planejado, gerenciado e 
executado pela comunidade através da Associação 
de Moradores do Assentamento Boa Vista, que 
viram o turismo comunitário como mais uma opção 
na sua busca pelo desenvolvimento da 
sustentabiliade local.
A prática agrícola local se diferencia da maioria dos 
assentamentos rurais por priorizar integralmente a 
produção agroecológica, com práticas sustentáveis 
ecologicamente como as hortas orgânicas, a 
substituição de gás butano por gás metano, por 
exemplo. Além disso,  é referência no manejo da 
Caatinga e na preservação de importante área deste 
bioma.
A primeira experiência de turismo rural comunitário 
no sertão cearense tem lugar nesse Assentamento. 
O turismo rural de base comunitária, ou 
simplesmente turismo comunitário, é uma 
experiência inovadora que tem como objetivo 
permitir aos visitantes um contato direto e autêntico 
com a vida do campo, em especial com o semiárido 
e com as pessoas que convivem com a Caatinga de 
maneira sustentável através da agricultura familiar e 
da valorização das tradições locais.

4.A Associação de Mulheres em Movimento – Conjunto Palmeiras
Local: Conjunto Palmeiras, FORTALEZA
Distância: 10 km


Nascido na década de 1970, Conjunto Palmeiras 
está localizado ao sul de Fortaleza e possui mais de 
32 mil habitantes vivendo em uma área de 
aproximadamente 120 hectares. Por estarem 
afastados dos centros de interesses comerciais e 
políticos da capital cearense, os moradores do 
Conjunto Palmeiras aprenderam desde cedo a lutar 
por seus direitos. A organização popular trouxe 
além de visibilidade, a conquista de importantes 
direitos como água encanada, a construção de 
escolas públicas, posto de saúde e, entre outros, 
um Centro de Cidadania.  Partilhar a sua história 
das lutas é uma atividade que pode ser vivida na 
prática no Conjunto Palmeiras. 
É possível conhecer experiências bem sucedidas de 
socioeconômica solidária que visam o 
desenvolvimento humano da comunidade, entre 
elas o Banco Palmas, conhecido pela sua moeda 
social.  Banco Palmas é o primeiro dos 52 (em 
março de 2011) bancos comunitários com 
estruturas semelhantes em todo o Brasil.
A Associação Mulheres em Movimento criou o 
Palmatur (ligada ao Banco Palmas) e a Cozinha 
Comunitária, contando com o  apoio de suas 
famílias, e as mulheres fazem a gestão do turismo 
comunitário no Conjunto Palmeiras. Ali, elas 
oferecem hospedagem e alimentação. Na 
Associação, o grupo de turismo está preparado para 
mostrar ao  visitante uma Fortaleza cheia de 
diversidade cultural com seus pontos turísticos 
tradicionalmente divulgados e, também, novos 
espaços de trocas solidárias e participação popular.
Fotos: Wikipédia

5. Vida vindo da Maré - cultivo de algas marinhas em Flecheiras
Local: Trairi – Litoral Leste
Distância: 130 km de Fortaleza


Flecheiras é a praia mais conhecida e  freqüentada do 
município de Trairi. É uma comunidade litorânea onde o 
turismo convencional já se apresenta bem desenvolvido. 
O formato da praia em meia lua compõe uma belíssima 
enseada, entre coqueirais verdejantes e dunas de um 
branco suave. A prática da pesca artesanal, da coleta de 
algas e o turismo são as principais atividades econômicas 
dessa gente criativa que vive à beira mar. 
Ali, desenvolvem uma das experiências mais bem sucedidas 
de cultivo de algas marinhas no país, estimulando a 
proteção do meio ambiente. As algas são beneficiadas para 
servir como fonte de alimento, além de serem transformadas 
em produtos de artesanatos e cosméticos.
Em Flecheiras, a associação tem prazer em apresentar seu 
local e forma de trabalhar com as algas, tanto no centro de 
produção quanto na área de cultivo no mar. Também se 
pode experimentar diferentes receitas que utilizam as algas 
cultivadas como matéria prima.
Assim, os visitantes podem compreender, de maneira 
diferente e divertida, a importância de desenvolver 
estratégias sustentáveis para relacionar-se com o ambiente.
Aliás, educação ambiental em lugar aprazível é a marca 
mais forte  desta comunidade. 
Fotos: Rede TUCUM

6. Abrace o diferente em cultura, natureza e gente! 
- a cultura do povo indígena Tapeba
Local: Caucaia – LITORAL OESTE
Distância: 10 km de Fortaleza
  Fotos: Rede TUCUM


O povo Tapeba é originário da junção de povos 
indígenas como Potiguara, Tremembé, Cariri e Jucá, 
etnia que foram agrupadas na Aldeia de Nossa 
Senhora dos Prazeres de Caucaia, que deu origem 
ao municipio de mesmo nome. São 6.439 indígenas 
que vivem distribuídos em 17 comunidades.
Ao adentrar no Território Tapeba, os/as visitantes 
vão se deparar com uma riqueza cultural e 
ambiental singular. Além disso poderão conhecer 
dois equipamentos culturais que se destacam por 
reunir um pouco da história desse povo. O Centro de 
Produção Cultural Tapeba  – CPC e  a Memorial 
Cacique Perna de Pau.
No CPC os/as visitantes poderão conhecer e 
adquirir peças de artesanato indígena, a culinária 
local, além de presenciar danças e rituais Tapeba. 
No memorial é possível saber mais sobre a história 
da resistência Tapeba através de exposições 
permanentes que narram a saga de seus 
antepassados. O memorial promove exposições 
temporárias que apresentam aspectos específicos 
de sua cultura e natureza como  as exposições 
“ENCANTADAS DAS ÁGUAS” e  “AMBIENTES 
AQUÁTICOS TAPEBA-AVIFAUNA”.

7. Encontros místicos e tradições indígenas- Jenipapo Kanindé
Local: Aquiraz – Litoral Leste
Distância: 50 km de Fortaleza
  Fotos: Rede TUCUM


Jenipapo-Kanindé, uma das nove  etnias indígenas 
reconhecidas no Ceará, vive às margens da Lagoa da 
Encantada, em meio a um grande campo de dunas de 
cima dos quais é possível apreciar o verde da mata e o 
azul do mar ao fundo.
Sua renda básica é proveniente da agricultura familiar, da 
pesca na Lagoa e da produção de artesanato. Aos 
poucos, o turismo comunitário vai ganhando 
importância econômica entre os moradores, já 
preparados para realizar diferentes trilhas na mata e 
oferecer refeições aos visitantes em uma palhoça de 
gestão coletiva  - o Cantinho do Jenipapo.
Sempre que possível, os grupos são recepcionados pela 
Cacique Pequena, que abençoa a partida para as trilhas. 
Entre elas, a do Morro do Urubu merece atenção especial 
por proporcionar uma vista panorâmica de toda a terra 
indígena e do seu ambiente no entorno - mar, dunas e os 
diferentes usos da área. Após subir uma duna de mais de 
90 metros de altitude, nada mais refrescante que banharse nas águas relaxantes da Lagoa da Encantada, sendo 
mediados pelos guias locais e inspirados nos mitos, 
crenças e histórias dos Jenipapo-Kanindé.

8. Garantindo o espaço, preservando vidas - Batoque
Local: Aquiraz – Litoral Leste
Distância: 55 km de Fortaleza
Fotos: Rede TUCUM


Declarada em 5 de junho de 2003, Batoque foi a primeira 
Reserva Extrativista do Ceará (RESEX). Esta Unidade de 
Conservação se caracteriza e se mantém pelas práticas 
ecológicas de uso e exploração que a população local 
estabelece com a terra, a lagoa e o mar. 
Aqui, 320 famílias vivem na beira do mar, provedor de sua 
principal fonte de renda - a pesca. A história de organização 
comunitária, a luta contra os especuladores imobiliários e a 
conquista do direito ao seu território é transmitida através 
das gerações.
Passear  pela lagoa, visitar o manguezal, conhecer os 
riachos, experimentar as batatas de cultivo 
coletivo e almoçar nas barracas na beira da praia ou da 
lagoa são as principais marcas desta comunidade.
A acolhida dos visitantes é na Pousada Marisol localizada à 
beira da praia e gerenciada pela comunidade. A pousada 
foi inaugurada em 2009 e conta com 4 quartos simples e 
confortáveis em ambiente aconchegante e espaço mais 
reservado na RESEX.

9. Turismo ecológico, Agroecologia, Arte, Artesanato e inclusão 
digital –
Prainha do Canto Verde
Local: Beberibe – LITORAL LESTE
Distância: 110 km de Fortaleza


O desenvolvimento do turismo na Prainha do Canto Verde 
se diferencia das outras praias do litoral do Brasil porque 
visa o desenvolvimento local e a preservação do 
ecossistema. Assim consta na declaração de missão 
elaborada pelo Conselho de Turismo em 1997:
"Desenvolver o turismo ecológico de forma comunitária 
para melhorar a renda e o bem-estar dos moradores: 
preservando os nossos valores culturais e os recursos 
naturais da nossa região".
Os moradores fornecem hospedagem em hospedarias 
simples, mas aconchegantes, servindo refeições com 
peixes ou lagostas recém pescados. Outros moradores, 
jovens e mulheres criam arte e artesanato que 
encontramos na BODEGA da comunidade. Pescadores 
oferecem passeios de jangada ou no moderno catamarã a 
vela e os jovens condutores de trilha levam os visitantes 
para conhecer a comunidade e as trilhas através das 
dunas e lagoas. 
Investimentos são feitos com as economias próprias e há 
um fundo rotativo para pequenos investimentos. A renda e 
o lucro do turismo fica na comunidade, alimentando assim 
a economia local. A pesca é a principal atividade 
econômica na comunidade, o turismo,  Agroecologia, arte 
artesanato e inclusão digital visam a geração de renda 
complementar para as famílias  e para que os nossos 
jovens possam permanecer na sua terra e viverem uma 
vida produtiva e saudável. 
O Conselho de Turismo Comunitário administra reservas, 
ofertas de pacotes turísticos e a recepção dos visitantes, 
organiza cursos profissionalizantes e para melhoria de 
qualidade e marketing. Os nossos visitantes são pessoas 
que respeitam a natureza, valorizam a diversidade cultural 
e a historia da comunidade. Eles desejam um
mundo mais justo e solidário e estão preocupados com o 
aquecimento global igual a gente.
Fotos: Rede TUCUM


10. Hortas orgânicas, Sistemas agroflorestais, Apiário e Banco de 
sementes - Assentamento Coqueirinho
Local: Fortim – Litoral Leste
Distância: 135 km de Fortaleza


Ainda na década de 90, os atuais moradores do Assentamento 
Coqueirinho conquistaram o direito de morar e produzir neste 
lugar outrora tão castigado pela criação de cavalos. Neste 
percurso, descobriram novas maneiras de cultivar a terra. Hoje, 
desenvolvem cultivos de hortas orgânicas, sistemas agroflorestais, apiário e banco de sementes, além de serem 
importantes articuladores da Bodega  - Nordeste Vivo e Solidário 
(rede de socioeconômica solidária de produtores rurais).
Desde o início dos anos 2000,  recebem turistas solidários de 
projetos em áreas vizinhas. Em 2004, são construídos os 
primeiros chalés e esta atividade passa a ter mais importância na 
comunidade. Contato com a vida simples do campo e com a 
gente batalhadora que reside ali são os atrativos principais de 
Coqueirinho. A relação entre visitantes e moradores é reforçada 
com um exótico passeio de charrete puxada a boi ou em uma 
instigante caminhada pelo assentamento, conhecendo a mata 
preservada, os lugares de cultivo agrícola e de criação de animais 
e diferentes espécies de plantas e bichos.
Como não poderia ser diferente, a culinária regional é um 
atrativo à parte. As deliciosas refeições são preparadas com os 
produtos orgânicos ali mesmo produzidos. A comunidade também 
oferece estrutura para encontros e reuniões de até 40 pessoas, 
dispondo de equipamentos de audiovisual. Tudo isso a partir da 
gerência coletiva do empreendimento comunitário Restaurante e 
Chalés Sabor da Terra.
Fotos: Rede TUCUM

As visitas 4. – 10. Serão realizadas pela Rede TUCUM. 
 Mais informações sobre as comunidades da Rede TUCUM: 
http://sispub.oktiva.com.br/oktiva.net/2313

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