Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

domingo, 15 de maio de 2011

O Código Florestal, a CNA e a privatização cinza da Embrapa

O Código Florestal, a CNA e a privatização cinza da Embrapa
Escrito por: Vicente Almeida, pesquisador da Embrapa e Presidente do Sindicato 
Nacional dos trabalhadores de Pesquisa e desenvolvimento Agropecuário – SINPAF
09/05/2011

No decorrer de vários meses a sociedade brasileira vivenciou o esforço da 
comunidade científica nacional na tentativa de subsidiá-la frente à necessária 
composição entre a produção de alimentos e o equilíbrio ambiental.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia 
Brasileira de Ciências (ABC), ao cabo de vários meses e rigoroso trabalho – que 
contou com a contribuição de pesquisadores da Embrapa, concluiu pela inadequação 
das proposições apresentadas pelo deputado Aldo Rebelo para alteração do Código 
Florestal.

As contribuições estão acessíveis em página da SBPC 
certamente expressam uma unidade consistente da ciência e da academia frente ao 
tema.

Entretanto, antevendo a sua conclusão e na contramão de relevante estudo, a 
Confederação Nacional da Agricultura (CNA), parte interessada no tema, firmou um 
contrato milionário com a Embrapa para “viabilizar soluções que compatibilizem 
os sistemas de produção e preservação em diferentes paisagens brasileiras, 
fortalecendo o uso do componente arbóreo na propriedade rural”, coordenado pela 
Embrapa Floresta, na cidade de Colombo - PR.

Infelizmente, em que pese a reconhecida seriedade e desejo dos mais de 240 
trabalhadores pesquisadores envolvidos no projeto com duração prevista de nove 
anos – e valor estimado de 20 milhões de reais, a Senadora Kátia Abreu, por 
diversas vezes e em diversos canais de comunicação, tem usado inescrupulosamente 
o referido contrato CNA/Embrapa como arma de fogo contra o Código Florestal 
Brasileiro.

Denuncias de pesquisadores da Embrapa vinculados ao projeto em todo país chegam 
ao SINPAF dando conta de que os objetivos do projeto, em diversos momentos, 
foram conduzidos à condição de alavanca dos interesses da CNA nas alterações do 
Código Florestal. Relatam, ainda, constrangimentos impostos àqueles que se 
posicionaram de forma mais crítica na sua condução. Há poucos meses atrás, o 
cerceamento de pesquisadores da Embrapa em debate sobre o Código Florestal no 
congresso foi denunciado por jornais de grande circulação nacional.

O SINPAF solicitou audiência emergencial com o ministro da Agricultura, Wagner 
Rossi, para tratar do tema há mais de 30 dias e até o momento não obteve retorno 
do gabinete.

A pergunta que se faz agora é: por que, diante de tamanha importância e urgência 
do tema, a Embrapa ainda não se posicionou de forma pública e oficial sobre o 
Código Florestal? Será que lhe falta competência? Será que o documento da SPBC e 
ABC subscrito pelos pesquisadores da Embrapa representa o seu real 
posicionamento institucional ou foi apenas “política de boa vizinhança”? Será 
que seu “silêncio ensurdecedor” contribui com a sociedade ou apenas coaduna com 
os interesses da CNA, sua interessada “investidora”?!

Para que estas dúvidas sejam sanadas a Embrapa deve afirmar com clareza límpida 
sua posição institucional junto ao estudo produzido por seus pesquisadores em 
articulação com a SBPC e ABC, através de urgente nota técnica pública oficial 
emitida pela presidência da Embrapa, sob pena da CNA e da Senadora Kátia Abreu, 
e quem mais se arvorar, usarem indistintamente as contribuições dos seus 
trabalhadores de pesquisa e o nome da própria instituição indevidamente.

Não aceitaremos que a CNA queira impor uma privatização cinza à Embrapa, 
antecipando aqui e alhures resultados de pesquisas que somente daqui a nove ou 
dez anos terão algo a comentar de significativo sobre o tema, segundo os 
próprios pesquisadores mais otimistas envolvidos no citado projeto.

De outra forma, a Embrapa demonstrará sua tibieza frente às pressões econômicas; 
uma inexplicável desconsideração de seu quadro técnico profissional e 
descortinará, de uma vez por todas, sua subserviência a uma agricultura lobista, 
alheia à grande maioria dos interesses do povo brasileiro, que pensa poder 
“comprar” a Embrapa e seus pesquisadores trabalhadores com contratos milionários 
pagos com dinheiro sujo vindo do trabalho escravo, do desmatamento e da 
contaminação dos alimentos e de nossos recursos naturais.

Uma empresa pública deve estar voltada para o interesse público. O governo 
brasileiro deve entender que a Embrapa não pode e não deve, para seu bem e para 
o bem do país, ser amordaçada e silenciada por setores conservadores ainda 
presentes no Ministério da Agricultura, em que pese os esforços atuais de 
democratização da gestão pública e abertura de seu conselho administrativo.

Os trabalhadores da Embrapa exigem um posicionamento público da empresa sobre o 
código florestal de forma a resguardar a seriedade de seu trabalho e a 
valorização de seu esforço em prol de uma agricultura forte e ambientalmente 
equilibrada.

Somos pelo lobby da pesquisa e não pela pesquisa do Lobby!
 

FONTE:

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