Princípios da Agroecologia

Agricultura sustentável tem que considerar aspectos socioeconômicos e culturais dos grupos sociais implicados. Não basta proteger e melhorar o solo ou a produtividade agrícola se não resulta em melhorias nas condições de vida das pessoas envolvidas. Portanto, agricultura sustentável é um conceito que implica aspectos políticos e ideológicos que tem a ver com o conceito de cidadania e libertação dos esquemas de dominação impostos por setores de nossa própria sociedade e por interesses econômicos de grandes grupos, de modo que não se pode abordar o tema reduzindo outra vez as questões técnicas.

Francisco Roberto Caporal

http://www.aba-agroecologia.org.br/

grãos

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra". provérbio africano

Como os lobos mudam rios

Como se processa os animais que comemos

Rio Banabuiu

https://youtu.be/395C33LYzOg

A VERDADE SOBRE O CANCER

https://go.thetruthaboutcancer.com/?ref=3b668440-7278-4130-8d3c-d3e9f17568c8

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Perdeu!


Monsanto perde processo criminal contra movimentos sociais

  
transgenicosA transnacional entrou com processo criminal contra integrantes de organizações e movimentos sociais em 2005. A decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos em meio ao processo de democratização da sociedade brasileira.
A transnacional Monsanto está em mais de 80 países, com domínio de aproximadamente 80% do mercado mundial de sementes transgênicas e de agrotóxicos. Em diferentes continentes, a empresa acumula acusações por violações de direitos, por omissão de informações sobre o processo de produção de venenos, cobrança indevida de royalties, e imposição de um modelo de agricultura baseada na monocultura, na degradação ambiental e na utilização de agrotóxicos.
No Brasil, a invasão das sementes geneticamente modificadas teve início há uma década, com muita resistência de movimentos sociais, pesquisadores e organizações da sociedade civil. No Paraná, a empresa Monsanto usou a via da criminalização de militantes como forma de responder aos que se opunham aos transgênicos.
Na última quinta-feira (23), desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) absolveram por unanimidade cinco militantes acusados injustamente pela Monsanto de serem mentores e autores de supostos crimes ocorridos em 2003. A transnacional entrou como assistente de acusação na ação criminal em resposta à manifestação de 600 participantes da 2ª Jornada de Agroecologia, na estação experimental da empresa, em Ponta Grossa, para denunciar e protestar contra a entrada das sementes transgênicas no estado e as pesquisas ilegais e outros crimes ambientais praticados pela empresa.
Foram acusados Célio Leandro Rodrigues e Roberto Baggio, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, José Maria Tardim, à época integrante da AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, Darci Frigo, da Terra de Direitos, e Joaquim Eduardo Madruga (Joka), fotógrafo ligado aos movimentos sociais. Em claro sinal de criminalização, a transnacional atribuiu à manifestação, feita por mais de 600 pessoas, como responsabilidade de apenas cinco pessoas, usando como argumento a relação genérica dos acusados com os movimentos sociais.
Em sentido contrário, a decisão do TJ demonstra o reconhecimento da legitimidade dos sujeitos coletivos de direitos na sociedade brasileira. Segundo José Maria Tardim, coordenador da Escola Latina Americana de Agroecologia e da Jornada de Agroecologia do Paraná, o ato na sede da Monsanto em 2003 e posterior ocupação permanente da área chamaram a atenção em âmbito nacional e internacional para a ilegalidade das pesquisas com transgênicos.
Nos anos seguintes às denúncias, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e equipe técnica ligada ao governo do estado realizaram vistorias detalhadas nos procedimentos da transnacional. Foram confirmadas ilegalidades que violavam a legislação de biossegurança vigente.
A área ficou ocupada por trabalhadores sem terra durante aproximadamente um ano. Neste período, os camponeses organizaram o Centro Chico Mendes de Agroecologia e cultivaram sementes crioulas. Para Tardim, a agroecologia é o “caminho da reconstrução ecológica da agricultura, combatendo politicamente o modelo do agronegócio e do latifúndio”.
Monsanto_Por Latuff
Charge: Latuff
Criminalização
A denúncia da Monsanto se fundamentou apenas em matérias jornalísticas, sem qualquer outra prova. Assim com outras ações judiciais que utilizam a mesma lógica, o processo está baseado na criminalização de integrantes de movimentos sociais em situações de manifestação.
A empresa participou como assistente privada no processo, o que ocorre excepcionalmente em processos criminais, já que o Ministério Público entrou como titular. “Esse caso apresenta um sério risco com as grandes empresas começaram a tomar o papel do Estado. Elas desequilibram a situação pelo peso econômico e político que exercem sobre os agentes públicos”, avalia Darci Frigo, coordenador da Terra de Direitos, considerando também a influência da Monsanto sobre o parlamento para a aprovação de legislações no Brasil.
Os trabalhadores foram defendidos pela Terra de Direitos, com apoio do professor Juarez Cirino dos Santos. O Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos se pronunciou ao longo do processo contra a criminalização dos militantes. Do outro lado, a Monsanto contratou o escritório do Professor René Dotti para fazer a acusação.
Mundo contra a Monsanto
Mais de 50 países aderiram à “Marcha contra Monsanto” no último sábado (25), em protesto contra a manipulação genética e a monopólio da multinacional na agricultura e biotecnologia. A campanha contra a empresa teve como estopim o suicídio de agricultores indianos, que se endividam após serem forçados pelo mercado a ingressar na lógica de produção do agronegócio, tornando-se, anos mais tarde, reféns das sementes geneticamente modificas, agrotóxicos e outros insumos vinculados a esta lógica produtiva.
Com sede no estado de Missouri (EUA), a Monsanto desponta como líder no mercado de sementes e é denunciada nesta marcha por não levar em consideração os custos sociais e ambientais associados a sua atuação, além de ser acusada de biopirataria e manipulação de dados científicos em favor dos transgênicos.
A empresa é líder mundial na produção de agrotóxico glifosato, vendido sob a marca Roundup. O Brasil é o segundo maior consumidor dos produtos da Companhia, ficando atrás apenas da matriz americana. O lucro da filial brasileira em 2012 foi de R$3,4 bilhões.
Syngenta
No Paraná, a  transnacional Syngenta também foi denunciada pelos movimentos sociais por realizar experiências e plantio ilegal de transgênicos no município de Santa Tereza do Oeste, na área de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. Durante a ocupação da área, seguranças contratados pela empresa assassinaram um trabalhador rural sem terra. Seis anos depois, o caso segue impune.
O IBAMA impôs multa de um milhão de reais à empresa pela realização de experimentos ilegais com transgênicos na área, porém, o valor não foi pago até hoje. A luta dos movimentos sociais resultou na desapropriação da área para a criação do Centro de Agroecologia, que leva o nome do militante assassinado, Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno.
>> Clique aqui para assistir o filme “O Mundo Segundo a Monsanto”, produzido pela francesa Marie-Monique Robin. O documentário foi lançado em 2008 e denuncia a gigante dos transgênicos.

Caos prova ser superior à ordem



Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/05/2013
Caos prova ser superior à ordem
O efeito foi confirmado em esferas simples, espelhadas internamente: quando elas foram amassadas, passaram a armazenar muito mais luz. [Imagem: Liu et al./ Nature Photonics]
Armazenamento caótico de luz
Uma equipe internacional de cientistas demonstrou que o caos pode superar a ordem - pelo menos quando o assunto é o armazenamento de luz.
A pesquisa envolveu um estudo de cavidades ópticas - dispositivos também conhecidos comoressonadores ópticos - que têm a capacidade de armazenar luz, que fica presa refletindo-se entre conjuntos de espelhos.
A surpresa veio quando foram usados, não espelhos quase perfeitos, como geralmente se procura fazer, mas espelhos deformados.
Surpreendentemente, os caminhos de luz caóticos gerados pela reflexão nos espelhos deformados permitiram o armazenamento de muito mais luz do que usando os caminhos bem ordenados gerados por espelhos precisos.
Os pesquisadores demonstraram um aumento de seis vezes na energia armazenada no interior de uma cavidade caótica, em comparação com uma equivalente clássica com o mesmo volume.
Aplicações da coleta de luz
O trabalho terá importantes aplicações em vários ramos da física básica e da tecnologia, incluindo a óptica quântica e o processamento de sinais ópticos usados na internet, onde a luz precisa ser armazenada por períodos curtos para facilitar as operações lógicas, e também para otimizar a interação luz-matéria.
As células solares também podem se beneficiar, já que capturar mais luz melhora sua capacidade para gerar eletricidade. Quanto mais tempo a luz fica presa na célula solar, maior é a probabilidade de que ela seja absorvida, excitando elétrons e criando eletricidade.
"O conceito por trás desses ressonadores caóticos de banda larga para aplicações de coleta de luz é muito profundo e complexo. Acho fascinante que, ainda que tenhamos usado técnicas estado da arte de fabricação para provar isso, essa ideia pode de fato ser facilmente aplicada ao mais simples dos sistemas," disse o Dr. Andrea Di Falco, da Universidade de St. Andrews.
De fato, o efeito foi confirmado em esferas simples, espelhadas internamente: quando elas foram amassadas, passaram a armazenar muito mais luz.
O projeto, que envolveu pesquisadores da Universidade de Bolonha, na Itália, foi iniciado pelo professor Andrea Fratalocchi, da Arábia Saudita, que desenvolveu a teoria por trás da captação caótica de luz.
Ordem no caos
O caos, a desordem e a imprevisibilidade são comportamentos que permeiam todos os fenômenos naturais.
Ainda assim, a maioria dos sistemas construídos pelo homem tenta evitar esses efeitos, geralmente assumindo que o caos diminui o desempenho dos nossos aparelhos.
Aos poucos, porém, indo fundo o bastante, os físicos têm descoberto uma ordem intrínseca no caos, constatando, por exemplo, a suave geometria do caos quântico, e até mesmo modelado a "ordem que impera no caos".
Uma das primeiras aplicações práticas encontradas por essas teorias foi na robótica:
Bibliografia:

Enhanced energy storage in chaotic optical resonators
C. Liu, A. Di Falco, D. Molinari, Y. Khan, B. S. Ooi, T. F. Krauss, A. Fratalocchi
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/NPHOTON.2013.108

La composición secreta de los pesticidas



La composición secreta de los pesticidas es una vergüenza científica y cómo Autoridades en Seguridad lo encubren

el 29 mayo, 2013 
peligros-roundup
Que dos de los científicos franceses más reconocidos del mundo por estudiar los efectos del herbicida RoundUp estén juntos dando una charla en el restaurante Roc’h Trédudon en Plounéour-Ménez, no deja espacio a la indiferencia.
Para los medios locales la jornada fue “un estudio de impacto”, o “una cita explosiva y excepcional”. Se trata de dos eminencias el  que volvieron a la carga con sus estudios sobre los pesticidas.
 Respecto de las pruebas inexistentes manifestó que “Es como si se mide el impacto del agua del grifo en el cuerpo una persona que bebió toda su vida”.Los resultados son alarmantes: después de dos años de experiencia, sólo 90 de cada 200 ratas sobrevivieron.

En 2013, encontramos los productos químicos tóxicos en el Roundup, también presente en muchos otros pesticidas llamados POE-15. Estos se clasifican como productos inertes por el fabricante, por lo que, ningún organismo les pidió que lo probaran a largo plazo”. Las pruebas realizadas en Francia se hicieron en sólo 6 ratas durante tres semanas, seguido de una prueba de irritación, enrojecimiento, e impactos oculares. Para la industria sólo tiene que respetarse el marbete: Mantener fuera del alcance de los ojos o la piel, pero no hay pruebas de lo que produce a largo plazo “ y agregó que “Es difícil conseguir acceso a los estudios debido a que el grupo de Monsanto alega propiedad intelectual “.

“Se hicieron todos los estándares regulatorios en el glifosato, regulación del herbicida y fue evaluado por las autoridades, pero no el resto” dijo el investigador. “Hay una subestimación de los efectos de estos plaguicidas “ aseguró.
Gilles-Eric Séralini también dice que “ los mayores vendedores de plaguicidas, son los mayores vendedores de drogas”. Según él, uno puede encontrar los productos de Monsanto en casi todas las farmacias y el 90% de las patentes son contratos en manos del gigante, cuya actividad principal es vender estas patentes.
En el estudio sobre el impacto de los plaguicidas Gilles-Eric Séralini ha sido muy criticado en el mundo científico. La Autoridad Europea de Seguridad Alimentaria (EFSA) dijo que “no es posible extraer conclusiones válidas sobre la aparición de tumores en las ratas ensayadas. La Agencia Nacional de Seguridad Alimentaria también refutó el estudio realizado por el profesor, indicando “debilidades” en la obra, pero llamó a realizar una investigación sobre el consumo a largo plazo de los OMG asociados con pesticidas.-
Acostumbrado a los berrinches de las multinacionales ante sus investigaciones, Seralini les contestó con todo su equipo el 12 de noviembre de la revista Food and Chemical Toxicology que publicó:”Respuestas a los críticos: ¿Por qué hay una toxicidad a largo plazo debido al consumo de maíz genéticamente modificado NK603 tolerante a glifosato, al herbicida Roundup?
En esa respuesta los científicos manifiestan que “Algunos críticos han hecho hincapié en que no hay reportes de los efectos adversos sufridos por animales de granja o en la población humana de EE.UU. que han consumido alimentos derivados de cultivos OGM .Tales afirmaciones son científicamente erróneas por las siguientes razones:
-En primer lugar, es importante tener en cuenta que no ha habido estudios epidemiológicos de la población humana ni el seguimiento de los animales de granja, en un intento de correlacionar cualquier afectación a la salud observada con el consumo de un cultivo modificado genéticamente.
-En segundo lugar, hay que recordar que los animales de granja no son criados para vivir durante toda la duración de su ciclo de vida natural, y por lo tanto no suelen vivir el tiempo suficiente para desarrollar enfermedades crónicas a largo plazo, lo que contrasta con las ratas de nuestro experimento.
-En tercer lugar, ya que no hay etiquetado de OMG en los EE.UU., se desconoce la cantidad consumida, y no existe ningún control”. Por lo tanto, sin una clara trazabilidad o etiquetado, ninguna encuesta epidemiológica se puede realizar.
En la evaluación de la reglamentación de los OGM, productos químicos y medicamentos, las pruebas se llevan a cabo por las propias empresas, a menudo en sus propios laboratorios. Como resultado de ello, existen conflictos de interés en estos casos. “Nuestro estudio no pretende solicitar la comercialización de un nuevo producto. Por el contrario, hemos querido estimar el riesgo para la salud de estos productos. Es el más detallado ensayo que se realizó hasta la fecha, e independiente de empresas de biotecnología y plaguicidas. Animamos a otros pares a replicar tales experimentos crónicos, con mayor potencia estadística” dijo Séralini.
Esta réplica contestó también a la crítica de cuatro científicos brasileños, pro-transgénicos, dos de los cuales son miembros de la Comisión Técnica Nacional de Bioseguridad (CTNBio) en un informe de octubre de 2012. Ese informe fue publicado como “la visión de CNTBio” en su conjunto, en combinación con el Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación de Brasil.
Pero ahora está claro que no existe tal consenso en la CTNBio. En marzo de 2013, se supo que 15 miembros y ex miembros de CNTBio, escribieron una detallado contra-informe que desacredita los argumentos de los cuatro científicos anteriores, y apoyan la validez de los hallazgos de Séralini. Ello fue expresado en una carta al Presidente de la CTNBio Flavio Finardi, y al Ministerio de Relaciones Exteriores. Entre otras tantas desmentidas los miembros de la Comisión aclaran que :
Entendemos que este documento, preparado por cuatro científicos, dos de los cuales son miembros de la CTNBio, no puede ser considerado como la posición de la Comisión, dado que no fue evaluado por una sesión plenaria. Incluso si lo hubiera sido, el dictamen de los médicos no representa un consenso en esta Comisión”.
Por su parte en Francia la Agencia Nacional de Seguridad Sanitaria, Medio Ambiente y Trabajo (ANSES), en una carta de 19 de octubre del 2012, hace referencia al estudio de Seralini llegando a la conclusión de que hay una necesidad de “realizar estudios con el objetivo de describir los efectos potenciales para la salud asociados al consumo a largo plazo de los OMG o de la exposición a las formulaciones de fitosanitarios”. También recomienda que “estos estudios deben centrarse sobre todo en la exposición a los OMG y para las formulaciones de fitosanitarios asociados” y que ”Estos estudios deben llevarse a cabo en el ámbito de la financiación pública y ser basado en un protocolo experimental detallado que permita responder a las cuestiones planteadas”.
El 80% de los productos transgénicos son desarrollados para soportar los pesticidas, el 20% restante está compuesto para producir el insecticida. El efecto combinado de estos contaminantes en las células humanas, es lo que Gilles-Eric Séralini y su equipo trabajaron con células de la placenta, cordón umbilical, en líneas celulares y embrionarias humanas.
Mientras esperamos la próxima salida a la venta del libro Tous cobayes! en español, para octubre próximo, desde la editorial Need Ediciones en la presentación al público promete ser otra cita explosiva donde estará presente el Dr. Seralini durante cuatro días en España. Dra. Graciela Gómez -Asociación Argentina de Periodistas Ambientales (AAPA)

Sementes Orgânicas


Belo Monte!


Belo Monte: nova ocupação, mesmas demandas, mesmos problemas

O principal canteiro de obras da maior construção em curso no país parou novamente. Depois de oito dias de uma paralisação que reacendeu a luta contra grandes empreendimentos que impactam comunidades tradicionais, os indígenas voltaram a suspender por tempo indeterminado os trabalhos da Usina Hidrelétrica Belo Monte, na segunda-feira (27). Eles reivindicam a suspensão de obras e estudos de barragens em seus territórios, exigindo que a consulta prévia – com poder de veto – seja realizada.
A reportagem e as fotos são de Ruy Sposati e publicadas pelo jornal Brasil de Fato, 28-05-2013.
Um sem-número de guindastes, betoneiras, tratores, escavadeiras, gruas, caminhões e caminhonetes pararam no quilômetro 50 da Rodovia Transamazônica para ver 170 indígenas MundurukuXipayaAraraKayapó e Tupinambápassarem e ficarem. “E dessa vez não vamos sair, nem com reintegração de posse”, afirmaram as lideranças do movimento em entrevista à emissora afiliada à Rede Globo no Pará. “Alguém vai ter que vir aqui, ou nós vamos começar a plantar roça no canteiro”, disseram.
Em meio ao que parecia ser o pico mais baixo de um marasmo decorrente de sucessivas derrotas dos povos indígenas da região da Volta Grande do Xingu, surge uma nova articulação: a dos povos dos rios onde o governo pretende implementar grandes complexos hidrelétricos – e, com eles, violentas empreitadas no campo da mineração, desmatamento e caos social. “Nós somos nós e o governo precisa lidar com isso”, afirma o movimento na carta número sete da ocupação da usina Belo Monte.
Após a ocupação anterior, entre os dias 2 e 9 de maio, indígenas dos rios Tapajós e Teles Pires permaneceram acampados em Altamira (PA), aguardando uma resposta do governo federal sobre suas demandas. Mas “esperar e chamar não servem para nada”, concluem os indígenas no documento. E, então, eles reocuparam o empreendimento.
Antes disso, a concessionária Norte Energia, prevendo distúrbios, havia pedido à Justiça Federal de Altamira que garantisse a manutenção da reintegração de posse deferida liminarmente para a ocupação anterior, e estabelecesse multa para possíveis invasões. O juiz concedeu multa de 5 mil reais por dia “em caso de nova turbação ou esbulho no imóvel denominado Sítio Belo Monte”. Isso não pareceu incomodar os indígenas, que reocuparam exatamente o mesmo local de antes.
Ocupação
Os indígenas entraram no canteiro por volta das 4 horas da manhã – e, ao contrário da outra ocupação, todos os acessos do sítio, dessa vez, ficaram sob o controle dos indígenas. Isso impediu toda a operação do canteiro. Desde o início do dia, a comunidade enfrentou o assédio e a pressão de um contingente de, ao menos, 50 policiais da Força Nacional (FNSP), Polícia Rodoviária Federal, Tropa de Choque da Polícia Militar, Rotam, Polícia Civil e seguranças privados de duas empresas diferentes ligadas ao Consórcio Construtor Belo Monte. A polícia tem pressionado os piquetes a permitirem a entrada de mais policiais no empreendimento, mas os ocupantes não permitiram. “Agindo assim, vocês estão declarando guerra contra a Força Nacional”, ouviram os manifestantes.
Sofreram também o corte do fornecimento de água e energia elétrica nas instalações onde estão alojados, elementos que a Força Nacional tem utilizado para tentar desmobilizar e garantir a entrada de mais destacamentos policiais dentro do canteiro de obras, além das tropas que já residem no local. O diálogo abaixo, transcrito pelos indígenas e presenciado pela imprensa, dá a dimensão das pressões sofridas no canteiro:
- “Vocês liberam a entrada pra gente, e nós religamos a luz” – disseram os policiais aos indígenas.
- “Nós queremos que vocês saiam” – responderam os indígenas. “Nós não estamos armados, não estamos quebrando nada, podem ir”.
- “Vocês estão armados, sim” – retrucou o policial, apontando para uma lança de madeira.
- “Isso é nossa cultura”.
- “E essa é a nossa cultura” – concluiu o policial, acariciando a pistola na cintura.
Alianças
Os indígenas escreveram uma carta aos trabalhadores do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), “com quem a gente joga bola no canteiro”, propondo uma aliança tática entre comunidades tradicionais, atingidos da região de Altamira e os operários do empreendimento (segundo os indígenas, a Força Nacional não tem permitido a distribuição dos panfletos). E dizem temer possibilidades de “infiltração” de falsos trabalhadores, pagos pelo Consórcio para criar situações de crise entre eles. Toda essa “sofisticação” do movimento indígena tem incomodado o governo e as empresas envolvidas na construção da obra, que sucessivamente tem tentado descaracterizar a ação e acusar os indígenas de serem manipulados por ONGs estrangeiras.
Foto: Ruy Sposati
Na conta do governo está o silêncio retumbante sobre a pauta dos indígenas: nem um pio sobre a consulta prévia, e também “a militarização dos contextos de conflito social relativos à luta por direitos dos indígenas”, conforme apontou nota do Conselho Indigenista Missionário. Também figuram a expulsão e multa de jornalistas e um espetáculo de declarações difamatórias, racistas e caluniosas contra comunidades inteiras.
Reintegração
A Norte Energia novamente reforçou o pedido de reintegração de posse na Justiça do canteiro ocupado. Na primeira decisão, o juiz Sérgio Guedes se mostrou bastante sensível à questão indígena, e agora deu prazo de 24 horas para que a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregassem relatórios sobre as ocorrências à Justiça. Alguma decisão deve ocorrer nesta terça-feira (28).
“A barragem dividiu as aldeias e dividiu os parentes”, lamenta Juma Xipaya. “Dividiu o homem. Então é preciso um novo pacto, entre os encantados de cada povo, que vai unir todos os parentes”, afirma o cacique Babau Tupinambá. Ambas as lideranças fazem parte da dúzia de povos que já declararam solidariedade irrestrita ao movimento por meio de cartas de apoio aos parentes que ocupam a barragem.
Foto: Ruy Sposati
É no tom dessa espiritualidade recheada de “Saweh!” – o grito dos Munduruku que tomou de assalto a boca de todos – e pelo canto dos passarinhos de uma obra em silêncio, que os indígenas cantarolam o amanhecer do segundo dia da ocupação do canteiro, onde o sonho parece só enrijecer, apesar dos endurecimentos.

Em nome da copa...

BANIR AGROTÓXICOS.

Assine o Abaixo-Assinado virtual que pede o banimento dos agrotóxicos já proibidos em outros países do mundo e que circulam livremente no Brasil.

A Campanha tem o objetivo de alertar a população sobre os perigos dos agrotóxicos, pressionar governos e propor um modelo de agricultura saudável para todas e todos, baseado na agroecologia.

Assine já, pelo banimento dos banidos! Entre no link abaixo.

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